domingo, janeiro 09, 2011

POBRE PROFESSOR
Sempre tive muito respeito pelos professores, mesmo porque sem eles nada pouco seríamos. Há! Que saudades do meu Grupo Escolar José Bonifácio que funcionou por muitos anos numa casa velha de madeira na Av. Urguai, logo abaixo do prédio da Câmara Municipal de Erechim, de propriedade do falecido Otto Eduardo Müllen.
Depois de passar pelo colégio São José, nos anos de 1945 e 1946, nos 1º. e 2º. Anos primários, (hoje denominado fundamental), transferi-me para o 3º. e 4º. anos d o José Bonifácio.
Sempre tive ótimos professores. Vem-me a lembrança a figura inesquecível da professora Helvética Rotta Magnabosco, Ilva Mandelli, Dilma Faccin e a inolvidável diretora Aidée Tedesco Realli. Já naquela época (60 anos atrás) como agora, os professores eram mal remunerados. Exerciam a profissão mais por sacerdócio e vocação do que por outros interesses.
Fortuitamente hoje pela manhã encontrei uma amiga professora e durante a conversa surgiu o assunto magistério, alunos (diferentes do nosso tempo) e o salário pelo trabalho exercido de 20 horas semanais. Pobre professora!!!
Pois foi nesta conversa amistosa que fiquei sabendo o quando ganha um(a) professor(a) para suportar uma sala de aula com 30 e até 40 alunos, adolescentes do segundo grau. Houve momentos que cheguei a duvidar tamanha a mizerabilidade do salário.
Um professor estadual com pós-graduação, 20h aula semanal, ganha em torno de R$ 758, pouco mais do que o salário mínimo que agora é de R$ 540. Nesse salário já estaria descontado o INSS (11%) e mais o IPE (3%). Claro que estou falando de salário de professor sem os penduricalhos que com o passar dos anos se agregam aos vencimentos como, triênios e outras vantagens. Pobre professor(a)!!! A diferença do que ganha um professor estadual em início de carreira, que tem que enfrentar de segundas a sextas-feiras um grupo de 30 ou 40 alunos com o valor de uma diária de um deputado estadual é somente R$ 296. É por isto que a categoria está desmotivada, o ensino público estadual uma porcaria e cada vez mais nossos filhos aprendendo menos.
Veja só, se não fosse o encontro casual com a minha amiga professora jamais saberia quanto ganha um trabalhador da educação no Rio Grande do Sul.
De outra parte agora entendo melhor a categoria quando vem bater sineta na praça e pedir ao governo melhores salários e condições de trabalho. É hora de dizer: vamos à luta professores. Se ontem gritavam: ...professor na rua, Yeda a culpa é tua! O refrão agora devereá ter outro refrão: ...professor na rua, Tarso a culpa é sua!
Será que os professores retornarão a Praça da Matriz para o sinetaço por melhores salários?
Isto eu quero ver!

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