sexta-feira, abril 03, 2009

BRIZOLA: UM INJUSTIÇADO

Volta e meia a imprensa traz a tona assuntos que envolvem personalidades políticas as mais destacadas, que cumpriram sua missão, já partiram, e procura desmoralizá-las.
Há quatro dias que alguns jornais, principalmente a TV-Globo, estão divulgando que o falecido ex-governador dos gaúchos e cariocas, Leonel Brizola, espionado pelo extinto SNI – Serviço Nacional de Informação – teria criado o PDT para servir de instrumento e tomar o Palácio do Planalto, implantando no Brasil um modelo de partido único.
Quanta leviandade!
E mais: que Brizola montara na década de 1980 um caixa dois com dinheiro de empresas de ônibus e do jogo do bicho para manter suas campanhas políticas. Eu lembro dessas indiscrições, muito exploradas na época pela mídia, tentando prejudicá-lo na sua campanha eleitoral.
Mas, não foram somente estas acusações. Outras mais formuladas pelo SNI, como a estória de que Leonel Brizola meses antes de sua posse no governo do Rio de Janeiro teria patrocinado a vinda ao Brasil de esquerdistas estrangeiros para "freqüentar cursos de capacitação política, trocar experiências e corrigir erros cometidos durante operações subversivas". Os visitantes – segundo os arapongas – acusaram o ex-governador de financiar essas visitas com verbas oficiais e até emprego deu a esse pessoal, temporariamente. Vejam que absurdo!
Não tenho procuração para defender o Dr. Brizola, mas passados todos esses anos remover o passado para tentar denegrir a imagem de um dos maiores líderes do último século, é muita covardia.
O jornalista Carlos Chagas coloca muito bem a questão: "Do lixão da ditadura surgem relatórios sem provas nem evidências a respeito de haver o então governador do Rio atuado a serviço do crime organizado. Trata-se de armação das elites desmoralizadas com a falência do capitalismo selvagem e do neoliberalismo posto em frangalhos pela crise econômica. Querem, na realidade, impedir o ressurgimento do socialismo caboclo que Brizola tão bem sustentou enquanto viveu, numa espécie de premonição sobre o que viria de forma inevitável, que é o caos e o reingresso do Estado nas relações econômicas. Julgam poder passar da defesa ao ataque denegrindo a obra do morto ilustre". Mas, não vão conseguir.
E só para terminar: o crime cresceu nas favelas do Rio de Janeiro e se disseminou pelo país a fora com seus tentáculos para o asfalto, porque cresce, a olhos vistos nas elites, a corrupção, a lavagem de dinheiro, a formação de quadrilhas e até consumo de drogas.
Se alguém pensa que vai manchar a honra de Brizola, está enganado
Aliás, no Brasil já se tornou moda acusar-se sem provas. Isto tem que acabar. Está na hora da Justiça entrar em campo.



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