terça-feira, agosto 18, 2009

O QUE OS JORNAIS NÃO PUBLICAM

Imagino o drama, a vergonha de uma pessoa execrada pela opinião pública quando seu nome aparece na mídia como – por exemplo – apontada como chefe ou participante de uma quadrilha que rouba o patrimônio público, sem que contra ela exista a culpa formal, ou seja, julgada, condenada.
Deve ser doloroso! As notícias sobre o escândalo ocorrido no Detran/RS já tem enchido páginas e páginas de jornais e espaço no Rádio e na TV. Todavia, prova provada de que os acusados de improbidade administrativa tenham sido condenados, ainda não aconteceu. O que há até agora é um pré-julgamento que a maioria da população rio-grandense faz de nomes que estariam envolvidos no escândalo Detran/RS. Amanhã pode não se confirmar o envolvimento de alguns.
Não tenho procuração e muito menos permissão para defender o deputado federal José Otávio Germano, mas a forma como vem sendo raivosamente atacado publicamente só pode ter uma explicação: a inveja, a arrogância e a soberba de alguns que não admitem o seu comportamento como homem, chefe de família e com o seu sucesso político. Custo acreditar que o deputado José Otávio depois de chegar onde chegou e tendo construído um invejável currículo, pertencente a tradicional família de políticos, fosse sujar suas mãos na vergonhosa aventura de se locupletar com o dinheiro público. Por isso também acho que a história está mal contada, aliás, título usado por ele mesmo no seu Blog para se defender das últimas insinuações a seu respeito, no caso Detran/RS. Leiam.
HISTÓRIA MAL CONTADA
Basta!
Prá tudo tem que ter um limite.
A “reportagem especial” publicada na edição dominical do jornal Zero Hora (16/08), sob o título “Conversas nas sombras. Um roteiro de medo, barganha e traições”, no que me diz respeito, não passa de uma história mentirosa, repleta de flagrantes equívocos e contradições, cuja narrativa, completamente desconectada da realidade, e consequentemente da verdade, se desenrola num cenário digno de uma obra de ficção, de muito mau gosto por sinal, deixando transparecer uma clara intenção de atacar impiedosamente minha honra e minha história de homem público, sem levar em conta os danos irreparáveis à minha condição de cidadão e pai de família.
Não desejo para ninguém o sofrimento que há quase dois anos venho passando, fruto das inverdades e calúnias sem fundamento, que se repetem de tempo em tempo, sempre com o mesmo conteúdo e a mesma agressividade, num sadismo cruel insaciável, deixando transparecer uma intenção voltada à interrupção de minha carreira política exitosa, conduzida dentro dos princípios do respeito à constituição brasileira, que jurei obediência em meus diversos mandatos, e dos ensinamentos de meu pai, espelho de minha conduta como cidadão e político.
A montagem realizada na reportagem, misturando trechos desconexos, pinçados de gravações descontextualizadas e dando crédito às declarações de terceiros, cujo teor, desprovido de comprovação, serve apenas para confundir ainda mais a opinião pública, desviando o foco daquilo que deveria ser o objetivo maior de uma reportagem investigativa: depurar o que é verdadeiro e o que é falso e, a partir daí, denunciar culpados e isentar inocentes, separando o joio do trigo, de forma que as referências jornalísticas se processem de maneira desigual, ou seja, dando tratamento diferenciado para culpados e inocentes.
No que me diz respeito, quem me acusa ou quem escreveu a matéria, tivesse se empenhado um pouco na averiguação dos fatos citados nos diálogos, constataria, por exemplo, que as fotos entregues ao meu irmão eram realmente fotos. Do seu casamento. Realizado duas semanas antes, e que lhe estavam sendo repassadas por ocasião do seu retorno da lua de mel. Nada a ver, portanto, com algum código cifrado, dando a elas (fotos) o significado de dinheiro.
Cito este episódio como um exemplo da simplicidade de fatos que, maldosamente, estão sendo tratados como atos criminosos. Aliás, não bastasse a fragilidade dos argumentos condenatórios às minhas declarações e atitudes, o autor da matéria ainda me coloca na condição de protagonista maior da sua narrativa ficcionista, afirmando que eu tinha o “comando total do esquema”, e creditando ser minha a alcunha “jurídico” - pinçada de uma das tantas gravações de difícil compreensão -, denominação esta que jamais alguém utilizou para me identificar. Tal descrição não passa de uma tentativa de apresentar-me, no fictício roteiro da tal reportagem especial, como o bandido da história.
Se esta foi a intenção do autor da matéria, ele errou feio. Não cabe em mim o papel de líder do mal. O Rio Grande me conhece e sabe que minha liderança sempre foi positiva. Na minha atuação parlamentar, dinheiro público sempre foi e continuará sendo, sinônimo de probidade e benefício, à Nação, aos Estados, especialmente o meu querido Rio Grande do Sul, aos Municípios e a toda a sociedade gaúcha. Continuo sendo o mesmo José Otávio de sempre, apenas mais sofrido, fruto das injustiças, mentiras e calúnias que me são imputadas. Mas esta experiência, ao contrário de me abater, me estimula e me dá forças para continuar cumprindo o mandato que me foi confiado, agora com esforço redobrado, para retribuir e honrar cada voto que me foi confiado. Foi assim quando iniciei na política, como vereador da minha querida