terça-feira, novembro 17, 2009

O PEIXE MORRE PELA BOCA

Há cerca de um ano mais ou menos comentei a respeito de um prefeito da Região do Alto Uruguai, recém eleito, que queria governar o município sozinho. Para conseguir tal façanha e ganhar espaço na mídia estadual, como de fato ganhou, nomeou apenas uma secretária, responsável pelos futuros Projetos, Planejamento e Administração.
O prefeito dizia na época que queria dar “um choque de gestão”, pois segundo ele, seu antecessor deixara o município endividado a tal ponto que não lhe permitia nomear assessores para preencher os cargos de Secretário da Agricultura, Saúde, Educação, Obras, Indústria e Comércio e Finanças, estrutura básica para o serviço não sofrer solução de continuidade.
Comentava, ainda, que achava impossível alguém querer governar uma comunidade de mais de cinco mil habitantes, açambarcando tudo, ou seja, concentrando sobre si todas as responsabilidades, dividindo as tarefas apenas com uma secretária.
Ao se completar brevemente o primeiro ano de sua administração, confirma-se que o prefeito disse uma coisa e fez outra. A começar pelo fluxograma organizacional da prefeitura.
Estou retornando ao assunto baseado em um levantamento que me foi enviado por uma fonte que investigou a questão. Por esse levantamento pode se deduzir que das oito secretarias que existiam, sete estão sendo ocupada pela figura criada pelo prefeito, a de coordenador. Nomeou Coordenadores de Agricultura; de Educação; de Obras; de Assistência Social; de Saúde e o coordenador da Indústria e Comércio. Conseqüentemente só mudou a nomenclatura, isto é, trocou seis por meia dúzia, com a justificativa de que tudo era feito para economizar para pagar dívidas herdadas do antigo prefeito. Com a criação das coordenadorias e nomeação de mais 51 novos funcionários a folha de pagamento teve um acréscimo de aproximadamente R$ 70 mil por mês estando incluída nesta despesa a contratação de 10 professores para 20h semanais; Serviços Gerais 5; Psicólogas 2; Atendente de Saúde 3; Projeto Projovem 1; Asisstente Social 1; Petti 1; Telefonista 1; Dentista 1; Médicos 6; Advogados 4; Monitora de Informática 1; Assessoria de Comunicação 1; Chefe do Departamento de Agricultura 1; Monitora de Assistência Social 1; Departamento Artístico Sec. Da Educação 1; Funcionários para Secretaria da Saúde 4; Administração 1. Só aqui são 45, mais 6 coordenadores que já me referi, forma uma equipe de 51 pessoas. Antes de deixar o cargo o prefeito anterior, em 31/10/2008 demitiu 35 servidores que ocupavam Cargos de Confiança e Funções Gratificadas.
Se fizermos uma conta matemática o atual chefe do Executivo além de repor os cargos de confiança extintos pelo seu antecessor nomeou ainda mais 16. Onde estaria a economia preconizada para pagar uma dívida que ficou para ser saldada pela atual administração?
O chamado “choque de gestão para fazer caixa e colocar as finanças em dia foi mais uma frase de efeito do que promover economia que não houve. A não ser que os exercentes dos cargos preenchidos não ganhem salário e trabalhem gratuitamente para o município. Não fica bem perante a sua comunidade o prefeito dizer uma coisa e fazer outra, acaba perdendo a confiança, se já não perdeu.
Outrossim, falar é fácil, o difícil é cumprir o que prometeu.



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