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PARA QUE SERVE O DAER (2)

Em 2008 escrevi “PARA QUE SERVE O DAER?”. Recebi uma saraivada de críticas e protestos, inclusive do Sindicato dos Funcionários da Autarquia, manifestando a sua inconformidade com as afirmações que fIz, baseado em uma reportagem de Zero Hora, que censurava o DAER por permitir irregularidades como a daquele engenheiro que fornecia laudo de vistoria, sem examinar o veículo. Na época foi um escândalo. A partir da descoberta da fraude o DAER passou vários dias dando explicações e divulgou notas nos jornais prometendo que iria consertar os desvios etc.

O próprio presidente do Sindicato veio a público pela mídia para dizer que “o DAER serve, e serve muito”. No curto esclarecimento ele relata o número em quilômetros de estradas de responsabilidade do órgão, pontes, viadutos, fiscalização de contratos de concessão (Pedágios) e fiscalização do transporte intermunicipal de passageiros. No final, declarava que “o DAER nada pode fazer se um engenheiro resolve vender laudos falsos”. Aí é que passei a não entender o papel da autarquia. Se o DAER nada pode fazer; se o DAER não constrói mais estradas como antigamente; fiscaliza mal as concessões (ou até nem fiscaliza); não recupera estrada; pra que serve então?

A falta de fiscalização em rodoviárias do interior do estado é tão gritante que só viajando para ver o abandono, e o desconforto para os passageiros que se servem das estações rodoviárias. Os banheiros de algumas delas são uma verdadeira pocilga!

Com cerca de dois mil funcionários, o DAER bem que poderia ser aquela autarquia de antigamente. Ou que se pensasse em sua extinção já que sua participação no fluxograma do governo – pelo serviço que presta – não tem mais a necessidade de existir. Seria uma bela economia para o Estado e para o contribuinte. Convenhamos, para fiscalizar – e mal – é melhor terceirizar, inclusive, a fiscalização. A final, pra que serve o DAER?

Recentemente uma nova crise se abate sobre o órgão. Um funcionário envolve-se na questão dos pardais. Incontinentemente, o secretário da Infraestrutura e Logística, Beto Albuquerque, afasta o funcionário que está preso e na anuncia uma devassa.

Esta semana, Beto resolve arregaçar as mangas e colocar o DAER novamente nos trilhos, criando uma agência que teria a responsabilidade de tratar exclusivamente dos assuntos de contratos de obras do Departamento e de processos licitatórios. Pois, bastou surgir a idéia para o governo do PT se posicionar contra a tentativa do secretário, abrindo uma “leve crise de convivência”, vamos assim denominar, entre o PSB e o PT.

Existe até uma corrente no partido do secretário que não gostou da desautorização de Tarso Genro em não permitir que se faça uma devassa no DAER, por Beto Albuquerque, e até teria sugerido que entregasse o cargo.

De outra parte, por que o Governo Tarso Genro não quer a CPI do DAER? E a propalada transparência como fica?

Já que Tarso declarou que não tem medo de CPI, pois que mande seus deputados assinarem o requerimento de instalação!

Em governos passados se faltasse um lápis lá estava o PT pedindo CPI. Hoje, além de não ser coerente com posicionamentos passados, constrange deputados da sua própria base para não assinarem o pedido do deputado Diógenes Boessio, (PDT), na formação da Comissão Parlamentar de Inquérito que investigaria as irregularidades na autarquia. É lamentável!

Uma coisa é ser estilingue. Outra é ser vidraça.