terça-feira, agosto 31, 2010

GARBIN MORRE QUASE AOS 100 ANOS
A medida que o tempo passa o Clube da Saudade, vai perdendo seus integrantes. Acabo de saber que faleceu em Erechim, de insuficiência cardíaca, Hugo Luciano Garbin, com 99 anos de idade. Era natural de Caxias do Sul, tendo chegado á cidade em 1937, casado com Rachel Vencato. Dessa união nasceram Gaby e Saly que lhe deram genros, cinco netos e três bisnetos.
Garbin além de ser um amante da música (tocava bandolim e violão) chegou a fazer parte da Orquestra de Concertos de Erechim com os maestros Osvaldo Engel, Frederich Schubert, Paulo Kameneff, Arthur Sperger e outros. Gostava de caçar e pescar. Foi sócio fundador do Clube de Caça e Tiro e Piscina Clube de Erechim.
Do Clube da Saudade restam muito poucos, ele acabou se dissolvendo a medida em que vários de seus integrantes foram embora, transferindo suas residências, e outros partiram para a vida eterna. Recordo ainda recentemente o passamento do protético Élcio José Felipe Delfino e do professor e advogado Francisco Spinelli.
A missa de sétimo dia de falecimento de Hugo L.Garbin será nesta quinta-feira, na Catedral São José.
Aqui na Assembléia Legislativa chega agora a notícia do falecimento do do ex-prefeito de Campo Bom e ex-deputado estadual Nestor Fips Schneider.
Ex-deputado pelo antigo PDS e depois PFL, Schneider tinha 73 anos e estava internado no Hospital São José em Ivoti. Foi diretor da Fenac, da Francal, além de Rei Momo da cidade de Campo Bom. O corpo está sendo velado no Jardim da Memória - Capela 3, em Novo Hamburgo e o enterro acontece às 16 horas, no Cemitério Evangélico da Comunidade Evangélica de Novo Hamburgo.
Durante a Constituinte Estadual em 1988 convivi com Fips Schneider, pois servia no setor de imprensa do PFL de então, e diariamente tínhamos contato. Era um homem bom. Possuía um coração de gigante.

segunda-feira, agosto 30, 2010

FEUDALISMO E SAÚDE
Há tempos que conheço o caminhoneiro Lotario Wessling, de Venâncio Aires. Seguidamente me telefonava reclamando do governo pela falta de segurança e estado lastimável das rodovias e da exploração dos pedágios. Nas horas vagas ele colabora com os jornais de sua cidade, envia torpedos para as emissoras de rádio, sempre com o intuito de informar, e, também, ás vezes, protestar.
Na edição do Jornal do Comércio da última segunda-feira, 23, ele assina uma matéria de duas colunas onde, concisamente, fala sobre o feudalismo moderno. Reproduzo o que ele escreveu porque achei interessante e oportuno.
“Qualquer cidadão razoavelmente politizado percebe que, nos últimos anos, ações de intimidação de setores importantes da sociedade, nocivas e até perigosas para a nossa democracia “meia-boca” estão sendo desenvolvidas. Ações orquestradas, principalmente, por grupos de “feudos” acomodados em meio ao emaranhado de empreiteiras/concessões de rodovias, que supostamente compõem atualmente um dos maiores (senão o maior) e mais sofisticado esquema de corrupção (caixa-preta) das últimas décadas em nosso País.
Se não tivermos a capacidade de descartar, pelo menos, boa parte dos políticos corruptos nas próximas eleições e a sociedade doravante não aprender a boicotar alguns veículos de comunicação que contribuem na blindagem desses grupos, entraremos para a história como uma geração desagregada (acomodada), que se deixou manipular e intimidar a tal ponto de ser incapaz de impedir a consolidação de uma espécie de feudalismo no século XXI”.
Se o amigo Wessling vê tudo isso no setor de empreiteiras e concessões o que dizer da saúde!!!!
Não sou eu que digo, é o Simers que afirma: falta tudo na saúde municipal.
O diretor do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul, Jorge Luiz Eltz de Souza, em maio deste ano participou na Câmara Municipal de Porto Alegre de um debate onde apresentou relatório elaborado pela entidade sobre a situação da saúde pública no município. "Faltam médicos, remédios, exames e internações. Tudo o que um paciente precisa, ele tem dificuldades em conseguir.
O HPS enfrenta falta de 20% no número de médicos necessários. No setor de Radiologia, eram 28 médicos e hoje são 12. Há superlotação causada por pacientes que não conseguem atendimento nos postos de saúde. O HPS está se transformando em um grande postão.
O Hospital Presidente Vargas está sucateado. Está virando um hospital fantasma. Alas inteiras estão fechadas. Cirurgias eletivas estão sendo canceladas.
Por outro lado, o Pronto-Atendimento da Cruzeiro do Sul (PACS) se transformou num hospital clandestino. Pacientes ficam até 14 dias internados numa sala de observação, quando deveriam ficar no local no máximo por 24 horas.
Quando houve a municipalização da saúde havia três centros de especialidades na cidade. Só no PAM-3 havia 50 especialistas. Hoje são oito. O tempo de espera para consulta com um especialista ou uma cirurgia varia de meses a um ano.
A terceirização nos serviços de saúde é outro problema apontado pelo Simers. O Programa de Saúde da Família já está no terceiro gestor terceirizado. Isso é passar a saúde pública para entidades que trabalham por lucro. A privatização, além de precarizar o serviço, ainda dá margem a desvio de recursos.
Realmente vivemos momentos difíceis. Há cada vez menos recursos. Em sete anos, deixaram de ser enviados pelo governo federal R$ 335 milhões.

sexta-feira, agosto 27, 2010

O ESCULACHO
Ontem um colega meu chamou-me atenção para um vídeo que está no YouTube que não sei, não conferi ainda, se está sendo veiculado pelo rádio e tv de São Paulo no horário político, em favor do humorista Tiririca, candidato a Câmara dos Deputados.
Evidente que é uma propaganda que causa riso e chama atenção. Mas, convenhamos, é uma apelação que não se coaduna com aquilo que o eleitor deseja: mais respeito e educação.
Num de seus comerciais ele diz: “Oi gente! Estou aqui para pedir seu voto, pois que eu quero ser deputado federal, para ajudar os mais necessitados, inclusive a minha família. Portanto o meu número é.... Se vocês não votarem eu vou morrer!”
Em outro texto ele afirma: “Sou candidato a deputado federal. O que é que faz um deputado federal?
Na realidade eu não sei, mas vote em mim que eu te conto. Vote no Tiririca, pio do que tá não fica”. E por fim, em outro programete o humorista fala assim: “Você está cansado de quem trambica? Vote no Tiririca para deputado federal. O meu número é.... Pois que você votando em mim eu vou estar em Brasília, eu vou estar, na realidade, fazendo o coisa da vida do nosso Brasil, a nossa vida, do nosso momento, do nosso...coisa que nós temos. Vote Tiririca, vote no abestado!”
Não diz coisa com nada. E abestado vem da palavra besta, logo, o candidato não passa mesmo de um asno, besta, burro, jumento, mulo para não qualificá-lo de outra coisa. Pobre Brasil!
O que se poderá esperar de um candidato que assim se apresenta ao eleitor, e se por uma infelicidade seja eleito?
Em contraponto ao comercial do candidato eu diria: meu amigo não se trumbica, evita votar no Tiririca!
De outra parte a imprensa está divulgando hoje que o STF liberou humor com candidatos em emissoras de rádio e televisão.
Decisão liminar suspende norma que proibia brincadeiras em ano eleitoral.
O ministro Carlos Ayres Britto, do Supremo Tribunal Federal (STF), liberou nessa quinta-feira as emissoras de rádio e televisão para fazer humor com os candidatos, partidos e coligações envolvidos nas eleições. A decisão suspendeu os efeitos de norma que diz que a partir do dia 1º de julho de ano eleitoral as emissoras ficam proibidas de “usar trucagem, montagem ou outro recurso de áudio ou vídeo que, de qualquer forma, degradem ou ridicularizem candidato, partido ou coligação”.
A decisão, em caráter liminar, também deu uma nova interpretação a outro dispositivo questionado na ação direta de inconstitucionalidade ajuizada pela Associação Brasileira das Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) no começo da semana. Segundo a Lei das Eleições, de 1997, questionada pela entidade, as emissoras também ficavam proibidas, pelo mesmo período, de “difundir opinião favorável ou contrária a candidato, partido, coligação, a seus órgãos ou representantes”.
Para Ayres Britto, a nova interpretação para esse dispositivo é que “considera-se conduta vedada, aferida a posteriori pelo Poder Judiciário, a veiculação, por emissora de rádio e televisão, de crítica ou matéria jornalísticas que venham a descambar para a propaganda política, passando, nitidamente, a favorecer uma das partes na disputa eleitoral, de modo a desequilibrar o ‘princípio da paridade de armas’”, afirma o ministro.
A decisão entra em vigor imediatamente devido ao pedido de liminar, e deverá ser analisada no mérito, posteriormente, pelos demais ministros.

