domingo, julho 04, 2010

LEI CONTRA O BULLYNG
Já está em vigor a Lei aprovada pela Assembléia Legislativa que estimula políticas antibullyng nas escolas gaúchas, depois de constatado que esse problema vem se avolumando de forma quase incontrolável entre os jovens adolescentes.
A lei do deputado Adroaldo Loureiro (PDT) foi aprovada por unanimidade dos parlamentares e sancionada pela governadora Yeda Crusius na semana passada. A sociedade, principalmente os pais, quer dar um fim a esse problema social que tem causado sérios problemas psicossomáticos em crianças vítimas – justificou a governadora dirigindo-se á imprensa através de nota.
Aqui no Rio Grande do Sul a lei chega um pouco atrasada, mas valeu a intenção. Em São Paulo todas as 5.300 escolas estaduais receberam, no início do ano letivo, um "manual contra o bullying". A ação é parte do projeto da Secretaria da Educação de prevenção contra a prática de violência física e psicológica ou discriminação nas escolas. O manual é usado pelos diretores, coordenadores pedagógicos e professores das escolas, e não pelos alunos. O bullying é um problema que deve ser enfrentado em todo ambiente escolar. Algo grave, que merece atenção de diretores, professores e coordenadores
A palavra "Bully" é de origem inglesa e significa "valentão". Grande parte das pessoas confunde ou tende a interpretar o bullying simplesmente como a prática de atribuir apelidos pejorativos às pessoas, associando a prática exclusivamente com o contexto escolar. No entanto, tal conceito é mais amplo. Para o cientista norueguês Dan Owelus, o bullying se caracteriza por ser algo agressivo e negativo, executado repetidamente e que ocorre quando há um desequilíbrio de poder entre as partes envolvidas. Desta forma, este comportamento pode ocorrer em vários ambientes.
Basicamente, a prática do bullying se concentra na combinação entre a intimidação e a humilhação das pessoas, geralmente mais acomodadas, passivas ou que não possuem condições de exercer o poder sobre alguém ou sobre um grupo. Em outras palavras, é uma forma de abuso psicológico, físico e social.
Falando especificamente do ambiente escolar, grande parte das agressões é psicológica, ocasionada principalmente pelo uso negativo de apelidos e expressões pejorativas.
No entanto, as práticas do bullying no ambiente escolar também se referem às agressões de caráter físico. Um dos casos mais chocantes de bullying escolar foi o de Curtis Taylor, um aluno do oitavo ano de uma escola secundária em Iowa, Estados Unidos. Curtis foi vítima do bullying durante três anos consecutivos: era espancado nos vestiários da escola, suas roupas eram sujas com leite achocolatado e seus pertences, vandalizados. Curtis não resistiu ao sofrimento e humilhação e suicidou-se em 1993. Este não foi um caso isolado. Na década de 90, os Estados Unidos se depararam com uma onda de tiroteios em escolas, realizados por alunos que se intitulavam vítimas da prática.
Depressão, ansiedade, estresse, dores não-especificadas, perda de auto-estima, problemas de relacionamento, abuso de drogas e álcool são os principais problemas associados ao bullying.
Por tudo isto precisamos combater o bullyng e estar alertas.
Veja o que a lei prevê: reduzir a prática de violência dentro e fora das instituições escolares tanto públicas como particulares. Promover a cidadania, a capacidade empática e o respeito aos demais.
Disseminar conhecimento sobre o fenômeno entre os responsáveis legais pelas crianças e pelos adolescentes.
Identificar, em cada instituição, a incidência e a natureza de práticas de bullyng.
Desenvolver planos locais para prevenção e o combate às práticas de bullyng nas instituições de ensino.
Treinar os docentes e as equipes pedagócicas para o diagnóstico do bullyng e para o desenvolvimento de abordagens de caráter preventivo.
Orientar as vítimas de bullyng e seus familiares, oferecendo-lhes o necessário apoio técnico e psicológico, objetivando garantir a recuperação da autoestima das vítimas e a redução dos eventuais prejuízos em seu desenvolvimento escolar.
Orientar os agressores e seus familiares sobre os valores, as condições e as experiências relacionadas à prática do bullyng, de modo a conscientizá-los a respeito das conseqüências e evitar tanto quanto possível a punição dos agressores, privilegiando mecanismos a fim de promover sua mudança de comportamento.
Este é um trabalho que precisa ser implementado pelos pais e pelas escolas.

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