sábado, agosto 29, 2009

A ENTREVISTA

Se é algo que irrita durante uma entrevista no rádio ou programa de televisão é o apresentador falar mais que o entrevistado, e às vezes, ele mesmo além de formular a pergunta, responde. Isso é um vício lamentável!
Milito no rádio há 47 anos, e ainda continuo em atividade, mas noto que companheiros mais novos na profissão, adquirem certos vícios radiofônicos que nunca mais corrigem. É o vício de falar demais. Quem tem que explicar e falar é o entrevistado.
Faço esta crítica porque tenho observado que em emissoras consideradas líderes de audiência em Porto Alegre, alguns de seus profissionais - antigos no uso da “latinha” - são mais papagaios do que radialistas. Sem falar no despreparo de alguns que por não conhecerem determinada matéria se julgam os donos da verdade e quebram a cara. É o caso – por exemplo - de um programa antigo, muito ouvido, de uma emissora tradicional de Porto Alegre que entrevista políticos e explora o noticiário do dia. Tem momentos que a confusão de vozes que se estabelece na discussão é tanta, que o ouvinte tem dificuldades de acompanhar e entender o que falam. Aliás, o seu apresentador antes de tudo deveria consultar uma fonoaudióloga para corrigir o modo de falar. Há momentos em que enrola tanto que nada se entende do que quer dizer. Já ouvi o próprio apresentador reclamar dos seus entrevistados que todos querem falar ao mesmo tempo e o ouvinte não entende, mas ele próprio também não se corrige e há momentos que toma partido de um lado ou do outro. Acho que o entrevistador deve provocar o entrevistado a dizer o que o ouvinte quer saber, e não a sua opinião.
Mas, o que eu desejaria dizer é que ouvi uma entrevista na televisão do padre Fábio de Melo feita pela apresentadora Adriane Galisteu na TV-Band. Foi um bate papo descontraído, agradável, onde se percebeu mais uma vez como deve ser um padre nos dias de hoje. Em nenhum momento da entrevista, mesmo tendo sido questionado por Galisteu sobre questões pessoais, ele não se sentiu constrangido, nem mesmo na hora em que lhe foi perguntado:
- Padre o senhor antes de ir para o seminário chegou a ter namoradas?
E ele respondeu que sim, teve várias namoradas e que trocava de amor muito rápido porque se apaixonava com facilidade. Também admitiu que é assediado pelas mulheres, mas que “sabe diferenciar os tipos de amor”. E por isto, não responde a cantadas.
O padre Fábio de Melo que tem feito muito sucesso com o lançamento de discos disse que não vive do dízimo, e chegou a admitir com tranqüilidade, que fica com parte do dinheiro dos shows para seu sustento, ajudar sua mãe e seu irmão.
Sinceramente, gostei da entrevista, e é de pessoas como o padre Fábio Melo, principalmente, que os jovens gostam. Além de carismático tem o dom da palavra. É ótimo!
Fábio José de Melo Silva, (este é seu nome completo), nasceu na cidade de Formiga (Minas Gerais), no dia 3 de abril de 1971. Tornou-se nacionalmente conhecido por seu trabalho como comunicador: sua obra compõe-se de 6 livros publicados e também de 11 CDs que, juntos, venderam mais de 1,8 milhão de unidades. Mestre em antropologia teológica , foi ordenado em 2001 e atua na diocese de Taubaté, interior de São Paulo. Ele é o caçula dos oito filhos do pedreiro Dorinato Bias Silva e da dona-de-casa Ana Maria de Melo Silva.
Esse era um padre que gostaria tê-lo em minha paróquia. Ele tem um programa na TV Canção Nova, as quintas-feiras às 22h30min, "Direção Espiritual". Assista, você vai gostar.

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