quinta-feira, agosto 26, 2010

O TROTE
O trote é o ato mais ignominioso que um cidadão pode cometer, principalmente se for passado a uma instituição como saúde, bombeiros, polícia ou mesmo a particulares. Primeiro, porque é uma covardia, uma falta de respeito para com o outro, e segundo porque causa danos irreparáveis, prejuízos sem conta com a possibilidade até de perda da vidas.
O trote é considerado crime. De acordo com o Código Penal Brasileiro existem dois tipos penais nos quais o “cidadão” que executa trotes está sujeito à ser preso e autuado: Interrupção ou perturbação de serviço telegráfico ou telefônico
Art. 266 - Interromper ou perturbar serviço telegráfico, radiotelegráfico ou telefônico, impedir ou dificultar-lhe o restabelecimento:
Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
Parágrafo único - Aplicam-se as penas em dobro, se o crime é cometido por ocasião de calamidade pública.
Comunicação falsa de crime ou de contravenção.
Mesmo assim, esse hábito continua sendo empregado por pessoas irresponsáveis, cujo dano soma-se ao malefício maior causado pela falta de atendimento a uma ocorrência verdadeira.
Existem leis em vários estados brasileiros que foram aprovadas para reprimir essa ridícula maluquice de, através do anonimato prejudicar pessoas e instituições. No Rio Grande do Sul, o deputado Carlos Gomes (PRB), que chegou a ser afastado por algum tempo pela Justiça Eleitoral, por ter trocado de partido (estão lembrados?) acaba de apresentar Projeto de Lei, inspirado em Lei em vigor no Rio de Janeiro, que onera o bolso do sujeito quando este é flagrado passando trote. De acordo com o texto, o autor da contravenção fica obrigado a ressarcir aos cofres públicos todas as despesas decorrentes do acionamento indevido dos serviços de emergência, no caso, ambulâncias, carros de bombeiros, polícia, envolvendo remoções, resgates, combate a incêndios ou ocorrências policiais.
Diz mais o texto: que, o responsável pela linha telefônica pagará a solicitação indevida na própria fatura mensal. O valor será correspondente ao custo da chamada, além das eventuais despesas relacionadas ao atendimento solicitado sem o devido motivo.
Esta é uma boa Lei. E não aquela que denomina “Município Capital da Bota”, por exemplo. As vezes o parlamentar para ser agradável à comunidade onde convive, cria projetos estúrdios que pelo próprio uso e costume da população, passa a ganhar feições e torna-se hábito. É ocaso da Capital da Bota. Pra ser capital disto ou daquilo, não precisa lei. É tempo perdido.

terça-feira, agosto 24, 2010

PUXÃO DE ORELHAS
Quando o candidato tucano a vice-presidente, deputado Indio da Costa, diz em entrevista que...”Nunca votei no Brizola, tenho horror ao Brizola. Ele arrasou com o Rio de Janeiro”, não pode merecer a consideração dos gaúchos e, certamente, vai causar (já está causando) prejuízos ao seu companheiro José Serra. Bom, de um índio (não que índio seja burro) não se poderia esperar nada melhor de um sujeito que não se sabe nem de onde veio, contra um dos maiores líderes políticos do Rio Grande do Sul. Nunca se ouviu, de ninguém, até hoje, tamanha ofensa. Nem dos adversários mais ferrenhos. Assim como ele tem “horror” ao Brizola, o mesmo e muito mais devem estar dizendo os gaúchos em relação a ele, Índio, pela sua ignorância e falta de postura política.
Por isso dou razão ao ministro da Comunicação Social, Franklin Martins quando se referiu ao deputado pela imprensa defendendo a candidata Dilma Rousseff: “Ele não é índio. É uma besta”.
É um despreparado, pra não dizer um “fora da casinha”, como se diz na nova gíria popular. Mas, afinal que biografia tem esse tal de Indio da Costa, que não se sabe nem de onde veio, pra que veio e o que quer?
Se José Serra não quiser baixar ainda mais sua preferência entre os gaúchos para sua eleição a presidência da República, dê um puxão de orelhas no seu vice. A repercussão desse seu “horror” a Brizola vai se refletir já na próxima visita de Serra ao Rio Grande do Sul, e ele que se mantenha longe dos gaúchos.
O Grêmio que não consegue acertar o passo, tendo voltado novamente para a zona de rebaixamento, já começou a mexer no time. O meia Hugo não vestirá mais a camiseta do tricolor. Os direitos econômicos do jogador, recontratado pelo clube no início da temporada, serão vendidos ao Al-Wahda, dos Emirados Árabes, como confirmou o assessor de futebol, Rui Costa. O clube asiático será um dos rivais do Inter no próximo Campeonato Mundial de Clubes, em Abu Dhabi.
O dirigente não confirmou o valor da negociação e limitou-se a dizer que a proposta era "irrecusável para o jogador", que completará 29 anos de idade em outubro. Hugo estava em sua segunda passagem pelo Grêmio desde o início da temporada. No entanto, ele não chegou a ser titular absoluto em nenhum momento durante a temporada e, inclusive, foi improvisado na ala esquerda em algumas partidas.
Ontem Renato fez um apelo aos jogadores, “quero todos unidos para tirar o Grêmio desta situação. Vocês têm condições de tirar o time da situação ruim. E vão tirar – disse. Vamos esperar.

domingo, agosto 22, 2010

REZE PARA NÃO FICAR DOENTE
A saúde neste país e neste estado vai de mal a pior. As emergências estão lotadas e alguns hospitais chegaram até fechar neste sábado, pelo grande número de pessoas que buscavam atendimento.
Em ocasiões anteriores exaltei o trabalho da Santa Casa de Misericórdia, da sua direção, dos funcionários e médicos. Mas hoje pela primeira vez, vejo-me obrigado a criticar esta instituição, que não se sabe por que neste sábado, por mais de uma vez fechou a porta do setor de atendimento emergencial.
Uma senhora que havia ingressado no setor as 14,30h só saiu a 0,30h, ou seja, permaneceu aguardando atendimento 9h na sala até ser consultada. Isto é um absurdo. Disse-me ela que mesmo assim se dava por satisfeita porque havia gente que lá estava desde as 10h da manhã. E isso é atendimento de urgência demorar nove horas?
Os hospitais, lamentavelmente, estão nessa situação. Acho que num caso tão acentuado de demanda como nos últimos dias, ás direções têm que apresentar, se não uma solução, pelo menos algo que desafogue a extraordinária procura. Os médicos que façam um mutirão redobrem o pessoal de enfermagem. Algo tem de ser feito. Ontem, por exemplo, houve momento que para atender em torno de cem pessoas só havia um médico trabalhando. Isso não pode acontecer.
A explicação veio mais tarde, pois nem todos sabiam que os médicos residentes participavam de uma greve nacional cuja paralisação provocou, nas últimas 72 horas, cancelamentos de consultas agendadas em Porto Alegre. Os transtornos atingem principalmente o Hospital de Clínicas, onde, de acordo com a assessoria da instituição, dezenas de atendimentos foram reagendados ao longo da sexta-feira. O local conta com mais de 400 profissionais residentes e a estimativa é de que 90% deles tenham paralisado as atividades.
Na emergência do Clínicas, a espera também é maior para a população. Médicos e enfermeiras foram proibidos de conceder entrevistas, mas funcionários relataram informalmente que notam desde terça - quando a greve começou - movimento ainda mais elevado de pacientes. No final da tarde de sábado 130 pessoas estavam no local, que tem apenas 49 leitos.
A situação ficou ainda mais crítica em razão das superlotações registradas nesta semana nos hospitais São Lucas da PUC e Santa Casa. “Como os residentes auxiliam em procedimentos no SUS (Sistema Único de Saúde), a demora começa a ficar maior e, inclusive, cirurgias estão sendo remarcadas”, confirma o presidente da Associação Nacional da categoria, Níveo Moreira.
Conforme o Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), na Capital a adesão à greve também é expressiva no Grupo Hospitalar Conceição (GHC), no Complexo Santa Casa e no Instituto de Cardiologia. O sindicato informou ainda que, no Interior, o apoio a paralisação é maior em hospitais de Rio Grande, Caxias do Sul, Passo Fundo e Santa Maria.
As negociações entre o governo federal e os residentes para encerrar a paralisação emperraram. A categoria, indignada com o congelamento das bolsas-auxílio desde 2006, exige reajuste de 38%. Nesta semana, o governo ofereceu aumento de 20%, mas a proposta foi recusada, o que manteve a paralisação por tempo indeterminado. “Queremos com a greve, valorizar a residência médica, e assim, qualificar o atendimento à população”, defende Moreira.
Enquanto isto quem paga o pato é a população e o governo preocupado com a campanha eleitoral de sua candidata. Só esse fato já é argumento suficiente para fazer valer o voto de protesto na eleição de 3 de outubro.