Cachoeira do Sul. Foi assim quando exerci, por duas vezes, o mandato de deputado estadual, sendo que num deles, ocupei por dois anos a presidência da Assembléia Legislativa. Foi assim quando ocupei funções no Executivo estadual, como Secretário dos Transportes, no governo Britto, e Secretário da Justiça e da Segurança, no governo Rigotto. Foi assim quando exerci cargos no Governo Federal, na gestão do presidente Fernando Henrique Cardoso, onde fui Ministro substituto do Esporte e do Turismo e, depois, Secretário Nacional dos Esportes. Foi assim no meu primeiro mandato como deputado federal e está sendo assim no meu segundo, onde apesar de toda a exposição negativa de meu nome e da minha imagem, fui indicado para presidir a Comissão de Minas e Energia e, atualmente, para a presidência da Frente Parlamentar de Infraestrutura Nacional. Talvez a razão de tantos ataques e injúrias esteja neste currículo vitorioso e nos quase 200 mil votos que fiz na eleição de 2006. Aliás, por coincidência, ou não, o início das acusações maldosas ocorreu um dia após o meu nome ter sido lançado como pré-candidato do PP à Prefeitura de Porto alegre. Aproveito a ocasião para esclarecer outro termo, citado também de maneira torpe, mas cujo significado, para quem me conhece, sabe ser usual e verdadeiro. Refiro-me ao termo “irmão”. Trata-se de uma expressão que utilizo indiscriminadamente, pois carrega consigo um significado de afeto e respeito as pessoas, característica própria da minha personalidade e do meu jeito de fazer política.
Desculpem o desabafo. Mas não dá prá ler uma reportagem fantasiosa como esta da Zero Hora e ficar calado. Quando isto vai parar? Já faz três anos e meio que deixei a secretaria da Segurança e ainda me atribuem culpa das coisas que acontecem no Detran, apesar de ter prestado todos os esclarecimentos que se impunham, na CPI do Detran, numa oitiva que durou mais de oito horas. Na ocasião, o Ministério Público Federal, que acompanhou tudo, inclusive o trabalho desenvolvido pela Polícia Federal, disse não ter encontrado nenhum indício que me envolvesse nos fatos abordados.
Mas meus algozes não se contentaram com a minha inocência e tentam, de todas as formas possíveis e imagináveis, me imputar alguma espécie de culpa. E para isso vale tudo. Réus desacreditados passaram a ser acusadores confiáveis. Interesses políticos disfarçados de denúncias, mesmo sem sustentação comprobatória, transformam seus autores, sejam eles partidos ou militantes, em “verdadeiros paladinos da moral e dos bons costumes”. Mesmo aqueles maculados por falcatruas notórias e recentes. De tanto insistirem, conseguiram me colocar na condição de réu, numa absurda denúncia de improbidade administrativa. Lamento informar-lhes que não conseguirão atingir-me, pois como diz o ditado, a mentira tem perna curta. No final a verdade irá prevalecer, comprovando minha total inocência. Para tanto, confio no talento, capacidade e experiência do meu advogado e ex-procurador, Dr. José Antônio Paganella Boschi.
Para finalizar esse meu sentimento de inconformidade com a forma como meu nome foi envolvido na reportagem citada e em tantas outras já divulgadas, com o mesmo DNA da irresponsabilidade e da falta de conexão com a verdade, manifesto minha indignação com o tratamento cruel e discriminatório com que as matérias produzidas por parte da imprensa, estão me retratando nas questões pertinentes a Operação Rodin e suas conseqüências. Não me recordo de ter visto nada parecido, nem mesmo com os piores bandidos, que confessaram seus delitos. Ao concluir, deixo algumas indagações. Se não existem provas que atestem minha culpa nas acusações que me são atribuídas. Se não fui julgado, nem condenado. Por que essa insistência em expor-me constantemente de forma negativa, repetindo textos e fatos já divulgados e explicados? O que se esconde por detrás de tanta má vontade para comigo? Por que de uma hora para outra as declarações de réus, que até pouco tempo eram retratados por Zero Hora como desqualificados em termos de credibilidade, passaram a ser fonte confiável pelo mesmo jornal?
Enquanto as respostas não aparecem, sigo meu caminho de parlamentar, de filho, pai e esposo. Ereto, de cabeça erguida, disposto a enfrentar as mentiras, as calúnias e as desfalçatezas.
Lamento apenas não possuir um jornal de grande circulação para poder me defender em igualdade de condições – aqueles que me atacam em manchetes de capa e páginas inteiras, quando me oferecem espaço para apresentar meu contraponto, o máximo que publicam são algumas poucas linhas -, faço isto através deste blog, numa verdadeira luta de Golias contra Davi.
Apesar disso, nada temo. Afinal, creio em Deus e na justiça divina, confio na justiça dos homens e tenho a verdade como aliada. Aos milhares de gaúchos, meus irmãos da lida diária, que me tornaram seu representante através do voto, e aqueles que me incentivam e me dão alento nos momentos mais difíceis, asseguro que não os decepcionarei. Trago comigo, com muita honra, a marca dos Germanos, cuja tradição de bem servir ao povo gaúcho ultrapassou a fronteira do compromisso político, tornando-se uma razão de viver.
Por isso, continuem confiando em mim. A verdade haverá de vencer a mentira. Forte abraço”.
Enquanto a Justiça não julgar, não adianta condenar!

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