segunda-feira, maio 04, 2009

BAIXO CLERO

Outro dia me perguntaram: o que é baixo clero? Muita gente não sabe o significado. Não confundir o termo relacionado com igreja, religião... O baixo clero surgiu na eleição do deputado Severino Cavalcanti para a presidência da Câmara, em 2005. É formado pela imensa maioria dos deputados sem expressão e presença na mídia e que formam a maioria dos 513 parlamentares da Câmara.

Pois é no baixo clero que está a grande força decisória dos grandes projetos nacionais.

Quem elegeu o peemedebista paulista Michel Temer à presidência da Câmara?

- Foi o baixo clero.

Segundo os comentaristas políticos o grupo é formado, em tese, por 80% dos componentes do Legislativo nacional.

O papel do baixo clero é dividir as forças governistas e adora o fisiologismo e as emendas parlamentares.

Observe uma coisa: sempre que a situação no Congresso se complica, o mecanismo chamado emenda parlamentar, permitido por uma lei estrábica, que estimula a delinqüência política é acionado. Essa prática não vem de hoje. É a mesma lei que criou e que permitia os deputados promoverem, (como promoveram) a farra das passagens.

Tudo isso, confere a influência sobre o ânimo parlamentar.

Como o ano que vem têm eleições, sob a égide da crise econômica mundial, a liberação de pequenas obras nos municípios do interior, que é a pátria do baixo clero, torna-se indiscutível cada vez mais a ação desse grupo no Congresso Nacional.

Há uma proposta de emenda em tramitação no Congresso que muda o orçamento, tornando-o impositivo, ou seja, é forma de impedir que o Executivo possa contingenciar verbas, realizar cortes ou executar discricionariamente a programação orçamentária. Seria o único meio de sanear esse processo. Por incrível que pareça, seu autor é o falecido senador Antonio Carlos Magalhães, que, no entanto, só a propôs quando se tornou oposição. E os que a postulavam no passado, e hoje estão no poder, não demonstram o mais remoto interesse em discuti-la.

Na sexta-feira acompanhei pela televisão um debate sobre por que a Câmara não discute, por exemplo, a reforma política, a reforma fiscal; por que não acaba com a Medida Provisória? A mesa era formada por dois cientistas políticos, um ex-governador e deputado federal, e o atual vice-presidente da Câmara, Marcos Maia (PT-RS). Foi interessante, e aí ficamos sabendo que é de Marcos Maia um Projeto de Lei que está tramitando sobre a eleição de uma Constituinte Exclusiva, composta por 150 deputados a serem eleitos ano quem vem, só para tratar da reforma política, depois perderiam o mandato. Essa Constituinte teria o prazo "x" meses para apresentar a reforma pronta para ir à votação.

Não deixa de ser uma boa idéia.

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