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AS MÃOS DE MEU PAI

Hoje, domingo, 9 de agosto, o calendário de festividades do ano é consagrado aos Pais. Como não tenho Pai, o meu já foi para outra dimensão, como afirmam uns e para o outro lado da vida outros se assim pode-se dizer, desejo homenagear todos os pais que me prestigiam com sua presença diária neste Blog.
Mário Quintana o grande e inesquecível poeta rio-grandense falando sobre a figura do Pai, expressou em um poema que intitulou-o “As mãos de meu pai”, uma página comovente e ao mesmo tempo muito significativa para um dia como o de hoje.

“As tuas mãos têm grossas veias
como cor azuis
sobre um fundo de manchas já da
cor da terra.
- Como são belas as tuas mãos
pelo quanto lidaram, acariciaram
ou fremiram na
/nobre cólera dos justos...

Porque há nas tuas mãos, meu
velho pai, essa
beleza que se chama
simplesmente vida.

E, ao entardecer, quando elas
repousam nos
/braços da tua cadeira
predileta,
uma luz parece vir de dentro
delas...

Virá dessa chama que pouco a
pouco, longamente,
/vieste alimentando na
terrível solidão do mundo,
como quem junta uns gavetos e
tenta acendê-los contra o vento?
Há! Como os fizeste arder, fulgir,
com o milagre das tuas mãos!

E é, ainda, a vida que transfigura as
tuas mãos nodosas...
essa chama de vida – que
transcende a própria vida
...e que os Anjos, um dia, chamarão de alma”.

Um abraço fraterno a todos os Pais.