sexta-feira, agosto 20, 2010

O QUE É A ORDEM DEMOLAY
A Ordem DeMolay é uma instituição que busca lapidar o caráter do jovem para que, ao atingir a maioridade - os 21 anos -, ele possa contribuir com o a comunidade onde estiver inserido. É um ambiente fraternal, seguro e sadio, composto por garotos do sexo masculino, entre 12 e 20 anos, que desenvolve no jovem:
• Capacidade de liderança;
• Senso de trabalho em equipe;
• Cidadania;
• Tolerância e respeito ao próximo;
• Responsabilidade;
• Respeito à hierarquia;
• Criatividade;
• Capacidade de tomada de decisão;
• Sentimento fraternal;
• Envolvimento social.
O ensinamento se baseia:
Na prática de atividades voluntárias, filantrópicas, benemerentes, esportivas e sociais;
Na transmissão de técnicas de liderança, oratória, resolução de conflitos, gestão e organização institucional;
Em estudos filosóficos baseados nas virtudes do Amor Filial, Reverência pelas Coisas Sagradas, Cortesia, Companheirismo, Fidelidade, Pureza e Patriotismo.
Criada pelo maçom Frank Sherman Land, na cidade americana de Kansas, em 1919, conseguiu sobreviver à grande depressão, à segunda guerra mundial e ao sentimento antiinstitucional da década de 60, que prejudicou todas as organizações fraternais, sociais e cívicas.
O grupo original de nove rapazes cresceu e tornou-se a maior organização fraternal juvenil do mundo. Está presente em várias nações como Alemanha, Aruba, Austrália, Bolívia, Brasil, Canadá, Colômbia, Estados Unidos, Filipinas, Itália, Sérvia e Romênia.
Mais de 4 milhões de jovens passaram pela Ordem DeMolay em todo o mundo. Muitos tornaram-se médicos, juristas, engenheiros, jornalistas, aeronautas, enfim, profissionais bem sucedidos que dão sua parcela de contribuição à sociedade.
Segundo as estatísticas do Supremo Conselho Internacional, para cada 20 governadores americanos ou 10 Senadores americanos, um é Sênior DeMolay, assim como o ex-presidente dos Estados Unidos da América, Bill Clinton.
Desde 1980, a Ordem DeMolay atua no Brasil. De lá para cá, 200 mil brasileiros iniciaram nesta fraternidade. O Supremo Conselho da Ordem DeMolay para a República Federativa do Brasil contabiliza quase 20 mil integrantes ativos, espalhados por 340 municípios de todos os Estados do País.
Apesar de ser uma instituição autônoma, muitas de suas atividades são apoiadas pela maçonaria. As Lojas Maçônicas disponibilizam seu espaço para as reuniões, bem como alguns de seus membros para servir como Conselheiros. A Maçonaria investe nesta Ordem por julgá-la fundamental no engrandecimento da humanidade.
A Ordem DeMolay não é religião ou seita, mas a crença em um Ser Supremo é um dos requisitos para o seu ingresso. É proibida a vinculação da Ordem DeMolay com partidos políticos, ou qualquer atividade político-partidária. Este preceito visa à isenção institucional e a estimulação da crítica sadia em relação às políticas públicas adotadas.
Para homenagear a Ordem DeMolay, o deputado estadual Marquinho Lang (DEM) é autor do PL 202/2010, que institui o ”Dia Estadual do DeMolay”, a ser comemorado no dia 18 de março de cada ano.
ENGENHARIA RODOVIÁRIA
Fui ontem á Caxias do Sul e há muito que não utilizava a Av. Castelo Branco, saída para a BR-116, passando por Canoas, São Leopoldo até chegar a Portão rumo ao destino pretendido. Precisa ter paciência, ficar atento e andar a passo de cágado. Já não tem mais horário descongestionado.
Essa rodovia, no trecho mencionado, se não sofrer melhorias com triplicação de pistas, construção de viadutos etc., não vai muitos anos ninguém mais anda.
A Ponte sobre o Guaiba que é a única ligação com o Sul do Estado é outro problema sério. Volta e meia o sistema de suspensão da ponte pifa, e formam-se filas quilométricas de veículos por horas e horas até voltar a normalidade.
Há anos que ouço falar na construção de uma nova ponte, há nos que entra governo, sai governo e a duplicação da BR-116 em Canoas não anda. Ontem quando passei por alí, meia dúzia de trabalhadores estavam em serviço no trevo que liga a BR-101 com a 116. Alí precisava estar um exército de trabalhadores para dar cabo de uma vez com essa obra.
Eu só quero ver, agora em plena campanha eleitoral, todo mundo só fala na nova Ponte do Guaiba, piriri... pororó. Asso um churrasco no dedo se ela ficar concluída no próximo governo. Na lerdeza que as coisas andam, duvido que fique pronta nesta década.
Tomara que, realmente, eu tenha que assar o churrasco no dedo.
Um outro fato observado por toda imprensa presente ao Beira Rio, na quarta-feira, por ocasião do jogo final da Copa Libertadores da América, foi o desrespeito de um dos jogadores do Chivas, do México, adversário do Internacional. Enquanto era executado o Hino Nacional Brasileiro, um bobalhão, entre os 11 do time visitante, não guardou postura e passou todo o tempo se exercitando, quando deveria em sinal respeito ter uma postura mais digna. Aliás, eu não sei como juiz que estava próximo não viu e não chamou a atenção do atleta. Que coisa!

Para concluir, não fica bem nos campos de futebol quando se exige a execução do hino brasileiro tocar pela metade. Acho uma falta também de respeito para com a Pátria. Ou toca tudo, ou não se toca nada. Por que em competições internacionais, os hinos dos outros países são tocados integralmente e o nosso é só a primeira estrofe?
Não está certo! Se o nosso hino é mais longo do que os outros, dane-se. O cerimonial que preside as competições esportivas tem de mudar essa prática. Só falta agora por causa do futebol, rearranjar-mos a música e a letra do nosso tão lindo hino nacional. Só falta isso!

quarta-feira, agosto 18, 2010

VÁRIOS ASSUNTOS
O primeiro deles é o jogo Internacional e Chivas, do México pela decisão da Libertadores das Américas. Tudo foi milimetricamente preparado para a grande noite. É um momento dos mais importantes para o clube e a torcida colorada. Mas, a euforia demasiada, ás vezes, pode se transformar numa grande decepção. O Chivas mesmo perdendo em casa pode chegar aqui e surpreender. Cada partida tem uma história diferente, portanto, não se pode festejar antecipadamente um título porque pode acontecer um desastre, e o Internacional não está livre disso.
Porto Alegre vai virar um caldeirão festivo se o time colorado vencer. Será uma loucura. Vamos esperar.
Outro assunto é o desrespeito que continua ocorrendo nas ruas da Capital por motoristas que continuam desobedecendo o Código de Trânsito não respeitando a faixa de segurança para pedestre.
Porto alegre começou bem uma campanha de conscientização, mas foi só o início. Tudo voltou dantes como na casa de abrantes. Não se vê mais aquelas moças que ficavam nas faixas com um cartaz, figura de um braço, sinalizando e orientando os motoristas. Acabou. Mudar a cultura de gente mal educada não é fácil. A EPTC teria que insistir na campanha e os Azuizinhos começar a multar os desobedientes, ou então acabem com as faixas de segurança.
O terceiro assunto é a farra dos vereadores de Triunfo. Até o Padre da cidade que condenou a atitude dos edis terá que deixar a cidade. Ele vem recebendo ameaças a todo o instante. Quem teria que sair da cidade seriam os safados dos vereadores que se locupletaram com o dinheiro público. É por isso que os políticos estão tão desacreditados.
A mulher iraniana condenada a morte por adultério e homicídio será mesmo executada. Ou será morta a pedradas ou por enforcamento. Não tem volta.
Lembram do assassinato do ex-ministro do TSE, José Guilherme Villela, em Brasília? A Polícia está suspeitando que foi sua própria filha que mandou liquidá-lo para ficar com sua herança que é considerável.
Eu já falei, mas volto a exultar o Ypiranga F.C. de minha cidade, Erechim, pelos seus 86 anos de fundação. É hoje o seu aniversário, 18 de agosto. Meu avô, Francisco de Oliveira Dias, foi um dos fundadores, chegou a exercer a função de secretário do clube e meu pai jogador. Era ponteiro esquerdo. Aliás, o primeiro troféu conquistado pelo canarinho teve a participação do velho Sady. Inclusive foi autor de um dos gols da partida que decidiu a conquista. Não lembro o adversário. Não tenho certeza, mas acho que foi o Ítalo Brasileiro. Se alguém souber, por favor me informe, pois tenho interesse em saber.

