quinta-feira, março 25, 2010

QUE RAIVA DESSE JUIZ!!!!

A frustração é geral, eu diria, a raiva é geral, contra o juiz que preside a sessão do júri que vai decidir sobre a sorte do casal Nardoni, acusado de ter assassinado sua filha Isabella, de 5 anos, em março de 2008, defenestrada do sexto andar onde residia.Se é a sociedade que julga através de seus representantes (7) através do Triubunal do Júri, por que fechar a janela da televisão para que um público maior assista o desenrolar dos trabalhos?
Como o júri dos Nardoni a essas alturas é de interesse nacional, não sei por que razão o juiz não permitiu que se ampliasse a oportunidade de milhares de pessoas assisti-lo como se estivesse no local. Em que prejudicaria os trabalhos? Era só determinar que uma câmera fosse instalada fixa no ambiente, naturalmente com áudio e tudo estaria resolvido.
Nos meios jurídicos, é verdade, existem opiniões contrárias à transmissão alegando que os jurados, e no caso específico do casal Nardoni cinco deles são primários em júri, poderiam se sentir pressionados e constrangidos com a filmagem pela Tv. Em que prejudicaria o trabalho da defesa, da acusação, da exposição dos réus e jurados se o caso em julgamento é público e fartamente divulgado pela mídia desde o dia da tragédia? A medida, portanto, do juiz Maurício Fossen, salvo data máxima vênia, além de inócua não haveria necessidade de preservar nada.
Eu lembro um fato que ocorreu no Rio Grande do Sul, a cerca de 20 anos, quando em circunstâncias idênticas um julgamento foi transmitido pelo rádio e televisão. Na época o crime também foi de enorme repercussão, pois envolvia dois políticos de sobeja popularidade do parlamento gaúcho: Antônio Dexheimer e José Antônio Daudt. O primeiro médico e o segundo radialista, ambos do mesmo partido (PMDB). A sessão do júri que absolveu o Dr. Dexheimer naquela ocasião foi acompanhado pela sociedade em tempo real pela televisão e o rádio sem qualquer restrição à imprensa. Recordo ainda que pela primeira vez foram usados os recursos da tecnologia moderna. O Dr. Lia Pires, advogado de defesa se utilizando do sistema tridimensional, o mesmo que a televisão usa para tirar dúvida se o jogador de futebol está, ou não, impedido, provou que a visão de uma das testemunhas não poderia ter assistido a cena do crime. Foi a grande arma utilizada pelo famoso criminalista que certamente elucidou a dúvida que poderia pairar sobre alguns dos desembargadores que formavam o tribunal do júri na oportunidade.É lamentável que vamos ficar tolhidos de assistir, quem sabe, um dos maiores julgamentos da história criminal deste país. Mesmo considerando e respeitando a decisão do juiz Maurício Fossen, continuo achando que exagerou na sua decisão em não permitir que o julgamento de Alexandre Nardoni e Ana Carolina Jatobá fosse transmitido pela TV.

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