quarta-feira, maio 26, 2010

INCOERÊNCIA DOS POLÍTICOS

Como os políticos são (não todos) inconseqüentes e desconexos. Está em discussão na mídia, em toda parte por onde se ande o famigerado aumento de 7,7% aos aposentados e pensionistas da Previdência Social brasileira, e o não menos draconiano fator previdenciário.
Após muita discussão, movimentos dos aposentados através de sua entidade máxima no Brasil e nos Estados, pressão sobre o Congresso Nacional, pararí...parará...eis que o referido projeto, ou Medida Provisória, está sob a decisão do presidente Lula para sancioná-lo, ou vetá-lo. O prazo para que o presidente tome a decisão expira na próxima terça-feira, dia 1º de junho.
O presidente Fernando Henrique Cardoso, do DEM, foi quem criou esse monstro que se denomina “fator previdenciário” que a cada ano deixa o aposentado mais pobre. O PT votou contra e por largo tempo somou a simpatia dos aposentados. Hoje, o PT é a favor do “fator previdenciário” e o DEM é contra.
Ao seu estilo, o DEM faz tremendas críticas ao PT e ao presidente Lula, e atrai uma legião de aposentados que batem palmas e oferecem solidariedade. Significa dizer em outras palavras, que do bolo só mudaram as moscas porque de resto continua tudo como era dantes na terra de abrantes.
Na semana passada, o presidente Lula fez um discurso criticando a decisão do Congresso, que contou com apoio de governistas e oposicionistas. “Tem gente que acha que ganha votos fazendo isso (apoiando a extinção do fator), disse. Na verdade, se o povo compreender o que significa, essas pessoas podem não ganhar o tanto de votos que esperam”, afirmou, durante a 13.ª Marcha dos Prefeitos a Brasília.
O ministro do Planejamento Paulo Bernardo, por sua vez, enfatizou que a alteração, criada por uma emenda do deputado Fernando Coruja (PPS), foi aprovada de atropelo e sem reflexão. “Tínhamos feito uma proposta interessante de negociação. Não foi para frente porque os próprios deputados não quiseram”, comentou.
A sugestão que contava com o aval do governo era baseada em uma fórmula conhecida como 85/95, que conta a soma dos anos de idade do contribuinte na data da aposentadoria, mais os anos de contribuição. Para as mulheres, o benefício integral estaria garantido quando a soma chegasse a 85 e, para os homens, a 95. A emenda aprovada pela Câmara e pelo Senado garante o benefício integral apenas pelo tempo de trabalho – para mulheres, 30 anos, e para homens, 35.
O especialista em Previdência, Renato Follador, avalia que tanto o fim do fator previdenciário quanto o uso da fórmula 85/95 são prejudiciais para as contas do país a médio e longo prazo. Presta atenção no que ele disse: “Isso nos colocaria na contramão da história. Enquanto temos exemplos claros de países que estão fazendo de tudo para controlar as aposentadorias, como Grécia, Espanha e Argentina, nós estaríamos estimulando as pessoas a parar de trabalhar precocemente.” Segundo ele, a decisão pelo veto mostra que Lula tem consciência da situação.
É interessante, os teóricos tem resposta pra tudo, só que não sabem dizer ou não apresentam alternativa para resolver a questão dos que estão no sistema previdenciário e empobrecendo cada vez mais.
Dr. Renato, palmas para o senhor!

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