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A RENOVAÇÃO DA CNH

Não é de hoje que estou invocado com a Lei que regula a renovação da Carteira Nacional de Habilitação.Eu mesmo sou um dos milhares de motoristas presa fácil desse modelo exploratório, puramente deliberado para somente arrecadar. Não trás nada de novo, não se aprende nada, já que na vez anterior passamos pelo mesmo processo. Para a renovação da CNH paga-se R$ 124, já incluído o valor do exame de olhos (outra uma piada), não examinam se o sujeito é hipertenso, diabético etc. Apenas o candidato lê algumas letras projetadas numa parede com um olho, depois tapa o outro e lê novamente, e o teste está pronto. Não leva cinco minutos.Mas, o mais cômico é a sujeição que o cidadão é subordinado para demonstrar que não é analfabeto. Essa aferição é feita pelo examinador, que antes explica o tempo disponível para resolver as 30 questões (2 horas), e faz um ditado de um pequeno trecho, de no máximo cinco linhas. O ditado vem num envelope lacrado e é aberto na hora.Contei até três para questionar o examinador, mas resolvi permanecer calado para não ter o dissabor de, no caso de uma réplica, ir à tréplica e a coisa engrossar.De fato, está no Código que o motorista para ser habilitado tem que saber ler e escrever, ou seja, alfabetizado. Segundo andei pesquisando não obriga os que já são motoristas na renovação da CNH tenha que comprovar ser alfabetizado, (de novo). Mesmo porque quando comparecemos a um Centro de Formação de Condutores, nos são apresentadas duas fichas. Uma, com perguntas se já sofremos cirurgia; se tomamos algum medicamento, etc., e outra que deve ser preenchida com nome, endereço, RG, CPF... Nesse momento já estamos dando prova de que sabemos ler e escrever, ou o CFC não tem fé pública perante o Detran para informar que o candidato não é analfabeto?É contra tal sistema miquelino que me rebelo, porque não acrescenta nada para quem a cada três ou mais anos, é obrigado a renovar a Carteira Nacional de Habilitação.Já que falo em Detran, servidores do órgão fizeram no início da tarde desta quinta-feira uma passeata até o Palácio Piratini. Na manifestação, pediram agilidade na aprovação de projetos que reestruturam o órgão, melhoria nas carreiras, nova matriz salarial e reforma do espaço físico. Só que esqueceram e incorporar no protesto atendimento direto ao público e acabar com o tal de 0800 que nunca se consegue ligação e quando consegue não se resolve bulufas.Antes do protesto, os servidores estiveram na solenidade de posse do novo presidente, Sérgio Fernando Filomena.Filomena substitui Sérgio Buchmann cuja exoneração deu-se após o caso em que ele foi avisado da prisão de seu filho, por posse de drogas, pelo chefe de gabinete da governadora Yeda Crusius, Ricardo Lied, o próximo marcado para deixar o cargo.Entenda o caso.Em 15 de julho, o filho do ex-presidente do Detran, Fábio Buchmann, 26 anos, foi detido em casa, no bairro Cidade Baixa, na Capital, com 23 quilos de maconha e meio quilo de cocaína. Essa notícia, no entanto, não foi divulgada, como é de costume, pela Polícia Civil, mas o próprio Sérgio Buchmann ligou para Zero Hora informando o fato.O então presidente do Detran, ao telefone, revelou temer que o episódio pudesse ser usado politicamente, já que ele vinha sofrendo fortes pressões para deixar a autarquia. Por isso, fez questão de se antecipar à divulgação do episódio.O chefe de gabinete da governadora, Ricardo Lied, acompanhou os integrantes do Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico (Denarc), que realizaram a prisão do rapaz. Ele e os policiais foram até a casa de Buchmann para avisar que o filho dele seria preso.De acordo com o ex-presidente da autarquia, o motivo para a sua saída do cargo seria a visita de Ricardo Lied. Buchmann desconfiou da visita. Desgastado no governo yeda, temeu que se tratasse de uma cilada. Por isso, ele próprio decidiu expor o fato, apesar de envolver um drama familiar. Lied se defendeu, negando ter armado uma cilada.Esse o nosso Detran, que vai de mal a pior. Cheio de problemas. Só vou bater palmas o dia em que o contribuinte for atendido pessoalmente – como se diz no balcão - para discutir seus problemas como em qualquer outra repartição, e não pelo desprezível telefone 0800.