quarta-feira, maio 27, 2009

A ÚLTIMA CARTADA

Quem sabe seja a última cartada dos aposentados este ano para conseguir aumento salarial. As notícias de Brasília adiantam que centenas de aposentados e pensionistas foram ao Congresso nesta semana solicitar que os parlamentares analisem dois assuntos de interesse da categoria, formada por cerca de 22 milhões de brasileiros. Os manifestantes trabalham pela derrubada de um veto presidencial ao projeto que em 2006 reajustou o salário mínimo em 16,67%, sem repassar o percentual aos dependentes da Previdência Social.
O veto diz respeito a uma emenda, de autoria do senador Paulo Paim (PT-RS), que estendia esse o reajuste a todas as aposentadorias da Previdência Social. O governo, ao contrário, concedeu reajuste de 5% aos aposentados e pensionistas.
No sábado o senador Paim depois de se manter silencioso por quase 30 dias voltou a atacar: "É inadmissível entrarmos em recesso sem votar esse veto e sem analisar o fim do fator previdenciário".
Criado em 1999 para controlar os gastos da Previdência Social, o fator previdenciário é inversamente proporcional à idade de aposentadoria do segurado. Ou seja, quanto menor a idade de aposentadoria, maior é o redutor e, conseqüentemente, menor o valor do benefício recebido. Dessa forma, quem se aposenta sob a influência do fator não recebe o mesmo valor com que contribuiu para a seguridade social.
O grupo de aposentados após uma missa na Catedral de Brasília foi até a Câmara e ao Senado e mais uma vez receberam a promessa tanto do presidente Sarney como de Michel Tamer que as duas casas do Congresso vão colocar em votação no dia 8 de julho o veto do presidente Lula no Senado, e em junho a votação pela Câmara o projeto de lei que equipara a partir de sua aprovação o reajuste concedido ao salário mínimo aos benefícios do INSS.
O senador Paim, mais uma vez se colocou ao lado dos aposentados e pensionistas e disse acreditar que o Congresso vai se sensibilizar, "é uma vergonha para o Parlamento entrar de férias sem votar o veto".
A esperança de 22 milhões de pessoas que estão aguardando justiça não pode mais aguardar. Ou é agora ou nunca. E o aposentado não pode esquecer que logo alí vem uma eleição. Esses milhões de aposentados podem modificar, sim, o resultado de um pleito. Estão brincando com vara curta.

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