sábado, maio 01, 2010

DIA DO TRABALHADOR

Fui à missa vespertina, como faço todos os sábados na Igreja Santo Antônio do Pão dos Pobres. Hoje foi celebrante o padre Antônio, um sacerdote que já passou dos 70 e acho que anda perto dos 80 anos, se não mais.
O padre Antônio é muito querido na paróquia, de fala suave e macia, atrai a atenção dos fiéis que prestigiam suas celebrações. Ouvindo-o percebe-se o seu alto grau de cultura. Aliás, é muito bom e confortador ouvi-lo.
Seu sermão na missa de 1° de maio, dia consagrado ao trabalhador versou sobre o papel da Igreja em alertar os cristãos para o problema social, segundo a doutrina da própria Igreja.
Criticou os regimes totalitários como o comunismo, por exemplo, grande perseguidor dos cristãos no século XX, citando a Russia e a China.
Lembrou a figura de São José operário, padroeiro dos trabalhadores e apelou para que os que têm mais dividam um pouco com os que possuem menos.
Sua fala durou cerca de 15 minutos e serviu para tirarmos grandes lições e reflexões.
A história do dia consagrado ao Trabalhador surgiu em 1886,
durante uma manifestação de trabalhadores nas ruas de Chigago nos Estados Unidos da AMérica. Essa manifestação tinha como finalidade reivindicar a redução da jornada de trabalho para 8 horas diárias e teve a participação de milhares de pessoas. Nesse dia foi realizada uma greve geral nos EUA . No dia 3 de maio houve um pequeno levante com a polícia resultando a morte de alguns manifestantes. No dia seguinte, 4 de maio, uma nova manifestação de protesto foi organizada, pelos acontecimentos dos dias anteriores, tendo sido determinado o lançamento de uma bomba no meio dos policiais que começavam a dispersar os manifestantes, matando sete agentes. A polícia abriu então fogo sobre a multidão, matando doze pessoas e ferindo dezenas. Estes acontecimentos passaram a ser conhecidos como a Revolta de Haymarket.
Três anos mais tarde, a 20 de junho
de 1889, a segunda Internacional Socialista reunida em Paris decidiu por proposta de Raymond Lavigne convocar anualmente uma manifestação com o objectivo de lutar pelas 8 horas de trabalho diário. A data escolhida foi o 1º de Maio, como homenagem às lutas sindicais de Chicago. Em 1 de Maio de 1891 uma manifestação no norte de França é dispersada pela polícia resultando na morte de dez manifestantes. O novo drama serviu para reforçar o dia como de luta dos trabalhadores, e meses depois a Internacional Socialista de Bruxelas proclama esse dia como sendo o dia internacional de reivindicação de condições laborais.
Em 23 de abnril
de 1919 o senado francês ratifica o dia de 8 horas e proclama o 1° de maio desse ano feriado. Em 1920 a Rússia adota o 1º de maio como feriado nacional, e este exemplo é seguido por muitos outros países. Apesar de até hoje os estadunidenses se negarem a reconhecer essa data como sendo o Dia do Trabalhador, em 1890 a luta dos trabalhadores estadunidenses conseguiu que o Congresso aprovasse que a jornada de trabalho fosse reduzida de 16 para 8 horas diárias.
Ao final deste meu comentpário releio trechos da célebre Encíclica Laborem Exercens, do Papa João Paulo II (1981), sobre o trabalho humano. O trecho inicial da encíclica para a sua reflexão neste 1º de maio:
É MEDIANTE O TRABALHO que o homem deve procurar-se o pão quotidiano e contribuir para o progresso contínuo das ciências e da técnica, e sobretudo para a incessante elevação cultural e moral da sociedade, na qual vive em comunidade com os próprios irmãos. E com a palavra trabalho é indicada toda a atividade realizada pelo mesmo homem, tanto manual como intelectual, independentemente das suas características e das circunstâncias, quer dizer toda a atividade humana que se pode e deve reconhecer como trabalho, no meio de toda aquela riqueza de atividades para as quais o homem tem capacidade e está predisposto pela própria natureza, em virtude da sua humanidade. Feito à imagem e semelhança do mesmo Deus no universo visível e nele estabelecido para que dominasse a terra, o homem, por isso mesmo, desde o princípio é chamado ao trabalho. O trabalho é uma das características que distinguem o homem do resto das criaturas, cuja atividade, relacionada com a manutenção da própria vida, não se pode chamar trabalho; somente o homem tem capacidade para o trabalho e somente o homem o realiza preenchendo ao mesmo tempo com ele a sua existência sobre a terra. Assim, o trabalho comporta em si uma marca particular do homem e da humanidade, a marca de uma pessoa que opera numa comunidade de pessoas; e uma tal marca determina a qualificação interior do mesmo trabalho e, em certo sentido, constitui a sua própria natureza.”

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