terça-feira, junho 16, 2009

O CLARINETE SILENCIOU

Quando li ontem á noite no site de Zero Hora a manchete: "Morre o músico e pesquisador Hardy Vedana", pensei, este nome me é familiar. Não que o tivesse conhecido, mas soava nos meus ouvidos como alguém que ouvira falar muitas vezes em seu nome.
Claro! Era amigo de meu falecido pai, e foi dele que ouvi contar muitas histórias, eram amigos de serenatas e noitadas boêmias em Erechim.
Hardy Vedana era clarinetista, e meu pai também chegou a tocar clarinete.
Nascido em Erechim, Vedana vivia em Porto Alegre desde a década de 1940. Nos anos 1950, passou a destacar-se como clarinetista voltado ao jazz. Nos 1960, ganhou fama nas ruas: seu grupo de 10 músicos percorria a cidade tocando maxixes e marchinhas ao vivo, na carroceria de um caminhão, para propagandear a loja de confecções Sibrama, do Centro.
Vedana era um dos músicos e pesquisadores mais ativos do Estado.
Ele morreu na noite do último domingo, um dia depois de completar 81 anos. O idealizador do Museu da Imagem e do Som de Porto Alegre (Mispa) estava internado desde a semana passada e foi vítima de complicações decorrentes de uma pneumonia, ocasionada por fratura de duas costelas em virtude de uma queda. Contraiu pneumonia e não resistiu a duas paradas cardíaca, ambas no final de semana.
De suas intensas pesquisas sobre a história da música na cidade, resultaram livros como "A Casa Eléctrica" e os "Discos Gaúcho" (2006), sobre a gravadora e fábrica de discos A Eléctrica, que funcionou em Porto Alegre no início do século 20, e Jazz em Porto Alegre (1985), sobre um de seus gêneros musicais preferidos. Embora debilitado nos últimos anos, Vedana seguia produzindo — segundo a família. Ele deixou 27 projetos de livros prontos, esperando publicação. Vedana deixa a esposa, Gilá, uma filha, quatro netos e dois bisnetos.
Desaparece inesperadamente em Porto Alegre, mais um ilustre erechinense que deixou marcado seu nome na música da cidade.
Certamente os mais antigos devem lembrar melhor do que eu sua passagem por Erechim. E aqui evoco o testemunho do amigo Hely Parenti de quem tenho recorrido ás vezes, para complementar os meus comentários sobre as coisas antigas da nossa cidade. Afinal de contas, ele é alguns anos mais velho do que eu.
Por falar em idade, obrigado aos que lembraram o meu aniversário. Já lá se vão 73 anos bem vividos, graças a Deus. Pretendo chegar aos 100. Aliás, foi uma meta que estabeleci, e vou alcançar esta marca. Se genética influi para obtermos longevidade, vou incomodar muita gente ainda.

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