segunda-feira, abril 19, 2010

DUAS DATAS IMPORTANTES

Os dias 19 e 21 de abril assinalam no calendário das comemorações nacionais, o dia do Exército e o dia de Tiradentes, o grande mártir da nossa Independência. Por isto nos quartéis ambos as datas são muito festejadas. A primeira porque é marcada pela primeira luta do Brasil contra a dominação holandesa, em 1648. Na época, Portugal disputava o poder na Europa e mantinha aqui um pequeno efetivo militar que era difícil de fortificar, dado o vasto litoral e extenso território. O açúcar valia ouro no Velho Mundo. De lá, veio uma empresa comercial e poderosa esquadra, inicialmente expulsa, que acabou voltando. Conquistou Recife e ficou por mais de 20 anos em Pernambuco. À pequena milícia uniram-se as lideranças locais: o escravo alforriado Henrique Dias, o chefe indígena Poti, Felipe Camarão e o capitão Antonio Dias Cardoso, entre outros. Pela primeira vez, falava-se em pátria. Expulsamos o invasor de Pernambuco. Da união de raças nascia a nacionalidade e, com ela, o Exército Brasileiro.
O Gen de Exército Gleuber Vieira disse certa feita que: “distantes das paixões que apequenam, dos desejos que subvertem e corrompem, nos revigoramos, nos relacionamentos afetivos, e nos mantemos leais e fraternos com toda a sociedade brasileira”. O Exército Brasileiro comemora 362 anos de sua existência. Não foi sem outra razão que Gilberto Freyre disse certa feita, com muita propriedade, que em Guararapes se escreveu, com sangue, a história do Brasil. De fato, hoje se admite que o Exército brasileiro surgiu a partir da Batalha de Guararapes. Os nomes dos chefes militares Francisco Barreto de Menezes, João Fernandes Vieira, André Vidal de Negreiros, Henrique Dias, Antônio Filipe Camarão e Antônio Dias Cardoso receberam referências especiais nas comemorações. Os seis lideraram a Insurreição Pernambucana (1624-1654), que culminou na expulsão dos holandeses da região Nordeste brasileiro. As chamadas Batalhas dos Guararapes foram decisivas da insurreição. E foi a primeira batalha ocorrida em 19 de abril de 1648 que é considerada a origem do Exército brasileiro.
E a segunda data, 21 de abril assinala a morte por enforcamento, do maior líder da nossa independência, o alferes mineiro Joaquim José da Silva Xavier – o Tiradentes (1746-1792).
Tiradentes nasceu na Fazenda do Pombal, entre São José e São João del Rei, Minas Gerais. Ficou órfão aos 11 anos; foi mascate, pesquisou minerais, foi médico prático. Tornou-se também conhecido, na sua época, na então capitania, por sua habilidade com que arrancava e colocava novos dentes feitos por ele mesmo, com grande arte. Sobre sua vida militar, sabe-se que pertenceu ao Regimento de Dragões de Minas Gerais. Ficou no posto de alferes, comandando uma patrulha de ronda do mato, prendendo ladrões e assassinos. Em 1789 o Brasil-Colônia começava a apresentar algum progresso material. A população crescia a exportação de mercadorias para a metrópole aumentava cada vez mais, e muitos entendiam que era tempo de o nosso país fazer a sua independência do domínio português.
Houve então em Vila Rica, atual cidade de Ouro Preto uma conspiração com o fim de libertar o Brasil do jugo português e proclamar a República.
Ainda nessa ocasião não era boa a situação econômica da Capitania de Minas, pois as Minas já não produziam muito ouro e a cobrança dos impostos (feita por Portugal) era cada vez mais alta.
O governador de Minas Gerais, Visconde de Barbacena, resolveu lançar a derrama, nome que se dava à cobrança dos impostos. Por isso, os conspiradores combinaram que a revolução deveria irromper no dia em que fossem cobrados esses impostos. Desse modo, o descontentamento do povo, provocado pela derrama, tornaria vitorioso o movimento. A conjuração começou a ser preparada. Militares, escritores de renome, poetas famosos, magistrados e sacerdotes tomaram parte nos planos de rebelião. Os conspiradores pretendiam proclamar uma república, com a abolição imediata da escravatura, procedendo à construção de uma universidade, ao desenvolvimento da educação para o povo, além de outras reformas sociais de interesse para a coletividade.
Uma das primeiras figuras da Inconfidência foi Tiradentes. O movimento revolucionário ficou apenas em teoria, pois não chegou a se realizar. Em março de 1789, o coronel Joaquim Silvério dos Reis, que se fingia amigo e companheiro, traiu-os, denunciando o movimento ao governador.
Tiradentes achava-se, nessa ocasião no Rio de Janeiro. Percebendo que estava sendo vigiado, procurou esconder-se numa casa da rua dos Latoeiros, atualmente Gonçalves Dias, sendo ali preso. O processo durou 3 anos, sendo afinal lida a sentença dos prisioneiros conjurados. No dia seguinte uma nova sentença modificava a anterior, mantendo a pena de morte somente para Tiradentes.
Tiradentes foi enforcado a 21 de abril de 1792, no Largo da Lampadosa, Rio de Janeiro. Seu corpo foi esquartejado, sua cabeça foi erguida em um poste em Vila Rica, arrasaram a casa em que morava e declararam infames os seus descendentes.
Pelo que fizeram estes ilustres compatriotas pela libertação do nosso País, nós de gerações sucedâneas só temos a exaltá-los e glorificá-los.

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