segunda-feira, agosto 16, 2010

86 ANOS DE GLÓRIAS

Há 86 anos (1924) em 18 de agosto surgia para a história após decisão de um grupo de desportistas liderados por João Victorino dos Reis, o Ypiranga F.C., que desde então, acumulou vários títulos, entre os quais o mais importante, Campeão Estadual de Amadores, em 1950. O time era: Miguél, Frainer e Litwin. João Ribeiro, Bino e Áureo. Carlinhos, Chinês, Plinio Parenti, Marimba e Lauro.
Vamos rememorar um pouco da história em homenagem ao canarinho, uma glória do futebol gaúcho e orgulho de Erechim.
Os arquivos registram que na tarde de 18 de agosto de 1924 após a realização de uma “pelada” que teve lugar na atual Praça Júlio de Castilhos, 24 entusiastas do futebol, tendo à frente João Victorino dos Reis, Florêncio Antunes de Oliveira, Simão Vasconcelos e Souza, Francisco de Oliveira Dias, Sigismundo Pollas, Favorino Pinto, Themiscocles Ochôa, Fioravante Tagliari, João Magnabosco, Theodoro Tedesco, Arthur Incerti, Paulo Damaceno Ferreira, Vitório Alovisi, e outros, fundavam a associação esportiva pela qual há muito vinham lutando.
O nome escolhido foi Ypiranga Futebol Clube porque os fundadores em sua maioria eram nacionalistas e as cores escolhidas foram o verde e amarela, da nossa Bandeira.
João Victorino dos Reis foi escolhido por aclamação o 1º. Presidente. Por duas vezes o clube teve sua sede destruída por incêndio e nem assim foi abalado o entusiasmo dos ipiranguistas. A campanha de 1949 a 1953 foi marcante. Era a conquista do Penta-Campeonato da cidade.
Daí em diante o Ypiranga foi se agigantando e hoje é conhecido no Brasil e no exterior, pois quando da construção do Estádio Olímpico, com arrecadação exclusiva de seus torcedores, houve até associado patrimonial de Israel que contribuiu com mensalidades.
Já que tudo é festa, deve-se destacar a diretoria do clube que construiu o belíssimo e modelar estádio no fim da Av. Sete de Setembro: presidente Oscar Abal, Dladstone Osório Mársico, Hermes Campagnollo, Danton Hartmann, Moacyr Pinto de Souza, Paulo Dias Fernandes, Ricieri Miola, Pedro Brockmann, Raul J. Schucmann, Hermes Schenatto, Elézio Passuello, Hary Kleinibing e Syllvino de Marchi.
A construção do Estádio coube a Empresa Construtora Müllen Ltda., que iniciou os trabalhos no dia 23 de outubro de 1964 e tem capacidade para 38 mil pessoas. Para organizar e vender os títulos patrimoniais cuja renda era para construir o estádio foi criado o “Empreendimento Yíranga Constrói”, sob a direção de Dionizio Sganzerla e Ricieri Miola.
O Ypiranga F.C. é um exemplo de perseverança, uma lição de idealismo e um modelo para as futuras gerações. O pequeno clube de 1924 que nasceu de uma “pelada” agigantou-se, é um orgulho de todos os seus associados e uma glória para o esporte do Rio Grande do Sul e do Brasil.
Parabéns Ypiranga, você foi fundado para ser grande.
ERECHIM PERDE PESSOAS ILUSTRES
Erechim perdeu ultimamente três pessoas que tiveram passagem na história da cidade e do município. Luiz Frizzo, ex-vereador de várias legislaturas, com assinalados serviços prestados , professor José Francsco Spinelli, natural de Bom Jesus, mas radicado em nossa cidade há vários anos, tendo aqui constituído sua família, pai do reitor eleito da URI, Luiz Mário Silveira Spinelli e no domingo, o ex-vereador Antônio Pereira de Souza, que completaria no dia 4 de setembro a invejável marca de um século de vida.
Muito tristes as notícias que me chegam da minha Erechim. Com todos eles tive um relacionamento de amizade muito próximo e de cada um guardo lembranças inesquecíveis. O primeiro, Luiz Frizzo, quando juntamente com outros bravos entusiastas fundamos, em plena Revolução de 64, o MDB. Da lista de assinaturas num total de 20 presentes a memorável reunião, ele era o 5º.
O Spinelli conheci desde quando aportou ao Colégio Agrícola como professor e posteriormente eleito diretor. Nossa amizade se estreitou ainda mais quando foi iniciado na Loja Maçônica José Bonifácio, que lhe prestou ás últimas homenagens em sessão branca em seu templo, localizado na Av. Uruguai.
A melhor homenagem que poderia prestar nesta hora é divulgar para os pósteros a mini biografia desses três ilustres mortos que, não sendo nascidos em Erechim, muito fizeram pelo progresso do município.
José Francisco Spinelli, nasceu em Bom Jesus-RS, no dia 1º de novembro de 1931, filho de Domingos Spinelli e Nineta Piazza. Além da esposa Luiza Maria Silveira Spinelli deixa os filhos, Luiz Mário, Vitor Jorge e Vera Helena.
Em 1978 ingressou como professor da FAPES – Fundação para a Pesquisa e o Ensino Superior. Atuava como professor titular da cadeira de Direito Romano, no curso de Direito da URI – Campus de Erechim. Foi, também, coordenador do Laboratório de Prática Jurídica, no Centro de Estágios e Práticas Profissionais, em parceria com a Defesoria Pública do Rio Grande do Sul.
Francisco Spinelli trabalhou em Porto Alegre, Osório e Gramado, tendo chegado a Erechim em 1961 para atuar como professor no Colégio Agrícola, sendo posteriormente guindado ao cargo de Diretor.
Em reconhecimento aos relevantes serviços prestados a comunidade a Câmara Municipal outorgou-lhe em 2008 o título de Cidadão Erechinense. Em março do mesmo ano, recebeu o prêmio Mestre Jurídico Orlando de Assis Corrêa, da Escola Superior de Advocacia da OAB/RS, selo de qualidade “OAB Recomenda”.
Era integrante do Clube da Saudade. Gostava de música. Quantas, e quantas reuniões participou com sua sanfona, instrumento que dominava muito bem. Agora tudo fica somente na saudade.
Sobre Antônio Pereira de Souza sua biografia é rica em assinalados serviços prestados a Erechim. Chegou em nosso meio em 1941. Nasceu em São Pedro do Sul em 1910. Completaria dia 4 de setembro 100 anos de idade. Desempenhou, como funcionário público a chefia da Inspetoria de Terras, órgão ligado a Secretaria da Agricultura, eleito vereador, presidente da Câmara Municipal, e detentor do título de “Cidadão Benemérito de Erechim. Passou pela LBA – Legião Brasileira de Assistência durante o período de 19967/1977 . Amante do Tradicionalismo foi membro e ex-presidente do CTG Galpão Campeiro.
A idéia da preservação do “Potreiro da Comissão” surgiu através de um projeto de sua autoria em 1947, na gestão do então prefeito Aldo Arioli. A doação do Estado para o Município foi assinada pelo governador da época Walter Jobim. Outra atividade exercida por Antônio Pereira de Souza foi a presidência do Hospital de Caridade por 10 anos. Na sua gestão ocorreram várias mudanças que mais tarde se completaram e transformaram no Hospital de referência em toda a Região do Alto Uruguai.
O que dizer mais se não guardar na nossa memória a passagem de pessoas tão ilustres e que dedicaram parte de suas vidas ao nosso desenvolvimento social, cultural e político. A eles nossa eterna gratidão e às famílias enlutadas nossas mais sentidas condolências.

