sábado, setembro 25, 2010

UMA HORA UMA COISA...
É exatamente isto. Uma hora uma coisa, outra hora outra coisa. É assim que age o presidente Lula. Como vem fazendo sistematicamente nos últimos dias, antes de sua vinda a Porto Alegre para o comício dos candidatos de seu partido a presidência da República e governo do Estado, o presidente desta vez não atacou a imprensa. Amenizou o impacto de declarações recentes, quando chegou a dizer que setores da imprensa "destilavam ódio e mentira" em relação a seu governo. Pregou "humildade" e disse que a mídia é "muito importante" ao país. "A imprensa é muito importante. A gente às vezes fica zangado quando a imprensa fala mal da gente, a gente fica feliz quando a imprensa fala bem. Quando a matéria dos jornais sai falando mal a gente ninguém gosta, quando fala bem o ego da gente cresce. A gente precisa ter humildade. Democracia é exatamente isso, cada um fala o que quer, e o povo na ultima hipótese faz o grande julgamento, balizando e consolidando a democracia", afirmou.
Uma hora diz uma coisa, outra hora diz outra.
O editorial de Zero Hora, intitulado “Opinião da RBS O PRESIDENTE E A IMPRENSA” desta sexta-feira, foi de uma oportunidade ímpar.
Na sua crítica a imprensa Lula afirmou que alguns jornais e revistas (referindo a Veja) estão se comportando como partidos políticos e que este é um papel incondizente com a liberdade de comunicação existente no país. Ele se refere às recentes denúncias de irregularidades na Casa Civil e na Receita Federal, que podem trazer prejuízos políticos para a sua candidata à sua sucessão.
É interessante que ao longo de sua carreira política o então sindicalista sempre defendeu a liberdade de imprensa. Ele não se lembra que em 2006 deu aval à Carta de Chapultepec documento internacional de defesa de livre expressão?
Ele não se lembra que disse que devia sua própria liberdade aos veículos de comunicação que acompanharam o episódio de sua prisão pelo regime ditatorial de 64?
Se estava correto o presidente naquela oportunidade, não pode estar agora, quando incita os brasileiros contra os jornais, rádios e TVs que criticam e fazem denúncias de seu governo.
Não fosse a imprensa alguém ficaria sabendo dos escândalos do mensalão; dos sangue-sugas; dos Correios; e mais recentemente na Casa Civil (novamente)?
E a candidata Dilma Rousseff tem que parar de dizer que o Rio Grande do Sul tem de continuar crescendo como o Brasil. É o contrário, ela tem que proclamar que gostaria que o Brasil crescesse como o Rio Grande. As estatísticas estão aí para comprovar.
Por tudo isto, o eleitor tem que estar atento, porque uma hora diz uma coisa, logo ali afirma outra. Isto se chama incoerência.

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