sexta-feira, outubro 15, 2010

O CANDIDATO E A PROPAGANDA
Um assunto para ser discutido com quem entende de propaganda e marketing. O investimento em propaganda nem sempre ajuda o candidato numa eleição. O pleito deste ano é um exemplo para análise da questão.
Interessante que nomes de peso não conseguiram número de votos suficientes para alcançar uma vaga na Assembléia ou na Câmara.
Com base em dados apresentados por candidatos em suas prestações de contas à Justiça Eleitoral, antes mesmo da eleição, verifica-se o seguinte quadro:
Candidato Paulo Ferreira (PT) tinha arrecadado R$ 1,2 milhão e gastou mais de R$ 900 mil. Fez 77.302 votos.
Claudio Diaz (PSDB), na segunda parcial de sua arrecadação que chegou a R$ 402 mil, fez 77.561 votos e não se elegeu.
Eliseu Padilha (PMDB) fez algo como em torno de 80 mil votos e movimentou R$ 509 mil.
O candidato do Alto Uruguai e ex-presidente da Assembléia Legislativa, Ivar Pavan, gastou R$ 206 mil e fez 55.356 votos, ganhando a segunda suplência. Fabiano Pereira, outro do PT, havia arrecadado R$ 303 mil e ao final fez 73.463 mil votos. O deputado Zachia, fez 54.081 votos com arrecadação de R$ 206 mil.
Outros nomes como Sandro Boka (PMDB) com uma receita de 146 mil, não conseguiu eleger-se com 27.233 votos. Artur Lorentz (PP) 35.317 votos e R$ 204.307,28 em gastos; Leila Feter (PP) com 35.634 votos e R$ 140.886,00 em doações e Jussara Cony (PcdoB), 30.910 votos e orçamento de R$ 123.950,00.
Evidentemente que não dá para se fazer comparações entre propaganda comercial de um produto a venda em supermercado e propaganda política. No primeiro caso há toda uma estratégia para convencer o consumidor a adquirir o produto. Na hora do consumidor decidir pela compra ele compara o preço da concorrência, a qualidade, a quantidade, aparência, garantia, até a cor influencia etc.
Na política é um pouco diferente. O consumidor, que é o eleitor, primeiro vê se o candidato é simpático, olha sua postura o seu discurso, a plataforma, maneira de vestir-se; em relação a reeleição, trabalho realizado na(s) gestão(ões) passada(s), recursos canalizados para a região que representa, auxílios... É um pouco mais complicado.
Em síntese o que quero dizer é que nem sempre um alto investimento de recursos financeiros em campanha política resulta em votos. Pelo menos foi o que aconteceu nesta eleição com alguns fortes candidatos.
Evidentemente que aqui não está incluído o crime de compra de votos, sestas básicas, pagamento de conta de luz, água, dentadura, que agente sabe que acontece por debaixo do poncho.
Tem outro detalhe: se o candidato não ajuda, fica mais difícil ainda promovê-lo e conscientizar o eleitor a votar nele. Por isto, ás vezes, não só o dinheiro elege um deputado, governador, senador ou presidente da República.

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