quinta-feira, maio 14, 2009

O FIM DO MUNDO

Quando era criança ouvia falar seguidamente que o mundo acabaria no ano 2000, pois era comum e popular a frase em italiano "mila, non piú mila". Pois o ano 2000 passou e o mundo não acabou.
Revistas e jornais começam agora, outra vez, a especular uma nova data para o extermínio da terra. Segundo uma nova teoria, o ano de 2012 é a nova data para o fim do mundo.
O estudo é feito no cruzamento do calendário Maia com Nostradamus, Bíblia e I Ching para prever o Apocalipse.
Os astrônomos adiantam que no dia 21 de dezembro de 2012, um raro alinhamento do Sol com o centro da Via-Lactea dará início a uma série de eventos desastrosos, como terremotos, dilúvios, pragas e distúrbios eletromagnéticos que culminarão com o fim dos tempos.
Bom, se nos atermos a alguns fatos verdadeiros que ocorrem atualmente, o mundo vai mesmo acabar logo. Por exemplo: as guerras no Oriente que não terminam nunca. Daqui há pouco, um lunático resolve criar um artefato atômico e jogar contra o inimigo, e vai pagar também quem não deve; a crise econômica mundial se não for contida, pode ser um ingrediente a mais para acirrar os desentendimentos e daí surgir os conflitos; o aquecimento global é outro fator que contribui para a tese do final dos tempos; ás alterações no ciclo solar etc., situações essas avolumadas com outras mais, fazem-nos crer que efetivamente o mundo aproxima-se do fim.
Essa mistura de ficção com ciência e religião não é de hoje. Cada vez que se fala no assunto os mais crentes se agitam e, há, até, os que se adiantam nos seus projetos com medo de não vê-los concretizado.
Por isso, tem razão o professor de física da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Walmir Thomazi Cardoso quando afirma: "o argumento que serve de base para boa parte das profecias, segundo o qual, o alinhamento do Sol com o centro da Via-Láctea no dia 21 de dezembro de 2012, é fraco". O fenômeno, defato, vai acontecer, mas será mais um entre tantos que já acorreram. Ele acontece uma vez a cada 26 mil anos, mas, para o planeta Terra que tem 4,5 bilhões de anos, já aconteceu pelo menos 173 mil vezes. "Se alguém espera que as tragédias descritas pelas profecias se concretizem por desequilíbrios astrais, está perdendo tempo", diz o professor Cardoso.
Aliás, essas teses são cíclicas e desde 1524 quando o astrólogo alemão Johannes Stoeffler previu que um dilúvio acabaria com o mundo, muito pouca gente passou a acreditar. Em 1533, outro matemático alemão monge Michael Stlefel afirmou que o fim ocorria no dia 18 daquele ano. Pois nada aconteceu e o monge perdeu seu cargo eclesiástico.
Em 1666, 1734, 1886, 1943, apareceu Nostradamus com a profecia de que haveria o fim do mundo quando a Páscoa caísse no dia 25 de abril. Pois a celebração caiu em quatro ocasiões e o mundo continua a existir.
Em 1736, William Whiston, teólogo e matemático inglês anunciou que o mundo chegaria na forma de dilúvio, e nada aconteceu.
Em 1844, o pastor batista americano William Miller disse que Jesus voltaria à terra para o Juízo Final em 22 de outubro, e o dia amanheceu como todos os outros. E, finalmente, para as Testemunhas de Jeová o mundo deveria ter acabado oito vezes só no século XX (1914-1915-1918-1920-1925-1941-1975 e 1994).
Na verdade mesmo ninguém sabe quando o mundo vai acabar. O homem pode prever tudo. Mas, essa de dizer o dia, a hora em que chegará o fim dos tempos, "yo no creo". A revista ISTOÉ desta semana trás interessante matéria sobre o assunto.

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