segunda-feira, maio 17, 2010

DICIONÁRIO PORTO-ALEGRÊS

O professor Luís Augusto Fischer, lançou em Porto Alegre, já há algum tempo, o Dicionário de Porto-Alegrês, com inúmeros verbetes interessantes, que se você não é daqui não sabe.Eis alguns deles e bastante curiosos.

Abichornado: Nada a ver com “abichar”. Abichornado é o cara que está sem graça, ou que perdeu a graça. Gente doente fica “abichornada”, por exemplo. Terá a ver com o espanhol abochornado, que significa algo parecido?

Adeus, tia Chica: Forma de declarar que “deu pra bolinha” do que quer que seja, definitivamente, nunca mais. “Se a gente consegue a grana, aí ‘adeus, tia Chica’, por exemplo. Pode ser usada como comentário tanto de horrores como de maravilhas.

Bangornada: O mesmo que porrada, golpe forte, tropeção (na língua local, trupicão), dada em pedra, por aí.;

Bem-belo: Expressão de contrário para designar simplesmente um estado de satisfação, de regozijo, de folgança. “Os caras lá se matando e eu lá, bem-belo, nem aí na confusão”.

Boinha: Quando a tarefa se afigura fácil ou é mesmo fácil, diz-se que é boinha, diminutivo de bóia, termo já antigo para a comida. Tarefas fáceis também se dizia ser “bóia dada”.

Dar na telha: O mesmo que passar pela idéia, cogitar. “Me deu na telha ir ao cinema, que tu acha?”

Deitar o cabelo: Expressão com certo traço descritivo visual que fere a ação de sair correndo e por isso fazer o cabelo metaforicamente deitar sobre a cabeça. Significa isso mesmo, cair fora, cair da boca, abrir fora, com pressa.

Garganta: Diz-se do sujeito que arrota grandezas, que se tem em alta conta, que se faz passar por façanhudo. Em geral usado para denunciar a falta de correspondência entre o que se diz e o que se faz.

Monga: Voz moderníssima, anos 90 em diante, para designar a antiga songa-monga, isoto é, a pateta (que pode ser “o” também), a tonta, a desavisada, a estúpida.

Que tal?: Saudação corrente. Se pronuncia como o “l” líquido, não redudizo a “u”. Significa “Como estão as coisas?”.


Se você não é daqui vai se acostumando, procure decorar. Há inda muito mais. Os termos gaúchos também, para quem não é do Sul, pode achar tudo muito estranho.

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