terça-feira, julho 06, 2010

O CONTRASTE
Disparadamente Porto Alegre tem o melhor transporte coletivo do país: a Carris Porto-Alegrense. Seguidamente é citada como uma das empresas de melhor conceito em matéria de transporte urbano, já tendo ganho vários prêmios e é apontada pelos engenheiros de trânsito como exemplo. O município que quiser implantar o seu transporte de passageiros urbano, tem que se espelhar na Carris. Ponto.
A única falha que destoa um pouco essa fantástica organização, (e não é culpa dela, mas respinga nela), são as chamadas estações de ônibus, para outros, paradas de ônibus. O estado em que se encontram é lastimável, cujo resultado demonstra a falta de planejamento.
No mês de março – muitos devem estar lembrados – um jovem estudante de 21 anos perdeu a vida, em conseqüência de uma descarga elétrica no abrigo da Av. João Pessoa ao encostar-se à grade que separa a parada de ônibus da pista, que tem por objetivo proteger as pessoas dos veículos que circulam naquela movimentada avenida. Puro descaso do serviço de manutenção da Prefeitura.
Somente depois do lamentável episódio, a EPTC – Empresa Pública de Transportes e Circulação – resolveu o problema de energização das estruturas metálicas, isto é, precisou morrer alguém para que se encontrasse uma solução, e ainda homenagearam a vítima dando seu nome aquela parada.
Os abrigos dos ônibus são uns lixo. Estão depredados, os locais são sujos, vários deles apresentam falta de cobertura. Enfim, não dá para chamar esses locais de abrigos ou parada de ônibus. E não se observa por parte da administração do município nenhuma ação que viesse a contemplar os usuários de ônibus da capital.
A EPTC que nos últimos anos se notabilizou por sua fúria arrecadatória e produção de multas em escala industrial, tem a obrigação de prover a cidade com paradas e abrigos decentes, seguros e limpos. E não somente isto, que esses abrigos sejam padronizados e não como é hoje. A cada quadra existe um tipo de abrigo diferente. É uma vergonha que uma capital como Porto Alegre, não tenha até hoje definido um padrão para esse tipo de equipamento. Essa variedade de coberturas não só dificulta a sua manutenção como enfeia a cidade e atesta o pouco caso com que o Executivo Municipal tem tratado o usuário do transporte coletivo de Porto Alegre. E eu que pensei que na prefeitura alguém enxergasse esse descaso!
Sempre que se reclama sobre essa questão dos abrigos a EPTC diz que não tem dinheiro, mas uma boa medida que a empresa deveria tomar é publicar o seu balanço anual em seu site. Todos nós, contribuintes desta cidade, temos o direito e a curiosidade de saber como tem sido sugerido os recursos dessa empresa, que é pública no nome, mas tem agido como se fosse um feudo privado.



Nenhum comentário: