sexta-feira, outubro 01, 2010

GREVE BANCÁRIA
O direito de greve é bom para quem pode fazer greve, mas é muito ruim para quem não pode exercer esse direito, no caso os aposentados e os que não são sindicalizados. Veja-se o problema que a paralisação dos bancários está causando à sociedade. O serviço bancário é essencial, como o é a saúde, os transportes urbanos e outros setores que, ao não trabalharem, originam uma série de transtornos na vida do brasileiro.
Ontem pela manhã, por exemplo, tive que comparecer a fila do banco, pois as operações que necessitava, obrigava-me a ser atendido pelo caixa. Tive sorte, pois o banco onde compareci estava atendendo com menos de sua capacidade funcional normal. Demorou um pouco mais, mas consegui ser atendido.
Enquanto permanecia na fila, ouvi de tudo um pouco. Teve um cliente que botou a boca no trombone e xingou os funcionários, sendo contido por outros que, demonstrando maior equilíbrio, fizeram compreender que ruim com o atendimento a meia boca, pior sem ele. Com tal ponderação ele se acalmou.
Uma mulher, conversando em voz alta, para todos ouvirem, bradava críticas a governadora Yeda, culpando-a pela greve.
Santa ignorância!!! E o pior é que tem gente que acredita. É o mesmo que eu dissesse que o candidato Tarso Genro é um dos que apoiam a greve com os demais candidatos de esquerda. E muita gente acreditaria.
As pessoas hoje em dia devem ter um pouco mais de urbanidade e discernimento, e não falar a toa aleivosias que mais prejudicam do que ajudam.
A greve é boa só para os funcionários dos bancos, mas não para quem precisa do mesmo.
Por outro lado, os banqueiros que nunca perdem, bem que poderiam ser mais sensíveis, ouvir a categoria, acelerar o estudo das reivindicações e encontrar alternativas que resolvam o impasse. Uma greve sempre causa prejuízos, a perda, o transtorno, a irritação nunca é do banqueiro.
A propósito, apesar do direito de greve ser constitucional, a negociação e a solução do impasse tem de ser celere para não prejudicar a sociedade que depende do banco.
Por sua vez é importante que os grevistas também se conscientizem que o serviço que prestam é essencial e que não podem, por isso, eternizar uma greve.
A partir do momento que os bancos paralisam as suas atividades por um longo período, causa reflexo no próprio direito constitucional de acesso do cliente ao seu banco.
A greve dos bancários me faz lembrar o que disse o presidente Lula numa visita recentemente a Manaus: “Diferentemente da época em que era dirigente sindical, as greves de hoje viraram “uma coisa maluca” e comparou algumas ações dos grevistas às ações dos traficantes dos morros do Rio de Janeiro.
“Hoje, mudou esse negócio de greve. No meu tempo, fazia passeata de milhares de pessoas para o governo poder ter medo. Hoje, eles contratam primeiro um cara para colocar faixa, aí vai um cara na frente e enche de faixa. Depois, contrata um cara com uma corneta, como essas vuvuzelas da África do Sul, para tocar o dia inteiro, e também um cara para soltar foguete de três em três horas. Parece aquela meninada avisando para o narcotráfico correr nas favelas. Virou uma coisa maluca”. Palavra de quem já foi grevista.



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