terça-feira, setembro 22, 2009

BÊBADO, LADRÃO É SOLTO – PARAPLÉGICO MESMO TENDO CUMPRIDO PENA CONTINUA PRESO
Leiam o drama de um filho que quer ver seu pai em casa, depois de ter sido condenado e cumprido pena de dois anos e meio de detenção e ainda continua preso, paraplégico em razão de um AVC – Acidente Vascular Cerebral.
O rapaz pediu para não ser identificado. Ele é de Caxias do Sul.
No contato que fez por telefone narrou o seguinte:

A prisão de meu pai aconteceu por causa de uma briga com minha mãe. Os dois se desentenderam e aconteceu que meu pai agrediu minha mãe causando-lhe ferimentos e em razão disso foi processado e condenado.
Há uns três meses papai sofreu na prisão um derrame cerebral. Foi levado para o hospital, recebeu tratamento, mas ficou sem o movimento de um braço e nas pernas, ou seja, paraplégico, tendo que usar cadeira de rodas.
Depois do derrame cerebral e vendo meu pai preso e nessa situação minha mãe se reconciliou novamente com ele, perdoou-o, e em virtude de seu estado de saúde, através de um advogado, solicitamos ao Juiz o relaxamento da prisão transformando-a em domiciliar.

O tempo passou, a pena já foi totalmente cumprida, o pedido que encaminhamos para ele permanecer no domicílio foi negado, e meu pai continua preso no presídio Industrial de Caxias do Sul.

Até aqui o resumo da história.

Aí você abre o jornal Zero Hora desta terça-feira (22/9 pg.41) e lê o seguinte: “Livres antes do tempo”. “Justiça libera 234 presos do aberto”. “No Pio Buck, condenados são mantidos na rua”. “Soltei porque não tinha onde colocá-lo”
Tudo porque os presídios lotados é um dilema para os juízes.

Mas, pelo amor de Deus, se os presos do Pio Buck podem desfrutar da liberdade de cumprir a pena em prisão domiciliar, havendo o perigo de voltar a delinqüir, por que não dar ao apenado de Caxias do Sul que está numa cadeira de rodas condenado a vida inteira a ficar nela, terminar seus dias junto da família?

Sinceramente não dá para entender a cabeça de certos juízes. E ainda mais que o infeliz homem já pagou a sua pena.
Desgraçadamente o destino reservou ao seu N.R.A. castigo maior, pois dele não se livrará, já que terá de permanecer perpetuamente numa cadeira de rodas.

Eu não sei onde vamos parar se a Justiça continuar soltando presos condenados e o governo não aumentar o número de vagas nos presídios.

O caso mais espantoso ocorreu no fim de semana em Gramado quando um sujeito bêbado furtou um automóvel, atropelou duas meninas, bateu em três veículos e o juiz soltou-o justificando à sociedade que assim procedia porque não tinha onde colocar o preso.

Francamente, os valores estão sendo completamente invertidos. Um advogado que foi condenado por ilicitude contra o Estado é proposto para preencher uma vaga no Supremo Tribunal Federal; presos por cometerem os mais variados crimes andam soltos; um embriagado furta, atropela duas menores, colide com mais três carros, causa um prejuízo enorme e não é preso.

Enquanto tudo isso acontece, o desditoso preso na cadeia e na cadeira de rodas continua atrás das grades, repito, mesmo tendo cumprido a sua pena.
Vai ter azar assim nos quintos dos infernos.

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