sábado, setembro 12, 2009

O IMPEACHMENT E OS PRESOS

Dois assuntos quero comentar por ser de repercussão: o impeachment da governadora Yeda Crusius e a soltura de 234 presos para permanecerem em casa, prisão domiciliar.
No primeiro caso o presidente da Assembléia Legislativa, Ivar Pan agiu corretamente, a decisão dele foi técnica e não político como querem alguns. E de mais, a mais, tem mesmo que acontecer tanto o exame desse processo como a Comissão parlamentar da Corrupção que está demorando em deslanchar por razões políticas, sim. É diferente do processo de empeachment da governadora.
É bom destacar que o presidente do Legislativo gaúcho não decide. O abacaxi quem tem que descascar são os 55 deputados. O plenário é o responsável pelo julgamento. E pela lógica, já que os aliados do governo formam a maioria a governadora não será cassada, mas pode haver surpresas. O presidente Pavan em artigo assinado por ele em Zero Hora deste sábado é bastante claro quando diz que “a aceitação do pedido de impeachment é inédita porque as situações são inéditas. As circunstâncias são outras e as denúncias, inquéritos e processos são muitos”.
O Rio Grande está pagando caro por essa crise institucional e está na hora de um basta nisso, e para terminar com todas essas mazelas só mesmo partir para o exame ético, responsável e rápido desse processo para que o nosso Estado continue no seu crescimento. Diz o velho ditado: quem não deve não teme. A governadora tem afirmado que não deve, pois então não deve temer ser julgada, já que somente as provas no processo é que dirão se ela tem ou não culpa das acusações que lhe são atribuídas.

Por outro lado a imprensa noticia hoje (12), que a Justiça, alegando superlotação e insuficiência de investimentos em presídios gaúchos, vai soltar a partir de segunda-feira 234 presos, que cumpriam penas em albergues. Esses detentos ganham o direito à prisão domiciliar.
Alegam os magistrados que tomaram à decisão porque falta comida para esses presos, colchões e material de higiene, os presos se reúnem para consumir drogas à noite e, para completar, o alto número de fugas, 840 nos últimos 12 meses.
Mas aí é que está. Preso não pode querer hotel de cinco estrelas, se falta colchão durma no chão, aliás, como fazem milhares de pessoas em liberdade nas ruas e calçadas de Porto Alegre; e se consomem droga e fogem do presídio, é porque não há vigilância; e ninguém morre de fome se passar apenas um dia sem comer. Ou será que antes de cometer os delitos que praticaram esses presos não sabiam que um dia iriam enfrentar dias difíceis na cadeia?
Preso, condenado, tem que ficar na CADEEEEEEEEIA! Eu só quero ver quantos desses 234 presos cumprirão as regras estabelecidas: comparecer uma vez por semana ao presídio em dia e horário marcados para assinar um livro-ponto, informando o local onde moram e trabalham, proibidos de trocar de endereço sem prévia autorização judicial e só podem se ausentar de casa para trabalhar ou ir ao médico voltando antes das 19h, e saindo apenas depois das 6h do dia seguinte. Quem não seguir as regras corre o risco de perder o benefício.
Também quero saber daqui alguns dias quantos desses 234 presos se recuperaram e quantos voltaram a delinqüir.

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