sábado, agosto 14, 2010

REVOLUÇÃO DE 30
Em 3 de novembro comemora-se 80 anos da Revolução de 30, que levou Getúlio Vargas ao poder. Estou lembrando este acontecimento histórico porque me vieram à lembrança as histórias que meu pai me contava. Entre tantas ele repetia sempre com orgulho o grande feito que participou, como voluntário, na Revolução de 1930. Mas, sentia, por outro lado, ter perdido seu irmão, Irany. Não morreu em combate. Foi um acidente no alojamento. Um descuido, enquanto limpava seu fuzil, uma traiçoeira bala que ficara alojada na câmara da arma disparou não lhe dando chance de sobreviver.
Antes de chegar a capital paulista, os revolucionários passaram por Itú, ali se alojando tendo realizado vários combates.
A Revolução de 1930, que pôs fim à Primeira República, foi, para muitos historiadores, o movimento mais importante da história do Brasil do século XX. Foi ela quem, para o historiador Boris Fausto, acabou com a “hegemonia da burguesia do café, desenlace inscrito na própria forma de inserção do Brasil, no sistema capitalista internacional”. Na Primeira República, o controle político e econômico do país estava nas mãos de fazendeiros, mesmo se as atividades urbanas eram o pólo mais dinâmico da sociedade. Entre 1912 e 1929, a produção industrial cresceu cerca de 175%. No entanto, a política econômica do governo continuava privilegiando os lucros das atividades agrícolas. Mas, com a crise mundial do capitalismo em 1929, a economia cafeeira não conseguiu manter-se. O Presidente Washington Luís (1926-1930), com algumas medidas, tentou conter a crise no Brasil, mas em vão. Em 1929, a produção brasileira chegava a 28, 941 milhões, mas só foram exportados 14, 281 milhões de sacas, e isto num momento em que existiam imensos estoques acumulados. O maior partido de oposição ao partido republicano de Washington Luís era a Aliança Liberal. Era liderado pelo então governador do Rio Grande do Sul, Getúlio Dorneles Vargas. Mesmo sendo apoiado por muitos políticos que tinham sido influentes na Primeira República, como os ex-presidentes Epitácio Pessoa e Artur Bernardes, seu programa apresentava um certo avanço progressista: jornada de oito horas, voto feminino, apoio às classes urbanas. A Aliança Liberal foi muito influenciada pelo tenentismo, que foi um movimento de jovens militares que defendiam a moralização administrativa e cujo slogan era “representação e justiça”. Nas eleições de 1930, a Aliança Liberal perdeu, vencendo o candidato republicano Júlio Prestes. Mas, usando como pretexto o assassinato do aliancista João Pessoa por um simpatizante de Washington Luís, João Dantas, Getúlio Vargas e seus partidários organizaram um golpe que, em outubro de 1930, tirou Washington Luís do poder. Getúlio Vargas tomou posse do governo no dia 3 de novembro 1930, data que ficou registrada como sendo o fim da Primeira República.
No início de seu governo, com a centralização do poder, Vargas iniciou a luta contra o regionalismo. A administração do país tinha que ser única e não, como ocorria na República Velha, ser dividida pelos proprietários rurais. Muitas medidas que tomou “no plano econômico financeiro não resultaram de novas circunstâncias, mas das circunstâncias impostas pela crise mundial”². O Brasil dependia demais do comércio do café para que o novo presidente o abandonasse. Para controlar a superprodução e a crise no Brasil, Vargas mandou destruir todos os estoques de café. Mesmo, com a crise mundial, conhecida como “crash de 1929”, houve uma intensa aceleração do desenvolvimento industrial. Entre 1929 e 1939, a indústria cresceu 125%, enquanto na agricultura o crescimento não ultrapassou 20%. Esse desenvolvimento deu-se por causa da diminuição das importações e da oferta de capitais, que trocaram a lavoura tradicional em crise, pela indústria. Mas, foi a participação do Estado, com tarifas protecionistas e investimentos, que mais influiu nesse crescimento industrial. Diferentemente do que ocorreu na República Velha, começaram a surgir planos para a criação de indústrias de base no Brasil. Esses planos realizar-se-iam com a inauguração da usina siderúrgica de Volta Redonda em 1946.
A partir de 1930, a sociedade brasileira viveu importantes mudanças. Acelerou-se o processo de urbanização e a burguesia começa a participar cada vez mais na vida política. Com o progresso da industrialização, a classe operária cresceu muito. Vargas, com uma política de governo dirigida aos trabalhadores urbanos, tentou atrair o apoio dessa classe que era fundamental para a economia, pois tinha em mãos o novo motor do Brasil: a indústria. A criação do Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio, em 1930, resultou numa série de leis trabalhistas. Parte delas visava ampliar direitos e garantias do trabalhador: lei de férias, regulamentação do trabalho de mulheres e crianças.
Todo esse processo de desenvolvimento, no Brasil, foi acompanhado por uma verdadeira revolução cultural e educacional que acabou garantindo o sucesso de Vargas na sua tentativa de transformar a sociedade. Como disse Antônio Cândido, “não foi o movimento revolucionário que começou as reformas [ do ensino]; mas ele propiciou a sua extensão para todo o país”³. Em 1920, reformas promovidas separadamente por Sampaio Dória, Lourenço Filho, Anísio Teixeira e Fernando Campos já buscavam a renovação pedagógica. A partir de 1930, as medidas para a criação de um sistema educativo público foram controladas oficialmente pelo governo. Esta vontade de centralizar a formação e de torná-la acessível aos mais pobres ficou clara com a criação do Ministério da Educação e Saúde em novembro de 1930. Seu primeiro ministro foi Francisco Campos (1930-1932). Com a difusão da instrução básica, Vargas acreditava poder formar um povo mais consciente e mais apto às exigências democráticas, como o voto, e uma elite de futuros políticos, pensadores e técnicos. Em 1931, o governo decretou a obrigatoriedade do ensino religioso nas escolas públicas. Esta aproximação entre Estado e Igreja também foi marcada pela inauguração, a 12 de outubro de 1931, da estátua do Cristo Redentor no Corcovado. O historiador Boris Fausto afirmou que a Igreja, em troca, “levou a massa da população católica a apoiar o novo governo”4. Em relação ao ensino superior, o governo procurou estabelecer as bases do sistema universitário, investindo nas áreas de ensino e pesquisa. Foram contratados jovens professores europeus como Claude Lévy-Strauss que se tornaria, mais tarde, o criador da antropologia estruturalista.
Além de haver um desenvolvimento educacional, houve uma verdadeira revolução cultural em relação à República Velha. O modernismo, tão criticado antes de 1930, tornou-se o movimento artístico principal a partir do golpe de Vargas. A Academia de Letras, tão admirada antes, não tinha mais nenhum prestígio. A cultura predominante era a popular que, com o rádio, desenvolveu-se por todo o Brasil. Como analisou Antônio Cândido, “nos anos 30 e 40, por exemplo, o samba e a marcha, antes praticamente confinados aos morros e subúrbios do Rio, conquistaram o país e todas as classes, tornando-se um pão-nosso quotidiano de consumo cultural”5.
No entanto, foram os intelectuais partidários da Revolução de 1930, como Caio Prado Júnior, quem tiveram um papel essencial no processo de desenvolvimento cultural do Brasil. Sérgio Buarque de Holanda, com Raízes do Brasil principalmente, influenciou muito o desenvolvimento do nacionalismo no Brasil. Em este ensaio, Sérgio Buarque de Holanda buscou entender como se fez o processo da formação do Brasil como nação. Analisou a história desde a chegada dos ibéricos à América até os anos 1930. Este livro, como apontou Antônio Cândido, formou a mentalidade de muitos estudantes a partir de 1936, quando foi publicado6. Nesse livro, Sérgio Buarque de Holanda não só analisa o passado mas também dá os objetivos brasileiros para o futuro, principalmente no último capítulo do livro ( Nossa Revolução).
Raízes do Brasil demonstrou que a independência do Brasil não se fez em 1822, pois a formação de uma nação não só se devia entender em relação à administração. O Brasil, para o autor, só seria independente quando não houvesse mais marcos, a não ser o passado, da era colonial. O retrato que Sérgio Buarque fez do livro é extremamente comparativo e psicológico. O conceito de “homem cordial”, que estudou em seu quinto capítulo, caracterizou o brasileiro como tendo uma personalidade única, diferente da dos europeus. Mas, como disse, “com a simples cordialidade não se criam os bons princípios”7. Por isso, defendeu tanto a industrialização e a centralização do poder, pois eram características da era pós 30
Sérgio Buarque de Holanda, com Giberto Freyre, formavam uma nova ala de intelectuais inovadores do Brasil. São os fundadores da Universidade de Ciências Sociais do Brasil e são os pioneiros dos movimentos nacionais e a favor da democratização da sociedade. Raízes do Brasil, mas também outros livros como Casa-Grande e Senzala de Gilbetro Freyre, quebra com todos os pensamentos expostos antes da Revolução de 1930. Como aponta Renato Ortiz, “o que era mestiço torna-se nacional” 8. Na República Velha, como o mostra Os Sertões de Euclides da Cunha, todas as raças que não fossem brancas eram inferiores. Mas, com suas obras, o entendimento popular da escravidão transformou-se muito. Sérgio Buarque de Holanda entende que não adianta mais separar o mundo em classes. Mas uni-las para formar uma nação.
Vem daí a crítica dos sociólogos dos anos 30 aos movimentos integralistas (fascismo brasileiro) e comunistas. Nisto ele foi importantíssimo para a Revolução de 1930, pois os grupos extremistas já estavam bem fortes e, com sua obra-prima, queriam até tomar o poder. Mesmo não sendo oficialmente marxista, sua análise do processo histórico que abriria, no futuro, a total independência do país em relação à agricultura e à Europa.
Alonguei-me um pouco. Assim como meu pai se orgulhava muito de ter participado da Revolução de 30, eu também sempre orgulhei-me muito de meu pai.

