quinta-feira, agosto 20, 2009

S.C. 14 DE JULHO
As famílias Rigoni, Badalotti, Argenta, Sefrin, Molossi, Trentin, Valmórbida, Piccoli, entre outras, foram responsáveis pela fundação do S.C. 14 de Julho de Erechim, em 20 de dezembro de 1936, no ano em que nasci. Cores adotadas pelo clube: vermelho, branco e azul, cognominado o tricolor da Avenida Sete. A primeira sede social localizava-se na Avenida Sete de Setembro ao lado da Cantina Tomazoni, depois Ervateira Tormem, destruída por um incêndio. Era um casarão de madeira. No sub-solo existiam pranchas de bolão e canchas de bocha. A parte superior constituía-se de copa e salão social.
O estádio ficava numa área próxima ao Corpo de Bombeiros, ao final do perímetro urbano da cidade que ainda pertence ao clube. Depois do campo do 14 de julho a próxima propriedade era a dos Tozatti (hoje Asilo Jacinto Godoy) em frente ao estádio Olímpico do Ypiranga F.C. Nos dias de chuva a terra vermelha castigava os torcedores até chegar ao estádio. Era puro barro. Não se cogitava o calçamento na época.
Dos jogadores da minha época de adolescente lembro do goleiro Dorival, calceteiro da Prefeitura Municipal; do ponteiro Atilio (Bigode), zagueiro Idylio, Honorino e o atacante Remo, todos da família Badalotti, Magri, Argenta, José Rigoni (Bepino), Trentin, Beno, Abelardo, e depois uma geração mais nova representada por, Nazareno, Martins e Misturinha.
Ao recordar a história do 14 de Julho, chega-me com atraso a notícia do falecimento do Bepino, o capitão do time. Veio a falecer de parada cardíaca, aos 89 anos.
Durante muito tempo, praticamente desde sua juventude até atingir a idade máxima que o futebol determina, Bepino dedicou-se ao 14 de julho, sem nunca mudar de time. Aliás, naquele tempo era muito difícil a troca de jogadores, tamanha a rivalidade existente entre os clubes tricolor, Atlântico e Ypiranga. Bebino era o “center-halff” (linguagem daquele tempo).
Como a morte é desapiedada!
A cada pouco nos tira do convívio os afetos amigos!
Como tantos outros craques do nosso futebol, Bepino também se foi.
Durante sua trajetória de 73 de anos de existência o S.C. 14 de Julho teve apenas dois títulos: campeão da cidade em 1941 e em 1958, quando encerrou definitivamente suas atividades esportivas. O técnico era o ex-atleta Idylio Bdalotti, atual diretor da Rádio Difusão. O campeonato municipal era disputado entre 14 de Julho, Ypiranga, Atlântico, Barrense, Viadutense e Capoerense, e anos depois com a participação do Esperança, do duríssimo zagueiro Pissutti.
Para resgatar um pouco da história do 14 de Julho conversei com o último treinador do clube, hoje comentarista de futebol, Idylio Bdalotti e fiquei sabendo mais um pouco da brilhante história do tricolor da Av. Sete.
Meu pai, Sady Dias, foi quem elaborou o primeiro estatuto do clube e meu tio Hardy, sem falsa modéstia, escreveu seu nome como grande ponteiro direito do clube.
Dos sócios fundadores somente três ainda estão vivos: Herculino Molossi, Beno Kunze e Silveira da Rocha.
A intenção deste comentário não foi apenas lembrar a existência do S.C. 14 de Julho, mas, principalmente, homenagear a memória de um de seus grandes atletas que faleceu: José Rigoni (Bepino).

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