quarta-feira, maio 20, 2009

SURPRESAS

A cada dia somos surpreendidos com notícias de falecimento de pessoas que tiveram ligações íntimas com Erechim, principalmente aquelas que de forma quase anônima contribuíram para o seu desenvolvimento.
Não faz quinze dias, foi vítima de acidente e em conseqüência faleceu, o empresário e ex-presidente do CER Atlântico Alcides Piana (Jango), na BR-153, trecho que liga Erechim/Passo Fundo, encascalhado. Em sua companhia estava sua esposa que também se feriu gravemente e continua sob cuidados.
Hoje, abro o jornal, e fico sabendo do passamento da senhora Sofia Foguel.
Dona Sofia era viúva do saudoso Samuel Foguel, fundador e presidente da Sociedade Beneficente Israelita de Erechim. Possuia uma das mais finas lojas do vestuário feminino na década de 50, a Casa Progresso, cujo "slogam" publicitário era, "a loja tradicional da cidade". Ficava na esquina da Av. Maurício Cardoso com a Rua Alemanha, onde hoje está instalado o Magazine Luiza.
Dona Sofia foi muito amiga de minha avó e sempre solidária nas campanhas beneficentes (campanha do agasalho, do presidiário, do Natal dos pobres) tradicionais durante o ano. Era colaboradora efetiva.
Seu sepultamento será realizado hoje à tarde, no Cemitério da União Israelita, na Oscar Pereira, em Porto Alegre.
O infausto acontecimento me faz lembrar também os fiéis funcionários da Casa Progresso, Waldemiro Claudino Galli (contador), hoje diretor presidente do Hospital Ernesto Dornelles, em Porto Alegre, substituído depois por Valdir Servelin. Aliás, foi Samuel Foguel quem liberou Galli para ser presidente do Ypiranga F.C. e, posteriormente, para concorrer a Câmara Municipal, tendo alcançado à presidência do Legislativo local.
Mas, a morte não é o fim de tudo, dizem os filósofos.
Um velho amigo, brincando, sempre dizia que: "Se a morte é descanso, prefiro viver cansado." A gente ria, mas no fundo aprendeu-se. Já na minha juventude, lia muito poesia e encontrei muitos versos dedicados à morte. Diversos os conceitos, variadas as posições frente à temática. Mas, percebi que, de fato, a morte existe e representa, sim, a única e definitiva certeza da vida.
É de Mena Moreira o soneto abaixo que nos fala da morte:
A morte chega !...
Não escolhe o dia, nem a hora
Vem rápido ou de mansinho
Arranca do convívio , leva embora !...
Não prefere os ricos
Aos desvalidos
Não prefere os entendidos
Aos não sabidos
Não prefere os opressores
Aos oprimidos.
Nessa hora , todo mundo é igual
Não há os preferidos
Barreiras se rompem , distâncias se aproximam
Aqui não há favorecidos !.....

Nenhum comentário: