quarta-feira, junho 03, 2009

CRÉDITO EDUCATIVO
Era uma vez um estudante que para poder seguir os estudos em grau superior numa faculdade, como os de famílias mais abastadas, obrigou-se a pedir financiamento á Caixa Econômica Federal, o denominado Crédito Educativo.
Preenchidos todos os requisitos conseguiu o empréstimo necessário que foi consumido até a conclusão dos estudos na faculdade. Foi uma alegria para a família o dia da formatura. Uma solenidade inesquecível. Como o estudante era, e é de família remediada, a comemoração foi apenas entre familiares. Um bolinho, alguns salgadinhos feito pela mãe, refrigerantes e nada mais. Mas, o problema começou no dia seguinte. Primeiro, encontrar emprego; segundo, como pagar a dívida contraída com a Caixa Econômica Federal.
Se não tem emprego como vai pagar? Os encargos familiares do pai estão esgotados, com despesas de aluguel, luz, água, o sustento da mulher, da filha recém formada e mais dois moleques adolescentes. Não sobra nada no final do mês para pagar a Caixa. Os meses que deu uma folga no orçamento as prestações foram sendo pagas, mas sempre com atraso, e ai o juro come pelo outro lado. Outro dia o pai desse estudante foi notificado, se não pagasse as prestações vencidas a dívida seria cobrada em juízo.
E agora como resolver o impasse se não há como, pois o pai vive de salário, não possui bens que pudesse transformá-los em dinheiro e pagar a Caixa Econômica?
Segundo ouvi dizer, dos 509 mil estudantes que solicitaram crédito educativo na Caixa, apenas 100 mil deles se formaram e 39 mil estão sendo executados pela instituição federal. E ai eu lembrei-me que o governo Lula, meses atrás, mandou dar dinheiro para Banco falido, empresa falida, e que deviam 80 vezes mais do que um pobre estudante que por ironia do destino não nasceu em berço esplêndido. Estão tratando desigualmente e injustamente os estudantes inadimplentes e a dívida está se tornando impagável.
Porque que os babacas deputados e senadores não sugerem ao governo que essa dívida possa ser paga com serviço? Ou seja, cada estudante que esteja nas condições de não poder pagar, que o faça dando "x" horas semanais de serviço. Milhares deles formaram-se médicos, enfermeiros, psicólogos, economistas, advogados, dentistas etc. Certamente nenhum deles se negaria a oferecer algumas horas de trabalho semanal para o governo em determinado período, para se ver livre da dívida.
Se o governo recentemente anistiou quem devia até R$ 10 mil, bem que poderia estender os os mesmos benefícios aos estudantes também!

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