segunda-feira, agosto 09, 2010

PESQUISA
Até que ponto se pode crer nelas (pesquisas)?
Pesquisas de opinião foram criadas para servir de ferramenta para as equipes de marketing de empresas testarem seus produtos e se preciso, adaptá-los ao gosto do consumidor. No viés eleitoral elas se tornaram uma poderosa arma usada para influenciar o eleitor indeciso a votar nos candidatos apontados pela maioria. Vendo por aí, até que ponto se pode acreditar nos resultados das pesquisas?
Valeria uma pesquisa às seguintes perguntas: você acredita em pesquisas de intenção de voto? Até que ponto elas influenciam a sua opinião. Vou começar respondendo. Eu acredito duvidando, ponderando entre outras coisas quem fez, quem pagou, e qual a margem de erro. Normalmente diminuo a margem de erro do percentual de quem está na frente, e somo no percentual de quem está atrás. Penso assim, chegar a um resultado perto do real. Já no segundo quesito não há a menor possibilidade de uma pesquisa de intenções de voto influenciar o meu. Mas admito fazer parte de um pequeno grupo no universo de eleitores.
Acontece que o que tem se visto na última década no Brasil, especialmente nas últimas eleições desde que Collor disputou com Lula e ganhou a presidência do Brasil, é que as pesquisas influenciam o eleitor indeciso a escolher onde, ou em quem “apostar” o seu voto.
Isto por que tem ficado clara uma tendência no eleitorado de baixa e média escolaridade de não querer “perder o voto”, escolhendo na urna aquele em quem se acredita, independente da possibilidade do candidato escolhido ganhar as eleições.
Quem paga, quem divulga, e quem lucra com isso?
A estratégia de contratar, pagar e fazer divulgar pesquisas favoráveis ao seu grupo político tem sido usada constantemente por áreas ligadas ao marketing de candidatos como elemento de influência. Talvez por isso elas estejam tão desacreditadas.
No Tocantins, se fizermos uma retrospectiva, os institutos já erraram feio. Até os maiores, e bem conceituados já foram vistos divulgando resultados completamente fora da realidade, para aproximá-los da leitura das ruas apenas na reta final (evitando passar muita vergonha e cair no descrédito).
É por isso que os veículos de comunicação devem ter muito cuidado e precaução redobrada na publicação de pesquisas quanto mais o pleito se aproxima. Se não foi o contratante, é melhor por as “barbas de molho”. Um resultado, mesmo honesto, correto e real, sempre serve a alguém. Mas quando traz indícios de ser manipulado, sem credibilidade e parte de fonte quase desconhecida já cheira mal de cara.
Neste domingo ouvi, somente num órgão de comunicação, cinco vezes em horários diferentes o resultado da última pesquisa feita no Rio Grande do Sul. Respeitando os que pensam diferente acho que foi um exagero, com a nítida intenção de propugnar a candidatura de quem foi apontado em primeiro lugar. Está na hora do Superior Tribunal Eleitoral se preocupar com a questão e proibir terminantemente a divulgação de tais pesquisas, pois usadas como estão sendo, nada diferencia de quem mantém albergues, por exemplo.
Ethan Edwards em comentário conciso, claro, elegante, introduz exemplarmente o tema das pesquisas eleitorais. Confira:
Não creio nesses números. Há muito tempo os institutos de pesquisa não pesquisam; tornaram-se parte da ação política deste ou daquele grupo/partido. O próprio PT, quando era outsider, (figura do cara que não se enquadra. Do sujeito que não faz questão de pertencer a nenhuma turma. O cara que no colégio sentava na última carteira, não falava com ninguém e ia embora sozinho) foi vítima desses esquemas. Em São Paulo, mais de uma vez apareceu, dois dias antes da eleição, com dez, vinte por cento a menos do que os votos que efetivamente obteve. No plebiscito sobre o desarmamento, todos os institutos “erraram” por muito, como “erraram” por muito, recentemente, na Colômbia. Os políticos já chegaram à conclusão de que pesquisa é coisa séria demais para ser deixada nas mãos de pesquisadores. Os institutos de pesquisa destinam-se, hoje, a induzir a opinião pública, não a compreendê-la.
Entretanto, é bom lembrar que as pesquisas podem muito, mas não podem tudo. Principalmente, elas não podem chocar-se contra o senso comum. Não há pesquisa capaz de impingir aos eleitores franceses um líder nacionalista que tenha sotaque alemão. Jânio Quadros e Collor eram loucos, mas o que diziam fazia sentido, inspirava confiança em milhões de pessoas, soava plausível. Lula literalmente enfeitiça seus eleitores. Dilma Rousseff é o oposto de tudo isso. É como se ela não conseguisse disfarçar um permanente e profundo enfado, quando não mal-estar, diante de todas essas “banalidades” que as pessoas comuns amam, respeitam, admiram. Um dos elementos do carisma é a simpatia. Dilma Rousseff é incapaz de gerar essa emoção. E isso nenhum instituto de pesquisa conseguirá lhe dar.
O senso comum prevalecerá.
ETA GAÚCHO BOM BARBARIDADE
Esta é de cabo de esquadra, como diria o meu amigo Luiz Antônio, lá das bandas de Bom Jesus. Um gaúcho que vivia com duas mulheres provoca o maior “auê” na alta corte de justiça do país. A notícia está na pg. 43 de Zero Hora, desta sexta-feira, (6) conforme abaixo transcrevo parte da notícia preservando a identidade dos envolvidos:
“A 4ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) iniciou na última quinta-feira o julgamento de um inusitado caso ocorrido no Estado. Trata-se de um reconhecimento civil de duas uniões estáveis de duas mulheres com o mesmo homem.
Segundo o processo, o gaúcho se relacionou com duas companheiras concomitantemente. Uma vivia em Passo Fundo, e a outra em Porto Alegre. Uma das mulheres do já falecido gaúcho, é oficialmente casada com ele. Resta à Justiça decidir se a segunda mulher tem direito à união estável e à metade da pensão por morte recebida pela outra companheira. Dois dos cinco ministros do STJ, incluindo o relator do caso, o ministro Luis Felipe Salomão, foram contra a pretensão da segunda mulher. Um terceiro ministro pediu vistas ao processo, e a sessão foi interrompida, sem data para recomeçar.
O STJ analisa o caso após a 8ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ), que julgou a segunda união estável como “parcialmente procedente”. O relator do processo, desembargador José S. Trindade, mostra que o falecido viveu a vida intensamente.
– Da fartíssima prova oral consubstanciada em inúmeros depoimentos colhidos durante a instrução do feito, extrai-se que o gaúcho teve muitas mulheres em sua vida e extensa prole – oito filhos – de mulheres diferentes. Com as duas formou entidade familiar. Com as duas convivia maritalmente, com as duas teve o objetivo de constituir família – relata Trindade, nas atas.
A nova sessão não tem data para ocorrer.
Na história do Judiciário brasileiro existem registros formidáveis, como esse, por exemplo.
Sou apreciador da página do advogado Marco Antonio Birnfeld, do Jornal do Comércio, “Espaço Vital”, que além de informativa retrata com humor os fatos do dia-a-dia forense.
Numa de suas páginas do mês de março, ele comenta um caso de adultério em que a autora da ação foi traída pelo marido com sua melhor amiga. O marido promovia encontros dentro de sua própria casa, cuja situação é exceção à traição comum.
Colhida a prova, a juíza de pequena comarca do interior discorre na sentença: “a decepção amorosa no âmbito das relações é uma possibilidade perfeitamente previsível e pode ocorrer a qualquer tempo no curso do relacionamento conjugal; da mesma forma, a prática do adultério é um comportamento que permeia toda e qualquer sociedade conjugal, não estando quaisquer dos cônjuges livres de experimentar a infelicidade do parceiro”.
A magistrada arremata: “admito avaliar ter sido chocante constatar que o adultério se dava com a melhor amiga, todavia as desilusões no restrito campo dos sentimentos não me parecem ter a gravidade suficiente para gerar indenização por abalo moral”. Na corte estadual – no exame da apelação – o relator admite “a profundidade do abalo da mulher traída, tanto que deu origem ao registro de uma ocorrência policial por adultério e ao tratamento para debelar depressão”. Mas, o desembargador conclui de forma estritamente técnica: “a decepção amorosa no âmbito das relações é uma possibilidade perfeitamente previsível e que pode ocorrer a qualquer tempo no curso do relacionamento conjugal. Da mesma forma, a prática do adultério é um comportamento que permeia toda e qualquer sociedade conjugal, não estando quaisquer dos cônjuges livre de experimentar a infidelidade do parceiro. Mas as desilusões no restrito campo dos sentimentos, que podem gerar, inclusive, depressão como parece ter sido o caso da requerente, não me parecem ter a gravidade suficiente para gerar indenização por abalo moral”. O presidente da Câmara Cível acompanha e arremata fora das notas taquigráficas:
- Adultério do marido com a melhor amiga é brabo! Mas a dor e a angústia daquele que ama são conseqüências do término do consórcio, das agruras da vida, não se prestando o Judiciário a vingar a ausência da reciprocidade de afeto e respeito, indenizando aquele que se sentiu traído.
É braba a situação!

sexta-feira, agosto 06, 2010

FORCA OU APEDREJAMENTO
No Irã toda mulher que praticar adultério, que é o mesmo que amantismo ou prevaricação, é condenada a morte por apedrejamento ou forca.
Há dias que a imprensa internacional vem se ocupando do fato de uma mulher iraniana, Sakineh Ashtiani, ter praticado adultério combinado com assassinato, o que agravou ainda mais a sua situação.
A Corte Suprema do Irã que nas últimas semanas vem recebendo apelos de todas as partes do mundo para que seja condescendente com Sakineh
Ignorou, inclusive, apelos de defensores dos direitos humanos e atendeu ao pedido do Ministério Público para que a iraniana de seja de fato executada. Em uma aparente tentativa de aplacar as críticas internacionais, Teerã mudou o teor da principal acusação contra Sakineh - de adultério para assassinato. O tribunal definirá na próxima semana se ela será enforcada ou apedrejada. Segundo as notícias daquele país o processo não cabe recurso.
Até o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva endereçou apelo as autoridades iranianas, mas não teve atendimento.
Em entrevista ao jornal Estado de São Paulo, Gholan Dehghani, Diretor de Assuntos Políticos Internacionais da chancelaria iraniana, deixou clara a posição de Teerã: "Ela (Sakineh) é uma criminosa. E esse caso não é político, é criminoso", disse. "A história foi apresentado como sendo de adultério. Mas isso é uma forma de enganar a opinião pública mundial. Essa mulher é acusada de assassinato e muitas coisas mais terríveis que eu não tenho nem coragem de descrever."
Na terça-feira, o governo iraniano disse que o presidente Lula só se ofereceu para receber Sakineh no Brasil porque não tinha informações sobre o caso. Segundo o assessor de Assuntos Internacionais do Planalto, Marco Aurélio Garcia, o chanceler Celso Amorim havia conversado três semanas antes com autoridades iranianas. Na ocasião, manifestou a preocupação do governo brasileiro com a situação de Sakineh. Aparentemente, a acusação de assassinato não foi mencionada. Garcia disse ontem que o desfecho do caso não altera as relações entre Brasil e Irã.
A Lei iraniana é muito severa. Na semana passada um porta-voz do Judiciário daquele país informou que mais 20 pessoas foram condenadas à morte por estupro, adultério e homossexualidade e a Promotoria quer a condenação de mais 15. Essas pessoas foram detidas durante uma operação de segurança que acontece desde maio, em Teerã e em outras cidades do país.
Já pensaram uma Lei igual no Brasil. Iria faltar forca e pedra para as execuções.

