segunda-feira, abril 27, 2009

ADOÇÃO E A EXAÇÃO DA JUSTIÇA
Li no Correio do Povo uma notícia a respeito de uma família que recebeu como adoação uma criança com poucos dias de vida, pela sua mãe biológica porque não havia condições de criá-la.
O casal que acolheu a menina conhecia a mãe, se dava com a mãe, era amiga de muitos anos da mãe, enfim, não havia qualquer razão em contrário para que aquela criança fosse adotada por aquela família, considerando o pedido e a vontade da própria mãe. Portanto, além de ter condições de criar a menina existia, e existe, um grande vinculo de amizade entre mãe adotiva e mãe biológica, sem falar no caráter, índole e meios socioeconômicos.
Passado alguns dias, o casal foi ao juizado da Infância e da Adolescência para regularizar a adoção, e não só não conseguiu, como teve que entregar á criança á justiça para que fosse levada para um abrigo a fim de aguardar uma família que está na “fila” de adoção.
Na chamada “fila” estão casais que passaram por testes psicológicos, por investigação sócio econômica etc.
Existem hoje no Brasil 80 mil crianças em abrigos para serem adotadas esperando por um pai ou uma mãe, das quais apenas 10% estão aptas a receberem uma nova família.
Não sou um especialista, mas acho que a Lei de adoção por mais que proteja a criança, é burocrática, improficiente demais e na maioria dos casos prejudica a própria adotanda que não pediu para vir ao mundo, nascer em berço pobre e, portanto, merece ter um lar e ser feliz como milhões de outras crianças brasileiras. Lugar de criança não é em abrigo!
Se existe a vontade da mãe biológica por razões justificadas doar o filho a um casal em quem ela confia, e sente que essa família tem condições de criar, educar, dar-lhe amor e perspectivas de um futuro promissor, data vênia, é o que basta.
Às vezes o rigorismo da Lei, somada à dureza e exatidão de alguns juizes pode fazer com que uma criança se torne adolescente num abrigo o que, convenhamos, é uma inumanidade, tudo pela falta de maior celeridade da Justiça.
O assunto é controverso, eu sei, mas no caso acima bem que a Justiça poderia arrefecer a sua exação e dar ao casal adotante e a azarada criança, um lar prospero e feliz.

Nenhum comentário: