terça-feira, maio 11, 2010

NECROTÉRIO SERVE DE DORMITÓRIO EM HOSPITAL

A cobertura exagerada que alguns órgãos de imprensa estão dando ao badalado caso do empresário Luiz Antonio Sanfelice, de Novo Hamburgo, que matou a mulher, foragido e preso na Espanha está se tornado chato e intolerável.
É muito mais importante dizer à sociedade e aos governantes que os hospitais de Porto Alegre estão com seus serviços de emergência lotados e acolhendo doentes em corredores e até nos necrotérios, do que tanto falar no caso Sanfelice.
Fiquei sabendo hoje pela manhã de uma assistente social, que foi baixar um doente na Santa Casa, que o hospital para poder acolhê-lo só o faria se o paciente consentisse em dormir no necrotério. Como é do interior, pobre, e não tinha alternativa, dormiu no lúgubre e insuportável local.
A culpa – que fique muito claro – não é do hospital, é das nossas autoridades que não conseguem encontrar uma solução para as filas, para o atendimento dos casos de emergência nos hospitais, e, principalmente, os caos de internação.
Pensa bem, como um paciente que já chega angustiado a procura de saúde é levado para dormir no necrotério. Mas, onde é que nós andamos? Onde está nesta hora os Direitos Humanos, para fazer valer os humanos direitos das pessoas? Num caso de emergência como se verifica, não era para a prefeitura ou o governo do Estado oferecer os seus serviços sociais e alojar esses pobres infelizes em locais mais dignos?
E a nossa imprensa fica dando cobertura a um criminoso condenado que fugiu como fosse um fato inédito, inigualável. Quantas fugas mais sensacionais que essa já aconteceu e não foram tão badaladas.
É nessa hora que vem a lembrança os albergues sustentados por alguns deputados, que mesmo a Justiça tendo considerado ilegais, continuam de portas abertas prestando um serviço humano e de solidariedade, ou seja, o que o governo deveria fazer e não faz.
Lembro que o deputado Giovani Cherini, atual presidente da Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul, por sustentar casa de passagem para pessoas carentes, teve seu mandato ameaçado de cassação, juntamente com outros parlamentares. Todos eles foram diplomados sub judice pelo Tribunal Regional Eleitoral. Mais tarde, ingressaram com recursos ordinários junto ao TSE e foram liberados.
É o fim da picada!

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