quinta-feira, agosto 05, 2010

DIREITO A FELICIDADE
Foi protocolada nesta quarta-feira na Câmara dos Deputados proposta de emenda à Constituição que prevê o “direito à busca pela felicidade”, e que passará a tramitar nas duas Casas do Congresso Nacional. A emenda é de autoria do senador Cristovam Buarque. A proposta, após protocolada segue para a Comissão de Constituição e Justiça e Cidadania que vai avaliar o aspecto constitucional.
A garantia dos direitos sociais básicos é o novo conceito para o indivíduo buscar a felicidade, segundo se entende da proposta.
Quais são estes direitos básicos para “a busca da felicidade”?
- De acordo com a idéia do senador é a educação, a saúde, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, e a assistência aos desamparados.
Mas, a felicidade não estaria completa se, se incluísse na proposta, por exemplo, que as pessoas físicas para serem mais felizes não necessitassem pagar tanto imposto; que a aposentadoria pelo INSS fosse mais justa; que acabasse o fator previdenciário; que terminassem as filas nos postos de atendimento pelo SUS; que acabasse a violência e que as pessoas passassem a se gostar mais uns com os outros. Essa cantilena de educação, saúde trabalho, moradia etc. é um filme tão antigo que governo nenhum dá bola. Não adianta teorizar somente a felicidade, colocar na Constituição, o homem tem que saber que ele veio ao mundo para ser feliz e fazer também os outros felizes.
Essa iniciativa é cópia de projeto já existente em alguns países como Coréia do Sul e Japão, além dos Estados Unidos e da França, onde surge como termo em documentos de consolidação da democracia.
Na Finlândia, no último mês, foi lançado um manifesto denominado “A política da felicidade”, propondo que os governos coloquem a busca pela felicidade no centro de suas agendas, no lugar da economia.
Já o Reino do Butão enfrenta a questão de maneira mais direta, pois estabelece, como indicador social, um Índice Nacional de Felicidade Bruta, avaliado por índices de bem-estar, cultura, educação, ecologia, padrão de vida e qualidade de governo. Os bons resultados no Butão chamaram a atenção da Organização das Nações Unidas (ONU), que estuda a implementação do exemplo asiático em outros países, entre eles o Canadá.
Já surgiu, inclusive, um movimento apartidário, não-governamental e não-assistencialista, “O + Feliz”, que reúne cinco pilares: conscientizar a população, mobilizar a sociedade, estimular a participação, capacitar multiplicadores e motivar as pessoas a se doarem.
Infelizmente é assim, sem dinheiro, sem uma condição de vida melhor, problemas de saúde, preocupações constantes com a evolução da violência e das drogas, ninguém, pode ser feliz. E não será um projeto de emenda à Constituição que diga que o indivíduo para ser feliz tenha que ter educação, saúde, trabalho, moradia, lazer, segurança, previdência social, proteção à maternidade e à infância, e a assistência aos desamparados. Isso a gente já sabe, o problema é alcançar tudo isso. É muito complexo!
O direito a felicidade é inauferível ao ser humano.

quarta-feira, agosto 04, 2010

MEDALHA A QUEM MERECE
Uma das mais significativas homenagens prestadas pelo Parlamento Gaúcho a uma pessoa da sociedade Rio-Grandense foi prestada nesta quarta-feira ao Dr. Fernando Lucchese, conhecido médico cardiologista, Diretor do Complexo Hospitalar Santa Casa de Misericórdia, onde dirige desde 1988 o Hospital São Francisco de Cardiologia, referência internacional. Em reconhecimento ao que seu nome representa para o Estado e a medicina gaúcha, a Assembléia Legislativa outorgou-lhe a medalha do Mérito Farroupilha em sessão solene com a presença das mais destacadas autoridades e convidados. Foi, de fato, uma bonita homenagem a quem há tempos merecia.
A biografia do Dr. Lucchese é conhecida no mundo inteiro. Pioneiro em transplantes cardíacos é também autor de várias obras publicadas e outras traduzidas de renomados médicos ingleses.
Durante o discurso de homenagem proferido pelo deputado Francisco Appio, ficou se sabendo que o Dr. Fernando Lucchese antes de se inclinar para o campo da medicina, preparou-se para a carreira diplomática tendo abandonado a idéia quando no cursinho pré-vestibular para ingresso no Instituto Rio Branco, tomou contato com a circulação extracorpórea, apresentada durante uma aula de biologia. O então vestibulando deslumbrou-se com o que lhe pareceu, no início pura ficção científica e decidiu dedicar-se à cirurgia cardiovascular.
Entrou para a Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS – graduando-se em 1970, aos 22 anos de idade. Sua especialização como Cirurgião Cardiovascular veio mais tarde no Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul e Universidade do Alabama em Birmingham – EUA. De regresso ao Brasil, O Dr. Lucchese dedicou-se à especialidade sendo escolhido para chefia da Unidade de Pesquisa do Instituto de Cardiologia em Porto Alegre e depois eleito à direção daquele Instituto quando promoveu grandes transformações, duplicando suas instalações e a parte tecnológica.
Neste mesmo período assumiu a Presidência da Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio Grande do Sul ( FAPERGS); Chefe do Serviço de Cardiologia do Hospital Mãe de Deus, passando para o Complexo Hospitalar Santa Casa de Misericórdia onde está à frente do Hospital São Francisco de Cardiologia.
A frente de uma competente equipe de colegas médicos, o Dr. Lucchese já realizou em sua carreira, experiências em mais de 30.000 cirurgias cardíacas e 100 transplantes de coração nos últimos 15 anos.
O ilustre homenageado é natural da cidade de Farroupilha, tendo nascido em 26 de dezembro de 1947. Para o Dr. Fernando Lucchese o cirurgião-cientista deve ser substituído pelo médico humano preocupado não só com a saúde do coração de seus pacientes, mas com a vida emocional, afetiva, familiar, profissional e espiritual. Por isso ele costuma invocar a ajuda de Deus em suas cirurgias, considerando-se apenas um instrumento na mão Dele.
A homenagem foi justa e merecida.

terça-feira, agosto 03, 2010

A NOVELA DOS ALBERGUEIROS



A novela 'Albergueiros" no Rio Grande do Sul ainda não acabou. Quando tudo estava praticamente consumado, eis que a Procuradoria Eleitoral volta a contra-atacar para impugnar as candidaturas dos deputados alcunhados de albergueiros.
A Procuradoria Regional Eleitoral do Rio Grande do Sul protocolou nesta segunda-feira cinco recursos endereçados ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para que a Corte reveja a decisão do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RS) sobre os deputados albergueiros. No dia 30 de julho, o TRE deferiu o pedido de registro de candidatura de cinco candidatos gaúchos impugnados pelo Ministério Público Eleitoral. Gérson Burmann (PDT), Adroaldo Loureiro (PDT), Aloísio Classmann (PTB), Giovani Cherini (PDT) e Pompeo de Mattos (PDT) foram condenados por abuso de poder econômico pelo TSE em decisão que transitou em julgado em 2009.
Para a Procuradoria, a argumentação das ações de impugnação não viola sob nenhum aspecto o princípio da coisa julgada: “a inelegibilidade estabelecida pela Lei Complementar 64/90 não se confunde com aquela tida como sanção e que foi declarada no acórdão (do TSE) que reconheceu o abuso do poder econômico praticado pelo impugnado”. O recurso sustenta que a inelegibilidade prevista pela nova lei não possui natureza jurídica de pena/sanção, tratando-se apenas de um requisito para que o cidadão possa se candidatar a ocupar cargos eletivos da maior relevância para a sociedade.
Ainda na avaliação da Procuradoria Regional Eleitoral, não houve, nas ações de impugnação, ofensa ao princípio da irretroatividade da lei: “Não se está falando, nos casos, de normas de natureza penal. Não possuindo natureza penal, conclui-se pela possibilidade de sua aplicação a situações passadas, desde que eventuais alterações entrem em vigor antes de iniciado o processo eleitoral, ou seja, antes do período de requerimento de registro das candidaturas”.
O recurso lembra também o que afirma a Lei das Inelegibilidades:
“Art. 1º São inelegíveis:
I – para qualquer cargo
(…) os que tenham contra sua pessoa representação julgada procedente pela Justiça Eleitoral, em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão colegiado, em processo de apuração de abuso do poder econômico ou político, para a eleição na qual concorrem ou tenham sido diplomados, bem como para as que se realizarem nos 8 (oito) anos seguintes”.
O caso deve ser julgado pelo TSE até o próximo dia 19 de agosto.
Enquanto isto o eleitor fica naquela: afinal o candidato tal, é ou não é. Pode ou não pode ser votado. Ainda bem que o prazo para o TSE julgar é até o dia 19.
VIOLÊNCIA CONTRA ÁS MULHERES
Não sei por que os homens estão sendo tão violentos com as mulheres como vem acontecendo atualmente em todas as regiões do país. Antigamente era muito raro acontecer um crime contra a mulher. De uns anos para cá os homens parece que perderam a noção do perigo e que a violência não leva a nada; que só entristece os lares brasileiros.
Estou lendo os jornais de hoje e verifico que queixas de violência contra a mulher aumenta em 112% em 2010. Isto é um absurdo e devemos protestar. Em números absolutos, São Paulo lidera o ranking com 47.107 atendimentos, seguido pela Bahia com 32.358.
Por favor, acompanhem o relato. A violência contra a mulher aumentou 112% de janeiro a junho deste ano comparando-se com o mesmo período do ano passado. A Central de Atendimento à Mulher, da Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM), registrou 343.063 atendimentos contra 161.774.
As ameaças foram verificadas em 8.913 situações. É a segunda maior manifestação de crime relatado pelas mulheres que acessam a Central, precedida apenas pelo crime de lesão corporal. Das pessoas que entraram em contato com o serviço, 14,7% disseram que a violência sofrida era exercida por ex-namorado ou ex-companheiro, 57,9% estão casadas ou em união estável e em 72,1% dos casos as mulheres relatam que vivem junto com o agressor.
Cerca de 39,6% declararam que sofrem violência desde o início da relação; 38% relataram que o tempo de vida conjugal é acima de 10 anos; e 57% sofrem violência diariamente. Em 50,3% dos casos, a mulheres dizem correr risco de morte. Os crimes de ameaça somados à lesão corporal representam cerca de 70% dos registros do Ligue Denúncia.
Quando considerada a quantidade de atendimentos relativos à população feminina de cada Estado, o Distrito Federal é a unidade da federação que mais entrou em contato com a Central, com 267 atendimentos para cada 50 mil mulheres. Em segundo lugar aparece o Tocantins com 245 e em terceiro, o Pará, com 237.
Do total de informações prestadas pela Central (67.040), 50% correspondem à Lei Maria da Penha (33.394). Durante os quatro anos de existência, o Ligue Denúncia registrou 1.266.941 atendimentos. Desses, 30% correspondem a informações sobre a legislação (371.537). Dos 62.301 relatos de violência, 36.059 correspondem à violência física; 16.071, à violência psicológica; 7.597 à violência moral; 826 à violência patrimonial; e 1.280 à violência sexual, além de 229 situações de tráfico e 239 casos de cárcere privado. A maioria das mulheres que ligam para a Central tem entre 25 e 50 anos (67,3%) e com nível fundamental (48,3%) de escolaridade. E a maioria dos agressores tem entre 20 e 45 anos (73,4%) e com nível fundamental (55,3%) de escolaridade.
Homens do meu País está na hora de um basta. Não é mais possível conviver com essa loucura.
A melhor solução é a máxima: Ame ou deixe-a. Violência, jamais.

