segunda-feira, maio 25, 2009

AS FALSAS DENÚNCIAS

O deputado Federal José Otávio Germano me envia uma carta contendo explicações dadas à mídia do nosso Estado sobre as insinuações que fizeram a respeito de um possível envolvimento de seu nome nos escândalos do DETRAN, durante o tempo em que foi Secretário de Estada da Justiça e da Segurança.
Na carta, ele afirma que tendo tido êxito em todos os cargos públicos que ocupou, desde vereador em sua cidade – Cachoeira do Sul – deputado estadual e presidente da Assembléia Legislativa, Secretário dos Transportes, deputado federal com quase 200 mil votos, Secretário Nacional dos Esportes, certamente tornou-se um obstáculo para outros mais poderosos que ele, que buscam o poder a qualquer custo para atingir seus objetivos.
Na mesma carta anexa a coluna do jornalista Clésio Boeira, do jornal O SUL e uma entrevista a revista VOTO. Nessa entrevista José Otávio Germano lembra o sofrimento idêntico sofrido por Alceni Guerra – então Ministro da Previdência, defenestrado do poder e cassado, sob a acusação de desvio de verbas públicas através de licitações de compra de guarda-chuvas e bicicletas. Anos depois, foi inocentado em todas as instâncias, mas o estrago estava feito.
Outro injustiçado e lembrado até hoje, o atual deputado Ibsen Pinheiro, acusado, sem provas, de ter feito transferência de recursos entre as contas da Caixa Econômica Federal e do Banrisul. O martírio durou mais de 10 anos e a inverdade custou-lhe a cassação.
Situação idêntica nos últimos oito meses viveu o deputado José Otávio Germano (PP/RS) ao ter seu nome divulgado após investigações da Operação Solidária da Polícia Federal.
Hoje, mais aliviado o parlamentar gaúcho celebra a decisão da Procuradoria-Geral da República e do Supremo Tribunal Federal, que o excluiu do inquériuto que trata da Operação Solidária de agosto do ano passado.
Para José Otávio Germano o denuncismo é uma prática antiga e nojenta da cultura política gaúcha e brasileira. A diferença, hoje, é que parte da imprensa oferece aos denuncistas de plantão – sem nenhuma prova – espaço que antes eles não possuíam. Para refrescar a memória de muitos o deputado lembra 1993 quando era relator da CPI da Propina. Havia, segundo ele, deputados – que buscam tanto a parceria com o PDT – quase foram às vias de fato com ele para que incluísse no relatório final o empeachment do governador Alceu Collares. " Como eu não tinha convicção nenhuma para pedir a perda de seu mandato e não pedi".
Engraçada a visão de determinados segmentos dessa nossa ilustre sociedade: se qualquer um de nós, sem as devidas provas, e muitas vezes pela nossa imensa capacidade de puxar o tapete dos outros, acusa alguém, o que deve acontecer se esta acusação for comprovadamente falsa? Claro, punição para o acusador leviano! Não se está impedindo o direito de acusar ou processar, está se colocando a devida responsabilização do acusador no contexto processual legal! Mas não, os "lobordeiros" de plantão (lobos oportunistas disfarçados de cordeiros), querem ter o direito pleno de acusar ao léu, sem correr riscos pelas falsas acusações! Assim, qualquer um de nós pode acusar alguém de ladrão e, mais adiante, mesmo comprovada a nossa leviandade, não recebemos punição alguma. Faça-me o favor… Independente de quem for o autor da denúncia, acho que esta questão já deveria ter sido incorporada nas nossas leis há muito mais tempo e punir os detratores com mais rigor.

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