sábado, março 20, 2010

SEMANA SANTA

A Igreja Católica a partir deste domingo inicia as comemorações da Semana Santa cujo significado é dos mais importantes para os cristãos do mundo inteiro. Nela são rememorados os últimos dias da vida terrena de Jesus. Historicamente se sabe que foram dias de muita tensão, de muito sofrimento e perseguição política ao Filho do homem, culminando com sua prisão e morte na cruz.
Toda essa história nos foi passada, quando crianças, com um conteúdo, emocional mito grande, produzindo em nós sentimentos dolorosos, sobretudo a culpa e a pena. Lembro-me, muito bem, dos sermões que enfechava a procissão do encontro, na sexta-feira da Paixão, quando a população chorava copiosamente diante do drama de Cristo, seu sofrimento e da sua mãe. Muitas pessoas acreditam que o centro do Cristianismo está na sexta-feira Santa. Embora eu não seja Teólogo e, portanto, não possa falar em nome de nenhuma igreja, acredito que a maior lição de Cristo e todo o seu significado estão na sua ressurreição. Esse é o grande diferencial do Mestre dos Mestres. Como diria São Paulo se não tivesse havido a ressurreição não haveria cristianismo. Embora seja natural certo recolhimento durante a quaresma e a Semana Santa, devemos nos ater à alegria Pascal, pois o núcleo da religião cristã é a celebração da vida em todas as suas conseqüências: “-Eu sou o caminho, a verdade e a VIDA”. O sofrimento humano é natural e necessário apenas enquanto passagem, travessia. Apegar-se à dor, permanecendo nela ou a transformando em um estilo de vida contraria a verdadeira religiosidade. Se Cristo veio nos salvar, todo o seu convite é para nos levar ao estado de graça que é um estado de conforto e de alegria.
A vida humana, conquanto limitada, é um processo de baixos e altos, de tristeza e alegria, de dor e de paz. Nosso desejo onipotente de uma vida perfeita, sem os naturais obstáculos é a causa fundamental de qualquer depressão. Viver exige muita humildade. Nem tudo acontece como gostaríamos e não temos controle sobre todas as situações e pessoas. Mais que batalhar por uma realidade absoluta, importa aprendermos a lidar com as vicissitudes, incluindo as mortes, as doenças, as perdas, a transitoriedade humana. Essa talvez seja a grande lição daquela sugestão que se dá aos aflitos e desafortunados: “- Entrega para Deus. Em vossas mãos, entrego o meu espírito” foi a frase conseqüente de Jesus à sua humana reclamação: “-Pai, por que me abandonastes?” A aceitação incondicional da natureza humana em todas as suas polaridades é que pode nos encaminhar para a solução da angústia e da depressão. Tornar-se um novo homem, dar a volta por cima após a visita do infortúnio, começar de novo após a queda, sacudir a poeira depois do tombo, não se acomodar na tristeza, encontrando desculpas para ela é saber ressuscitar.Não basta a fé e o amor, a esperança é a grande lição da Semana Santa. Roy Camponella escreveu um texto intitulado um credo para os que sofrem. “Pedi a Deus força para que pudesse realizar. Fui feito fraco para aprender a humildade. Pedi saúde, ganhei enfermidades para fazer o melhor. Pedi riquezas para ser feliz e me foi dada a pobreza para me tornar sábio. Pedi todas as coisas para aproveitar a vida e me foi dada a própria vida para que eu aproveitasse as coisas. Não obtive nada do que pedi, mas ganhei tudo que precisava. Minhas orações foram atendidas, independente dos meus desejos. Sou, entre os homens, o mais abençoado”. Quanto ao porque devemos comer peixe, trata-se de uma tradição, onde os cristãos fazem jejum e abstinência de carne.
Como bom cristão vou comparecer as celebrações na Igreja Pão dos Pobres, devota a Santo Antônio. A diretora de liturgia convidou-me para fazer parte do grupo que estará trabalhando na quinta-feira Santa à noite na missa das 19h, na sexta-feira da Paixão ás 15h e no sábado de Alelúia ás 19h. Minha função será leitor.

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