segunda-feira, setembro 13, 2010

BONITO EXEMPLO
Um bom exemplo político acaba de ser dado pelo município de Cruz Alta. Os dirigentes partidários locais formaram um comitê de apoio aos candidatos Pedro Westphalen para deputado estadual e Luiz Noé para deputado federal. O curioso é que os dois são de partidos adversários: Westphalen é do PP, aliado da governadora Yeda Crusius, e Luiz Noé, do PSB, que apoia Tarso Genro. A campanha batizada de “Minha bandeira é Cruz Alta, meus deputados são daqui” sustenta que, por conhecerem as reais necessidades do município, os candidatos da terra estão mais comprometidos com as demandas regionais.
No meu comentário anterior, a respeito do pleito que se avizinha, sugeria quase a mesma coisa, ou seja, que Erechim e os cerca de 40 municípios do Alto Uruguai fechassem questão em torno dos candidatos locais, porque ninguém melhor que eles conhecem os problemas da região.
Como neste país pouco se cria, tudo se copia, não custa imitar Cruz Alta e canalizar os quase 200 mil votos da região para os candidatos que a ela pertencem.
Segundo consegui apurar concorrem: Altemir Tortelli (PT) de Ponte Preta; Ivar Papan (PT) Erchim; Evandro Agídio Zambonato, (PSDB) Itatiba; Fernando Barp, (PCdoB), Erechim; Luiz Antônio Tirello (PTB), Erechim; Neiva Lazarotto (PSOL) Viadutos; Luiz Francisco Schmidt (DEM), Erechim e Waldomito Fioravante, (PSB) Erechim.
Mostraram-me uma foto dos canteiros da Av.Maurício Cardoso, a principal da cidade, e constata-se a invasão de candidaturas que são de outras regiões. Ora, sabendo da preferência do eleitorado em preferir nomes fora da região é óbvio que acamparam-se na cidade até com abertura de diretórios para atrair o voto do eleitor local.
Vou repetir mais uma vez, é por isso que sou favorável ao voto distrital. O sistema do Voto Distrital Misto foi criado na Alemanha, logo depois da II Guerra Mundial.
Qual é a diferença das regras atuais?
Pelas regras atuais, o voto é proporcional. Um deputado pode se eleger com votos de qualquer lugar do seu estado. O que determina quantas cadeiras cada partido terá é a soma da votação de legenda e da votação nominal dos candidatos do partido. Os mais votados ocupam as vagas.
No sistema distrital, cada estado é dividido em um número de distritos equivalente ao de cadeiras no Legislativo. Os partidos apresentam seus candidatos e ganha o mais votado em cada distrito. A condição básica para dividir o mapa é que cada área tenha um número equivalente de eleitores. Os distritos do podem abranger vários municípios pequenos ou grandes municípios podem ser divididos em vários distritos.
Estuda-se muito, porém, um sistema misto. Nesse modelo, os estados são divididos num número de distritos equivalente à metade do número de vagas no Legislativo. Metade dos deputados é eleita pelos distritos e metade, por listas de candidatos feitas pelos partidos. Os nomes e a ordem de preferência na relação são definidos nas convenções de cada partido. Quanto mais votos de legenda um partido tiver, mais vagas poderão preencher com os candidatos eleitos pelos distritos. Se eles forem insuficientes para preencher todas as vagas, chega a vez dos que estiverem na lista.
Para o cientista político Bolívar Lamounier o voto distrital aumentaria o poder de fiscalização dos eleitores sobre os representantes, pois acredita ele que as regras atuais facilitam a atuação de políticos que conseguem se reeleger em outro local mesmo que não tenham tido um bom desempenho parlamentar.
Enquanto não acontecer uma reforma política que institua a Voto Distrital vamos ter sempre essa avalanche de candidatos, muitos dos quais, sem condições de exercer a atividade parlamentar. É só assistir o horário político. Tem cada um!!!!!!!!

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