sexta-feira, outubro 29, 2010

FEIRA DO LIVRO HOMENAGEIA A TRADIÇÃO GAÚCHA
A cultura gaúcha inegavelmente passa por Paixão Côrtes, um santanense de 83 anos e um dos responsáveis pelo movimento tradicionalista no Rio Grande do Sul, agrônomo de profissão e eleito patrono da Feira do Livro em Porto Alegre, cuja abertura se dá na noite desta sexta-feira na Praça da Alfândega.
Posso dizer que sou seu amigo, pois quando aqui cheguei na Assembléia Legislativa, foram inúmeros os nossos contatos, alguns ocasionais e outros não. É que o Paixão, houve uma época que com o apoio do deputado Francisco Appio, admirador da cultura tradicionalista, publicou pequenas obras para distribuição gratuita às escolas, todas elas objeto de pesquisas, com a intenção de contribuir com a cultura gauchesca original dentro de um programa cultural, lançado pelo parlamentar. Tanto que, mais de 20 mil livros hoje fazem parte das bibliotecas de diversas escolas do Rio Grande.
João Carlos Paixão Côrtes é a mesma figura que serviu de modelo para o escultor Antônio Caringi criar a Estátua do Laçador, imponente figura arquítipa do gaúcho que recepciona os visitantes que chegam a Porto Alegre pelo aeroporto Salgado Filho.
Faz parte de sua biografia também, a criação do movimento tradicionalista surgido no início dos anos 50 no Estado, juntamente com Barbosa Lessa, outro gaúcho compositor e escritor.
Um papo, uma prosa com Paixão Côrtes é uma delícia. Ele tem uma imensa bagagem de conhecimento que enche várias malas de garupa.
Se você perguntar a ele como surgiu a bombacha, é capaz de ficar uma hora explicando de onde veio, como surgiu e qual a sua importância na vestimenta do gaúcho.
A publicação dos livros de Paixão Côrtes começou em 1950 com Manual de Danças Gaúchas, em parceria com Babosa Lessa. O seu último livro é de 2001, Músicas, Discos e Cantares – Um resgate da história fonográfica do Rio Grande do Sul.
O próximo projeto do tradicionalista e folclorista terá 700 páginas e se detém na coreografia musical que começa no século XVIII no Rio Grande do Sul. O trabalho é resultado dos mais de 50 anos de pesquisa por onde o agrônomo passou e observou as manifestações culturais.
Ao amigo Paixão, sucesso cada vez maior, é o que desejo nesta hora.

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