sábado, agosto 22, 2009

O ASSALTANTE

Tenho para mim que o indivíduo que se presta para assaltar teria que sofrer pena de morte. O que a repórter de Zero Hora, Michele Iracet, passou nas mãos de dois marginais assaltantes na semana passada, foi a mesma sensação que vivi quando, também, fui assaltado por uma dupla (um rapaz e uma moça) de motocicleta, no amanhecer do dia 3 de março em plena Av. Ipiranga, numa parada de ônibus.

Quem passa por algo semelhante nunca mais se esquece da cena. A Michele levava uma bolsa, eu uma pasta. Na bolsa portava chaves, celular e outros pertences. Na minha pasta eu tinha documentos, talão de cheque e uma pequena Bíblia que ganhara, não fazia muito tempo, de uma colega. Com um revolver apontado para minha cabeça, à jovem passou-me em revista e foram-se carteira com R$ 60, celular, que terminei de pagar a última prestação no mês passado, relógio que ganhara de presente no dia do Papai, e não pouparam nem meus óculos de grau que foi arrancado de meu rosto.

Até o horário da colega de Zero Hora era semelhante ao meu, “megacedo”: 5 horas da manhã.

A única diferença do diálogo dos assaltantes da Michele com os que me assaltaram é que os dela utilizavam bicicleta e ameaçaram matá-la:
– Quer ver eu te matar? Quer ver eu te matar?
O meu assaltante que apontava a arma prá mim, quando pedi que me deixasse os óculos disse-me apenas em tom de superioridade:
- Cala a boca!

Obedeci e eles sumiram ao ronco da moto. Nunca em toda a minha vida havia passado por momento tão degradante, a mercê de dois vagabundos, que se estivessem dessarmados seria capaz de dar-lhes uma boa surra. Infelizmente eu estava em desvantagem, dois contra um e ainda com um revolver na cara!

Na hora, durante a fração de segundos que se sucederam durante o assalto cheguei a pensar em reagir. Imaginei:
- Vou gravatear a moça, que é mais frágil, e usá-la como escudo, e com o pé chutar o assaltante que estava na moto. Cheguei mesmo a pensar nisso. Mas, em seguida desisti.

Assim como poderia obter sucesso e me sair bem na peleia, o contrário favoreceria os bandidos e sujeitar-me-ia a levar um tiro. Preferi me acobardar – no bom sentido do termo.

Nunca havia passado por experiência igual. Hoje avalio como a vida da gente vale pouco no confronto com os inimigos que agem de surpresa. Por isso, não tenho comiseração com ladrão e assaltante. Considero o assalto o crime mais vil e canalha dentre outros. Quantas e quantas pessoas por causa desse tipo de violência ficaram com seqüelas incuráveis ou morreram de enfarte!!!
Por isso não tenho dó de assaltante. A pena prá esse tipo de gente tinha que ser a morte.

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