segunda-feira, junho 07, 2010

PROCESSADO POR FALAR DEMAIS

Você acredita que alguém possa ser processado por ter cometido o “crime” de falar demais? Não é gozação, é verdade!

Jim Barbe foi absolvido pela Corte judicial de Pittsbug – Pensilvânia, EUA, acusado de perturbar a ordem pública e de cometer transgressão, durante uma audiência da Câmara Municipal da cidade de Salem, fato ocorrido em setembro de 2001. Jim foi acusado de ter discursado pelo espaço de 12 minutos, mais que o dobro do tempo de que tinha direito, que era de cinco minutos, segundo as regras do regimento e do protocolo da solenidade.

Embora fosse advertido de que deveria encerrar o seu discurso por ter ultrapassado o tempo, sem largar o microfone disse que só concluiria sua manifestação depois que dissesse tudo o que entendia ter direito.

Por ter assim agido, foi enquadrado penalmente inconveniente e ter desacatado, e ofendido aos que lhe escutavam.

Se fosse condenado, poderia pegar dois anos de prisão e o pagamento de uma multa no valor de US$ 5 mil. Mas um juiz da cidade decidiu que o discurso de Barbe não representava um crime, não interrompeu a reunião e estava dentro do limite de participação popular no processo político.

Por não ter sido agressivo nem citado nomes ou fez acusações, foi absolvido.

Bom, se tal Lei existisse no Brasil, nossa!!! Quanta gente seria acusada de perturbação da ordem pública!!!

Certa vez, assistindo sessão de uma Câmara de Vereadores no interior programada para exaltar o Dia da Pátria, 7 de Setembro, o orador indicado começou bem o seu discurso. Mas, da metade do tempo que dispunha para o final, descambou em uma desmesurada crítica ao governo da época com colocações inoportunas e levianas. Alguns, que não suportaram as planturosas críticas do vereador começaram a deixar de fininho a sessão para não ter o dissabor de aplaudir o peroratório discurso, que na verdade tinha mais de reparos ao executivo nacional do que homenagem aos heróis da Independência.

Foi um fiasco para não dizer que deixou os assistentes constrangidos pelos disparates do vereador.

Este, sim, deveria ter sido processado por falar demais e numa data imprópria. Afinal, o que tinha a ver o 7 de setembro com os problemas de saúde, educação, falta de moradia, de remédio e tudo mais?

Ficou nos anais a intransigência e sectarismo do “ilustre vereador”.

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