quinta-feira, novembro 19, 2009

PEDALOU 17 QUILÔMETROS PARA ME CONHECER
Tem acontecimentos na vida da gente que não nos esquecemos jamais. Nessas minhas andanças pelo interior do estado realizando palestras para os caminhoneiros, categoria a que estou vinculado há quase duas décadas, através de um programa denominado S. O.S. Caminhoneiro, conheci um cidadão do interior de Sananduva que muito me comoveu sua presença durante as poucas horas que permaneci naquela cidade.
Á noite, no Centro de Cultura, após ter cumprido meu papel de palestrante, perante um seleto auditório de cerca de 100 pessoas, ao final fui cumprimentado por um dos participantes que se identificou morador do interior.
- Andei 17 quilômetros de bicicleta, só para lhe conhecer – disse-me apertando minha mão.
Esse tipo de afetividade não tem dinheiro que pague e nos deixa sensibilizado, porque percebemos que o trabalho que exercemos é bem aceito por aqueles que me ouvem todos os dias pelas 36 emissoras espalhadas pelo Rio Grande do Sul, sem contar a poderosa Rádio Gaúcha.
Essa estória me remete aos anos 60/70 até fins de 84, quando atuava na Rádio Difusão e por mais de duas décadas, ininterruptamente, apresentava o “Mensageiro Gaúcho”, sem falsa modéstia, o maior programa de utilidade pública do rádio interiorano naquela época.
Pois, reservadas as proporções, tipo de público e programa, o que acontecia comigo naquele tempo se repete hoje. Ás pessoas continuam sendo gratas pelo pouco que realizamos em favor delas, utilizando apenas a força da comunicação.
Aliás, eu sempre fui muito grato ao rádio, pois foi através dele que me fiz notado na sociedade tendo conseguido realizar muitas ações individuais e coletivas, sempre com a intenção de motivar o cotidiano das pessoas para que fosse mais alegre e feliz.
A demonstração de apreço voluntário do amigo que saiu do interior, à noite, pedalando sua bicicleta perfazendo um percurso de 17 quilômetros só para conhecer-me, que mais posso desejar?
Nada! É o coroamento de mais um ciclo de um modesto radialista que um dia passou pelos microfones das emissoras locais e TV-Alto Uruguai.

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O roubo de cargas no Rio Grande do Sul tem crescido nos últimos dois anos, mesmo com investimentos pelo setor de transporte de cargas em equipamentos modernos de rastreamento e proteção. A Polícia está fazendo a sua parte como pode, é a corrida do gato contra o rato. Pega de um lado, escapa de outro. Em outras palavras, a polícia prende e a justiça solta. Lembram do que aconteceu não faz muito em Canoas, o paraíso dos ladrões de caminhões?
Em Porto Alegre, o local preferido pelas quadrilhas é o Bairro São Geraldo. A cada cinco dias um caminhão e carga são roubados. Para encontrar uma solução para a onda de crimes ao patrimônio, a sociedade através de seus órgãos representativos, também está se mobilizando. De parte da iniciativa privada, o Setcergs – Sincicato das Empresas de Transporte de Carga do Rio Grande do Sul criou uma Comissão Permanente de Seguros, Segurança e Roubo de Cargas com o objetivo principal de formar um banco de dados que possa auxiliar a polícia no combate ao crime organizado.
Na Assembléia Legislativa, há 45 dias, foi formada uma Subcomissão dos Caminhoneiros, presidida pelo deputado Francisco Appio para debater o tema roubo de cargas e desaparecimento de motoristas. De acordo com o deputado Appio a Subcomissão tem o objetivo de estabelecer uma ligação transversal entre o governo, através de seus órgãos de segurança e fiscalização, o legislativo e as entidades que representam os transportadores e trabalhadores do setor.
No Rio Grande do Sul os registros indicam que Porto Alegre e Região Metropolitana, Vale dos Sinos e Vale do Paranhana são os locais mais visados em função da grande quantidade de indústrias e terminais de cargas. As rodovias mais vulneráveis são a BR-116, BR-386, BR-392 e BR-285.
O prejuízo com o roubo de cargas já ultrapassa os R$ 50 milhões só no Rio Grande do Sul.


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