quarta-feira, julho 14, 2010

SOU CONTRA

Já vou declarar de cara que sou contra a realização da Copa do Mundo no Brasil em 2014. Um país terceiromundista onde falta, principalmente, saúde, segurança e educação, o tripé em que se sustentam todas as candidaturas a cargos eletivos de governo; transporte deficiente e “outras cocitas mas” não pode bancar um campeonato que só engorda interesses que não são os da sociedade. Penso até que antes de qualquer decisão nesse sentido (agora já foi tomada) deveria haver um plebiscito.
Ora, onde já se viu a FIFA querer ditar o que deve e o que não deve ser feito para que um país seja sede do campeonato mundial de futebol!
E me admira muito os governos consentirem que assim seja. Só com o dinheiro que será gasto para construção de novos estádios e toda a infraestrutura exigida pela FIFA, daria para acabar com os problemas da saúde neste país, por exemplo.
Até hoje ninguém ousou dizer a população brasileira qual será o tamanho da conta. Não existe um orçamento ainda. O que há de efetivo é o orçamento do Comitê Organizador e uma avaliação do gasto com os estádios. O montante que caberá ao governo, de recursos para obras de infra-estrutura, só será definido a partir do final do ano que vem, quando serão definidas também as sedes do torneio.
Sobre a realização do Mundial, o ex-presidente do Banco Central, Carlos Langoni, afirma que os brasileiros, às vezes, sentem "complexo de inferioridade". Segundo ele, o Brasil vive um momento único na economia e está certo de que isso fará com que o País não tenha dificuldades em encontrar investidores para o projeto.
O que se discute não é questão de “complexo de inferioridade” é saber quanto vai sair do caixa do governo para satisfazer um gasto astronômico cujo resultado não se sabe se valerá o sacrifício dos brasileiros. É isso que precisamos saber.
Na última segunda-feira, o secretário-geral da Fifa Jerome Valcke havia dito que o Brasil tinha problemas com estádios, estradas, sistema de telecomunicações e aeroportos. O dirigente também se mostrou preocupado com a capacidade da rede hoteleira do País. Ora, mas se há todos esses problemas apontados pelo secretário-geral da Fifa, somados a outros do próprio TCU – Tribunal de Contas da União que classifica as obras “impressionantemente atrasadas” por que insistir em querer aqui a Copa do Mundo?
Os técnicos do TCU dizem que quanto mais vagos são os contratos, mais difícil fica a fiscalização e citam o caso do Panamericano de 2007, quando o governo federal teve de dar um socorro emergencial ao Rio, lembram? O orçamento inicial de R$ 520 milhões virou uma obra de R$ 4 bilhões.
O próprio presidente Lula apesar de não admitir que o Brasil está atrasado com as obras de infraestrutura para a Copa e a Olimpíada de 2016, reconhece que o País terá de correr contra o tempo.
Mas é Lula que teima em afirmar que será “plenamente possível a gente inaugurar essas obras até 2016. Aqui faz muito sol; aqui, de vez em quando, a gente pode trabalhar em dois turnos; aqui, de vez em quando, se quiser, a gente pode trabalhar em três turnos; aqui, de vez em quando, a gente pode trabalhar aos sábados e domingos, ou seja, aqui a gente pode acertar qualquer coisa, desde que o objetivo seja a gente entregar a obra da melhor qualidade possível, no menor prazo possível", disse.
Aqui só não se faz nada para resolver os problemas da saúde, dos aposentados do INSS, educação e segurança. E é por isso que sou contra a realização da Copa do Mundo no Brasil em 2014.

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