quarta-feira, junho 17, 2009

E A LAMA CONTINUA MAIS FORTE AINDA

O Senado não tem mais jeito mesmo. Depois dos escândalos do companheiro Renan Calheiros, agora é a vez de José Sarney.
O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), subiu à tribuna do plenário quase no fim da tarde de ontem para defender a "instituição" e se pronunciar sobre o novo escândalo que paralisa as atividades legislativas da Casa: os atos secretos supostamente formalizados pela alta direção da Casa. Com menção às notícias negativas que enfrenta desde que tomou posse, em fevereiro, Sarney se eximiu da responsabilidade por cada uma delas.
"A crise do Senado não é minha, é do Senado, e é essa instituição que devemos preservar. E ninguém tem mais interesse nisso que eu, até porque aceitei ser presidente desta Casa", disse Saney, lembrando que tem "50 anos dentro do Parlamento". "Não seria agora, na minha idade, que eu iria praticar ato menor, que eu nunca pratiquei na minha vida. Nunca tive meu nome associado a nada de errado."
Mas que cara de pau! Óleo de Peróba nele!
Sarney age como aquele que traiu a mulher, e nega até a morte, que não foi ao motel com a amante, embora tenha sido descoberto pela mulher.
A certa altura de seu discurso ele disse: "Nós somos transitórios"! Só que já se passam 50 anos que ele anda de Pôncio a Pilatos a cada eleição, e que transitoriedade é essa? Eu diria: perpetuidade.
Entre as centenas de beneficiados em contratações formalizadas nos atos estão duas sobrinhas e um neto de José Sarney. Diante da relevância do assunto, o Tribunal de Contas da União (TCU) instalou procedimento para apurar as decisões administrativas irregulares na Casa. A Procuradoria da República do no Distrito Federal também investigará o caso.
Enquanto isto ocorre e essa locupletação familiar acontece, a base aliada do governo na Câmara não acerta o passo para votar o projeto de lei 01/07 dos aposentados, que pode entrar na pauta da Casa nesta semana. De um lado, parlamentares governistas declaram abertamente apoio à proposta, que concede aos aposentados o mesmo reajuste do salário mínimo. De outro, líderes partidários afinados com o Planalto descartam a possibilidade de votação e garantem que o projeto está fora dos planos do governo. O governo está pressionando a base aliada para não votar sob o argumento de que não tem dinheiro. Mas, como o governo tem dinheiro (US$ 10 bilhões) para emprestar ao Fundo Monetário Internacional (FMI)? Alguém pode responder?
Ontem os deputados receberam a carta abaixo que representa o grito dos aposentados brasileiros:
"Ilustre Deputado,
São em torno de 8 (oito) milhões de aposentados e pensionistas do INSS, que em breve tempo, estarão em suas mãos e dependerão do seu VOTO sensato, esclarecido e justo.
Não é possível suportar mais a discriminação que o Governo Federal teima em praticar, negando a esse enorme contingente de brasileiros o direito a um reajuste igualitário ao que é concedido aos beneficiários do salário mínimo. Será que é pecado receber mais do que um salário mínimo de aposentadoria ou de pensão para merecer este castigo? E receber de aumento sempre menos que o concedido aos de salário mínimo?
E dizer a esses oito milhões de brasileiros: "não reclamem o futuro de vocês é o salário mínimo", como até aqui tem afirmado o INSS?
Nobre Parlamentar tente em pequeno esforço colocar-se no lugar de um desses milhões de brasileiros e a sua sensibilidade certamente virá à tona e seu sufrágio será afirmativo, proferindo o seu precioso voto, favorável à aprovação do Projeto de Lei nº 01/07. Temos certeza de que contribuirá com este naco de felicidade para com esses oito milhões de concidadãos e por isso desde já nos sentimos gratos pela atenção dispensada a este sufocado Grito de Justiça. Warley Martins Gonçalles
Presidente da COBAP"

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