sábado, maio 08, 2010

QUEM NÃO OUVE

Quem não ouve
Não vê
Quem não vê
Não sabe
Quem não sabe não ouve
E o que ouve?
Não sei
Não vi
Não ouvi.
(Alexandre Volcker)

Este poema li no interior de um ônibus da Carris que, aliás, tem promovido os nossos poetas afixando nos vidros (parte interna) dos coletivos, belas obras. Esta é uma delas.
Realmente precisamos cada vez mais ouvir para enxergar e ver para saber...
Acabo de ler na imprensa local, a notícia que alunos do JB (Escola José Bonifácio) de Erechim, manifestam-se sobre a grafia do nome do município, usando a Tribuna Livre, da Câmara de Vereadores. Três estudantes do 3º. ano do Ensino Médio noturno com sua professora, demonstraram à população, que o projeto que visa alterar a grafia do topônimo Erechim (ch) para “x” “não levará absolutamente a lugar nenhum”, tendo em vista que o registro do nome foi lavrado em 30 de abril de 1918, data do decreto de sua criação, pelo então governador do Estado, Antônio Augusto Borges de Medeiros.
Essa polêmica perdura desde que um paraquedista (designação figurativa de pessoa que não é natural do lugar e se intromete na sua vida política) pousou em nossa cidade. Chamava-se Antônio Algayer. Foi ele que deu início à discussão, segundo a qual, a grafia do nome dado ao município não era correta. O nome deveria ser Erexim e não Erechim. Perceberam a diferença?
Vários artigos foram escritos em jornais, debates, consultas à Academia de Letras, solicitação de pareceres e até livros foram escritos. Os nossos intelectuais na época, cada um defendendo seu ponto de vista criaram uma celeuma tão grande, que como disseram os estudantes “não levou a lugar nenhum”, tanto que nada mudou.
Para os mais novos é interessante explicar que nunca houve até hoje contrariedade a origem e a etimologia da palavra. Etimologia é a parte da gramática que trata da história ou origem das palavras e da explicação do significado através da análise dos elementos que as constituem. Portanto, é o estudo da composição dos vocábulos e das regras de sua evolução histórica. Pois nem assim, o professor Algayer e seus seguidores se deram por vencidos, e por longo período mantiveram a tese do “x” em evidência, caindo no esquecimento mais tarde. Mas, volta e meia alguém resolve reavivar a idéia do professor paraquedista.
Pela pesquisa feita pelos alunos Carla, João e Vinícios fica clara a tendência de que o erechinense não quer mudar, e que assuntos mais importantes devem consumir o nosso tempo, dando inclusive, exemplos:saneamento, seguranças, educação etc. A consulta, segundo eles, feita no próprio âmbito colegial foi a seguinte: em um contingente de 306 alunos, 278 votaram pela preservação do nome atual com “ch” e apenas 28 contrários, a favor do “x”.
Eu, por exemplo, nasci escrevendo o nome de nosso município com “ch”, e não vai ser agora no raiar dos meus 74 anos que vou mudar. Que me desculpem os defensores do “x”, podem trocar o topônimo, mas vou morrer grafando ERECHIM.

Um comentário:

M.G. AdMini disse...

Infelismente Erechim é um baita dum antro de colonagem, sou daqui e posso então opinar, meu ponto de vista é meu e cada um tem o direito de se manifestar.

Certo que Erechim não via mudar para Erechim.

Mas... muitas pessoas já usam a grafia Erexim para se referir a uma cidade mais jovem, menos colona e mais melhor.

Inclusive eu. que moro em Erxim comX.