segunda-feira, novembro 30, 2009

VÍDEO DETONA GOVERNADOR DO DF

Está causando a maior repercussão nacional o vídeo que mostra o governador do Distrito Federal José Roberto Arruda e uma verdadeira quadrilha recebendo dinheiro de suposta propina em esquema de corrupção montado dentro do governo.
O vídeo foi conseguido pelo IG que está divulgando em primeira mão no seu sait. As imagens são claras mostrando seu assessor entregando maços de dinheiro vivo.
No vídeo, Arruda diz “Eu estou achando que podia passar em casa para deixar isso aqui. Descer com isso aqui é 'mala'”.
Gravada pelo então secretário de Relações Institucionais, Durval Barbosa, a fita anexada ao inquérito da Polícia Federal desencadeou a Operação Caixa de Pandora na última sexta, que resultou no cumprimento de 29 mandados de busca e apreensão em gabinetes de órgãos públicos, residências e empresas em três cidades.
O esquema de corrupção mostrado no vídeo, de acordo com o inquérito, começou nas eleições de 2006, quando Durval trabalhava no governo Roriz, e seguiu durante todo governo Arruda.
Há pelo menos três meses, o vídeo vem sendo usado para todo tipo de chantagem dentro do alto escalão do governo Arruda. Durval queria o fim de uma gama de processos contra ele na Justiça. A fita entregue ao iG na tarde deste sábado, 28, vinha sendo guardada em uma cidade próxima a Brasília. Representa o golpe mais violento contra a trajetória política de duas décadas de Arruda, que, em 2001, renunciou ao mandato de senador, acusado de violar o painel do Senado.
Está cada vez mais difícil encontrar neste país um político honesto.
A Ordem dos Advogados do Brasil, no Distrito Federal, está preparando um relatório com o pedido de impeachment do governador José Roberto Arruda e seu partido o DEM, expulsão sumária. A OAB do Distrito Federal irá designar um relator para o julgamento. A presidente da entidade, Estefânia Viveiros, disse, no entanto, que após a avaliação do relator, o pedido passará pelo Conselho Pleno da OAB, órgão máximo da entidade.

Leia a seguir trechos dos diálogos interceptados na Operação Caixa de Pandora entre o governador José Roberto Arruda (DEM) e Durval Barbosa, ex-secretário de Relações Institucionais e delator da investigação.
Arruda - Tudo bom, Durval?
Durval Barbosa - Mais ou menos, né? Vamos olhar isso aqui primeiro? Isso aqui é o seguinte: isso aí foi do (???). Eu até perguntei pro Maciel se ele tinha alguma... Alguma soma, pra isso aí. Aí ele falou: Não, ele prefere conversar com você. Aí o que que aconteceu, o Gilberto foi doze, tirando os impostos, ficou novecentos e quarenta e oito. Aí antecipou a você. O Paulo... O Paulo Octávio [vice-governador mandou pagar cinqüenta ao Giffone [Roberto Giffoni, corregedor-geral do DF] e cento e vinte ao Ricardo Pena [secretário de planejamento do DF]. Aí, o Toledo resolveu o caso desses... Dos meninos aí, que eu acho que é louvável, que PE o Miquiles e o Nonô, tá?
Arruda - Quem?
Durval - Miquiles e Nonô. Miquiles cê sabe quem é. Nonô é o... foi o diretor lá. Que... Situação de penúria. Aí ficou, é... seiscentos e vinte e oito. Seiscentos e vinte e oito, aí soma esses totais aí que chegaram, ta faltando chegar cem da Vertax, é... E ta faltando chegar... Aí o Gilberto ta faltando chegar, que dá um pouco. Aí vem o Re... A questão do conhecimento, do reconhecimento, dá uns nove, aproximadamente nove. Aí, vai uns setecentos e cinqüenta, oitocentos, por aí.
Arruda - Hoje tem disponível isso aqui?
Durval - Hoje, hoje tem isso aí pra você fazer o que cê quiser pagar a missão. Agora, se for no... no... na coisa normal, no dia a dia, no comum, cê teria hoje quatrocentos disponível. Pra entregar a quem você quisesse.
Arruda - Ótimo
Durval - Tá? Mas se você tiver outra missão. Você fez muito acordo e eu não... Eu falei com o Maciel o seguinte, eu falei: Olha Maciel, tem que olhar o seguinte: ele fez muito acordo nesses negócios (?) política. Então, tem que perguntar pra ele, pra gente não antecipar as coisas. Aí, quando veio esse negócio do Paulo Otávio, eu falei Puta! Já sacaneou de novo. Entendeu?
Arruda - É.
Durval - Mas se tiver de reclamar com você, e não fala pro Paulo Otávio pra primeiro te perguntar.
Arruda - Ah é. Mas tô querendo (???) seguir as ordens do Paulo. Primeiro, fala comigo.
Arruda - Deixa eu te perguntar, nesse valor aqui de nove, novecentos... novecentos e noventa e quatro, você já pegou sua parte?
Durval - É foda! É encantamento. Encantamento é uma desgraça.
Arruda - É. Deixa eu te perguntar uma coisa, é... somando as quatro daqui, quanto foi pago?
Durval - Foi pago quinze bruto. Quinze... Quinze tudo. Quinze, quinze, quinze. Quinze. Do Gilberto foi pago doze. Cê multiplica aí por vinte ponto vinte e seis. O dele é maior um pouquinho, que é cinco a mais. É ponto vinte e seis, ponto cinco, dá novecentos e quarenta e oito. Aí ele tá, tá bancando. E... esse da Infoeducacional, olha aí como é que foi. Foi sessenta pro valente, tá? Porque ele deu integral, não descontou nada. Só veio pro Valente. Deu sessenta pro Valente, sessenta pro Gibrail, mais o Fábio Simão, que são os donos lá da área financeira, né? E não pode... e não tem jeito. Aí, fico.... sobrou um sete oito.
Arruda - Deixa eu te perguntar, nesse valor aqui de nove, novecentos... novecentos e noventa e quatro, você já pegou sua parte?
Durval - Não, eu... Eu só pego quando cê acerta. Só pra pagar advogado.
Arruda - Não. Mas tem que pegar a sua parte, ué. Nós pagamos é...
Gente, sabe que dá vergonha de ser honesto! Eu só quero ver onde isso tudo vai terminar.

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