quarta-feira, julho 15, 2009

A VISITA DO PROFESSOR
Frncisco B.Dias – de P.Alegre
Recebi a visita do estimado amigo, professor e historiador Ernesto Cassol, da URI, Universidade Regional Integrada, após um longo período sem que nos encontrássemos. Deixou-me uma de suas últimas obras: Vida, Obra e Significado de Carlos Torres Gonçalves, importante figura idealista da doutrina Positivista gaúcha e brasileira, e responsável pelo desenvolvimento regional do Estado do Rio Grande do Sul, onde se insere o município de Erechim.
O engenheiro civil Carlos Torres Gonçalves (1875-1974), homenageado com nome de Rua em Erechim, foi um dos mais notáveis positivistas religiosos do Rio Grande do Sul e do Brasil ao longo do século XX, sendo também o principal responsável pela construção da Capela Positivista de Porto Alegre. Na sua trajetória como propagandista da Igreja Positivista do Brasil e como funcionário da Secretaria Estadual das Obras Públicas – onde foi o responsável pela implementação da política fundiária do Rio Grande do Sul por duas décadas – Torres Gonçalves procurou direcionar sua ação de acordo com os preceitos que Auguste Comte estabeleceu sob a “angélica inspiração” de Clotilde de Vaux.
Mas, não foi apenas na esfera pública de sua vida que Torres Gonçalves procurou aplicar os preceitos positivistas. Também em sua vida privada ele fez tal tentativa, vivenciando o positivismo de forma visceral. Para isto, foi fundamental a constituição de uma família positivista, o que ele consolidou com as conversões à Religião da Humanidade de seus três “anjos da guarda”, isto é, de sua noiva e depois esposa, Dagmar, de sua filha, Sofia Mariana, e de sua mãe, Virgínia. Algumas cartas trocadas entre os membros da família Torres Gonçalves durante as três primeiras décadas do século XX permitem vislumbrar um pouco desse universo particular.
E o professor Cassol soube muito bem, com a inteligência e cultura que lhe é inauferível, explorar todas as virtudes e obras de Torres Gonçalves que morreu faltando pouco para completar 100 anos de idade. Ele faleceu no Rio de Janeiro no dia 19 de junho de 1974 e seu corpo está sepultado no cemitério São João Batista.
Você que caminha pelas ruas de Erechim saiba que ela foi projetada por Carlos Torres Gonçalves. Para os que apreciam história e biografia, vale à pena ler o livro de Ernesto Cassol, um Marcelinense, que desde 1971 ramificou-se em Erechim com sua família.

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