terça-feira, julho 27, 2010

FESTA DOS CAMINHONEIROS
Domingo fui participar, a convite da Federação dos Caminhoneiros Autônomos e SINDICAM de Caxias do Sul da tradicional festa dos Caminhoneiros. Nessa ocasião, estas entidades conseguem lotar a Igreja de São Cristóvão construída em forma de cabina de caminhão, o altar é a frente de um caminhão, e o almoço reúne mil pessoas no salão de esportes da paróquia.
A festa faz parte do calendário turístico de Caxias do Sul através de decreto executivo que considera festa do município.
Durante o período que precedeu a missa tive oportunidade de conversar com vários motoristas e ouvir deles muitas histórias que ocorrem durante suas viagens pelo Brasil a fora.
Interessante, a maioria delas é de queixa contra a atuação da Polícia Rodoviária – digo melhor – de maus policiais rodoviários que deslustram a tradição da instituição quando a beira da estrada pedem uma “onça”. Onça é uma gíria usada e significa propina.
Ele explica que por causa de uma brincadeira quase ficou retido. Disse que quando se aproximou do guarda ele falou: “trouxe minha onça?”
Respondi: não, porque ela está no mato. Até explicar que era uma brincadeira levei mais de meia hora para convencê-lo que não queria ofender, era apenas caçoada.
Recebem qualquer quantia – concluiu.
Fiz as contas, numa rodovia como a Castelo Branco, Régis Bittencourt e outras bastante movimentadas, um policial pode faturar a R$ 10 cada caminhoneiro, cerca de mil por dia. Ganha mais que o presidente da República.
Um outro comentou as exigências que estão sendo postas em prática pelas empresas de transporte. Com a nova tecnologia implantada nos caminhões pelas fábricas, o motorista é obrigado a fazer curso de especialização, pois os caminhões que saem das montadoras utilizam sistema computadorizado.
Portanto, as mudanças no transporte de cargas que chegaram aos caminhões, como as novas tecnologias que os tornaram mais eficientes, chegaram também aos motoristas na forma de exigências que ultrapassam o currículo de anos e anos na estrada. Para ser profissional afinado com o mercado e se manter competitivo, o carreteiro precisa estar sempre atualizado através de treinamentos e cursos, cuidar da aparência, do caminhão e procurar manter o nome limpo na praça. Apesar de haver profissionais que resistem às mudanças, há também aqueles que acreditam que as novas regras estão contribuindo para a categoria se profissionalizar e se valorizar, além de ganhar mais respeito.

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