terça-feira, junho 02, 2009

REPUGNÂNCIA
Ninguém mais tem escrúpulos neste país. Nem mesmo os que ganham os maiores salários públicos envergonham-se de utilizar recursos para custeio de viagens e outras mordomias.
A imprensa acaba de noticiar que o ex-presidente do Tribunal de Contas da União (TCU) Walton Alencar Rodrigues recebeu R$ 253.452,70 em diárias nos dois anos em que comandou o órgão responsável pela fiscalização de órgãos públicos da administração federal de 2007 a 2008. Os gastos do ex-presidente são quase seis vezes superiores aos registrados por seu antecessor, o ex-ministro gaúcho Adylson Motta. Durante os dois anos em que dirigiu o TCU, Adylson Motta recebeu R$ 44.228,40 para custear despesas em viagens nacionais e internacionais.
Os dados fazem parte de levantamento feito pelo Congresso em Foco com base em informações do Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi). No período em que presidiu o TCU, Walton Rodrigues recebeu, em média, R$ 10.560,52 por mês em diárias. Adylson Motta teve média quase seis vezes inferior: R$ 1.842,85. No cargo há cinco meses, o atual presidente, Ubiratan Aguiar, recebeu este ano R$ 4.992,00, média mensal de R$ 998,40.
Não estaria na hora de limitar esses gastos?
Há órgãos do governo federal que exageram. O exemplo do TCU é um deles. Se há limite para teto salarial, por que não estabelecer um valor máximo para as despesas?
No Brasil é assim: não se acaba com o fator previdenciário porque de acordo com alguns tecnocratas e puxa sacos do governo, a Previdência iria a falência; não se equipara o aumento dos aposentados dado ao salário mínimo porque gera uma despesa monstruosa, e complicaria a vida financeira do INSS; tudo não pode...não dá....Mas, para orgias ministeriais, TCU etc., nunca falta dinheiro. É engraçado tudo isso!
Até há pouco tempo deputados e senadores consumiam adoidadamente verbas destinadas a passagens aéreas, a famosa farra das passagens. Deu-se um jeito nisso. Falta agora encontrar mecanismo para travar os gastos com diárias, colocar um teto, sei lá o que.
Amanhã vou falar sobre Crédito Educativo. As dificuldades em pagar e a insensibilidade do governo que prefere dar dinheiro para bancos falidos e empresas em iguais condições, perdoar dívidas até R$ 10 mil de contribuintes inadimplentes, do que auxiliar jovens que lutam com dificuldades e não sabem o que fazer para pagar a dívida.
A Caixa Econômica está executando judicialmente quase 40 mil estudantes que utilizaram o crédito e estão em atraso. Executar estudante que será o futuro deste país, no mínimo, é ser muito esviscerado.

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