segunda-feira, agosto 02, 2010

OS 51 ANOS DO SETCERGS
O SETCERGS, Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas do Rio Grande do Sul completa neste dia 5 de agosto 51 anos de fundação. Dentre as atividades comemorativas destaca-se a homenagem que a Assembléia Legislativa prestará a entidade, através de um Grande Expediente no dia 25 próximo, inclusive, com uma exposição no “hall” de entrada do Parlamento Gaúcho, de painéis com fotografias mostrando a evolução do importante sindicato do setor de cargas em nosso Estado.
A história do transporte rodoviário de cargas e passageiros do Rio Grande do Sul é muito rica.
De autor desconhecido, por muito tempo, ficou em uma das paredes na primeira sede do SETCERGS a seguinte frase:
“Uma classe só é verdadeiramente forte no dia em que o problema de um for o problema de todos, e o problema de todos preocupar a cada um em particular. Assim, unidos, encaremos o futuro”.
A frente do Sindicato está o empresário José Carlos Silvano, que com os demais membros de sua diretoria, segue firme a filosofia inspirada naquela frase de autor desconhecido.
Agora mesmo o SETCERGS está lançando uma campanha de esclarecimento sobre a importância do transporte de cargas via rodoviária e a utilização do caminhão. Conversei ontem em um almoço na sede do SETCERGS com o presidente Silvano e ele enfatizou que “está na hora de parar de se acusar os caminhões, como se fossem os vilões das estradas e das cidades, porque atrapalham o trânsito, a circulação e a mobilidade das pessoas”.
Para o líder sindical dos transportadores de cargas o SETCERGS não pode aceitar este tipo de acusação, uma vez que existe a essencialidade do abastecimento, e isto só pode ser feito através dos caminhões. Citou como exemplo os ônibus que também possuem grande porte e são essenciais à população, no entanto, pouco se fala que eles também causam problemas à circulação mesmo tendo corredores próprios em algumas avenidas.
“Não se resolve problema de circulação de trânsito nas cidades retirando caminhões ou restringindo horário dos mesmos para o abastecimento do comércio”.
José Carlos Silvano, ressaltou que a entidade vai se posicionar na defesa dos associados se a Câmara de Porto Alegre aprovar Projeto de Lei que restringe a circulação de caminhões pelo centro da Capital.
Um diretor que estava ao lado, chamou a atenção para o fato de que não se resolve a questão de engarrafamento do trânsito limitando ou reduzindo a circulação desses veículos, se não houver um melhor planejamento. E exemplificou: “se minha empresa não pode circular com um caminhão acima de 4 toneladas, como consta no projeto de restrição, serei obrigado a colocar três ou quatro caminhões de menor porte. Outras empresas farão o mesmo. Quantos veículos a mais estarão circulando? – indaga. Então, não haverá solução, e sim maior complicação”, concluiu.
Pensando bem, ele tem razão.
A POLARIZAÇÃO DAS ELEIÇÕES
A eleição de 3 de outubro próximo será a 8ª depois da redemocratização do País, concluído o período revolucionário de vinte anos. De lá para cá, somente o PMDB repetiu vitórias alternativas com seus candidatos ao Governo do Rio Grande do Sul.
Vamos recordar: Em 1982 Jair Soares (PDS) venceu Pedro Simon, Alceu Collares e Olívio Dutra, com uma diferença sobre Simon de 22.643 votos; Em 1986, foi a vez de Pedro Simon (PMDB), vencer os concorrentes Aldo Pinto (PDT), Carlos Chiarelli (PFL), Clovis Ingenfritz (PT) e Fulvio Petraco (PSB). A diferença sobre Aldo Pinto foi de 869.153 votos.
Em 1990, Alceu Collares (PDT), chega ao Piratini tendo vencido Nelson Marchezan (PDS,PL,PFL,PRN e PSC), José Fogaça (PMDB) e Tarso Genro (PT,PSB,PCdoB e PCB). Somou 114.178 a mais que o segundo colocado Marchezan.
Na eleição seguinte em 1994, Antônio Brito é eleito pela coligação PMDB, PSDB e PL vencendo Olívio Dutra (PT, PSTU, PPS, PSB, PV e PCdoB). A diferença foi de 650.298 votos sobre Olívio Dutra. Concorreram ainda Sereno Chaise (PDT, PMN e PP), Celso Bernardi (PPR e PFL), José Luiz Gomes (PRN) e Irapuan Teixeira (Prona).
Em 1998, pela primeira vez o PT chega ao poder com Olívio Dutra na coligação com PSB, PCdoB e PCB somando 49,49% dos votos dos gaúchos contra Antônio Britto que concorria a reeleição apoiado pelos partidos PMDB,PPB,PSDB,PTB,PL,PFL,PSL,PSD,PRP e PTdoB.
Disputavam ainda: Emilia Fernandes (PDT,PST e PMN), Adilson Silva dos Santos (PRN e PRTB), Luiz Carlos Martins (Prona), Luis Roberto Saraiva Marques (PPS) e Nelson Vasconcelos (PV e PAN).
Em 2002, foi eleito governador Germano Rigotto (PMDB,PHS e PSDB). Seus adversários foram Tarso Genro (PT,PCB, PMN e PCdoB), Antonio Britto (PPS,PFL,PSL e PTtdoB, Celso Bernardi (PPB), Aroldo Medina (PL), Caleb Oliveira (PSB), Júlio Flores (PSTU), José Vilhena (PV), Carlos Scheneider (PSC), Luiz Carlos Olinto Martins (Prona), Oscar Jorge de Souza, PCO e Luiz Carlos Coelho Prates (PTN). Rigotto foi eleito com uma diferença sobre Tarso Genro de 230.646 votos.
Na última eleição (2006) a primeira mulher chega ao governo do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius, pela coligação SDB,PFL,PPS,PSC,PL,PAN,PRTB,PHS,PTC, Prona e PtdoB. Yeda somou 2.037.923 e Olívio Dutra 1.696.243 votos. Pela ordem classificaram-se ainda, Germano Rigotto (PMDB. PTB e PMN), Francisco Turra (PP), Alceu Collares (PDT), Roberto Robaina (PSOL, PSTU e PCB), Beto Grill (PSB),Edison Pereira (PV), Guilherme Giordano (PCO), Pedro Couto (PSDC).
Para a eleição de 3 de outubro estão registrados 10 concorrentes: Aroldo Medina (PRP-PTC), Carlos Schneider (PMN), Humberto Carvalho (PCB), José Fogaça (PMDB-PDT-PSDC-PTN), José Guterres (PRTB),Julio Flores (PSTU), Monserrat Martins (PV), Pedro Ruas (PSOL), Tarso Genro (PT,PSB,PCdoB,PR) e Yeda Crusius (candidata a reeleição) pela coligação PSDB,PPS,PP,PRB,PSL,PSC,PHS e PTdoB).O interessante é que sempre houve alternância no poder. É tradição do gaúcho não reeleger.