sábado, novembro 07, 2009

ESQUELETOS VIRAM MORADIA POPULAR NOS CENTROS DAS GRANDES CIDADES

Quem anda pelo centro de Porto Alegre percebe imediatamente a quantidade de prédios inacabados e abandonados, verdadeiros pardieiros que enfeiam a cidade e servem de submoradia para invasores.
Na Rua Marechal Floriano existe um prédio de 23 andares que desde que resido na capital (15 anos) permanece como vi pela primeira vez: sem aberturas, tijolos a vista, sem reboco, apenas algumas janelas com tábuas e outros andares somente o esqueleto do prédio. O imóvel tem mais de 40 anos. Sua construção teria iniciado em 1963 e, segundo a última vistoria feita por uma comissão da Câmara de Vereadores, o prédio oferece risco à população. Na parte térrea funcionam algumas lojas. No total são 372 salas.
Recentemente o prefeito Fogaça determinou a Cientec a elaboração de um laudo estrutural para uma possível reforma no prédio e destiná-lo à utilização residencial.
O prédio vem sendo ocupado por moradores de rua, enquanto que outras pessoas usam salas para depósito de mercadorias ilegais.
Devido a série de problemas como estrutura corrompida, infiltrações etc., o edifício é uma verdadeira bomba pronta a explodir a qualquer momento.
Um outro prédio em plena zona central de Porto Alegre irregaular há mais de 20 anos, é o que está localizado na Av. Sete de Setembro com a Rua João Manoel. O palacete abandonado serviu de moradia para a Baronesa de Gravataí e hoje serve de cortiço sem as mínimas condições de habitabilidade.
Outros prédios abandonados: Antiga Companhia Rio-Grandense de Laticínios (Corlac), empresa extinta em 1993. No Bairro Belém Novo, zona extremo sul, o antigo Bar Leblon está em ruínas e espalha um cenário decadente que não condiz com a beleza do local.
Encontrar soluções para fazer o processo de revitalização dessas edificações fantasmas, no sentido de criar mecanismos de avaliações de prédios inacabados para demolição e para aqueles em condições de recuperação, que darão lugar a novas obras com qualidade de habitação e melhoria da imagem arquitetônica da cidade é um desafio para o município de Porto Alegre.
Um exemplo que deu certo foi a reestruturação do prédio do INSS, na Borges de Medeiros, escadaria do Viaduto Otávio Rocha, onde há cinco meses moram cem pessoas com rendimento médio de três salários mínimos. É o primeiro prédio público do país destinado à moradia popular. O projeto foi desenvolvido em parceria com o Ministério das Cidades e a Caixa Econômica Federal, depois de estar abandonado há mais de dez anos.
Com tanto déficit de moradia, por que o governo não desapropria ou toma conta desses imóveis, reforma e vende?
Um exemplo que deu certo e resolveu o problema de cem famílias foi o prédio do INSS da escadaria do viaduto!

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