quarta-feira, junho 02, 2010

O DEBOCHE DO PRESIDENTE

Quem não leu, vale a pena ler o artigo do ex-presidente do STF, Paulo Brossard, em Zero Hora desta segunda feira, dia 31. Pouco antes dele no dia 24, eu havia - não com o brilhantismo do ex-ministro - feito críticas ao presidente Lula por ter sido admoestado pela Justiça Eleitoral. Aliás, não é a primeira vez que o presidente é ameaçado de punição por infração a Lei eleitoral por mostrar-se “indiferente e desdenhoso, e repetir a falta uma, duas, três vezes. Em uma delas chancelou, dizendo que mandaria a multa para os ouvintes”.Além de contraventor é desdenhoso. Ora onde já se viu um presidente proceder com tamanha licenciosidade para com o povo que o elegeu.O que de certa forma constrange é que o presidente tudo pode, o cidadão comum tem que dar explicações à Justiça, e se não dá, a cadeia pega. Afinal a Lei não é para ser obedecida por todos?

No rio Grande do Sul um outro problema que preocupa e não tem havido solução é a falta de medicamentos para pessoas de baixa renda, que pela sua carência pode levar esses pacientes ao agravamento da doença, ou até a morte. Este é o drama do marido de uma colega jornalista, Sandriani Osandabaraz, de Canoas. Portador de esclerose múltipla, está com dificuldades para conseguir o tratamento contra a doença. Ele consome, por indicação médica, uma dose do medicamento injetável (Copaxone 20mg) por dia ao custo de R$ 166,66 – ou R$ 5 mil mensais. Ele já teve crises que afetam a visão, a locomoção e o equilíbrio. Por isso não pode ficar sem o remédio. Tendo recorrido ao Estado para receber o medicamento, após conhecido o diagnóstico da doença em 2006, o casal encontrou dificuldades para ser atendido, e somente conseguiu após uma liminar judicial.Conta sua mulher que após garantir o direito de receber o medicamento pago pelo Estado, todos os meses, neste último faltou, prejudicando a saúde do doente.A justificativa da Coordenação Política de Assistência Farmacêutica da Secretaria Estadual da Saúde é que o paciente no último mês recebeu menos do que o habitual, porque não havia medicação suficiente disponível. Contudo, esclarece que a licitação e a compra do remédio já foram efetuadas e que resta aguardar o prazo de 15 para o laboratório fazer a entrega das doses que serão repassadas aos pacientes dessa patologia.Qualquer pessoa de mediano conhecimento sabe que à medida que o estoque vem baixando, antes que acabe deve-se providenciar na reposição do produto, antes que falte, como aconteceu. Nesse caso, onde está a responsabilidade do setor que não providenciou o suprimento desse medicamento?
É sempre assim: a corda rompe sempre do lado mais fraco.

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