sábado, abril 23, 2011

O FENÔMENO PADRE MACELO ROSSI
Continua repercutindo a entrevista concedida a revista Veja pelo padre Marcelo Rossi, pertencente ao Movimento Carismático Católico, surgido nos Estados Unidos, em meados da década de 1960, se assemelhando a algumas das práticas já existentes em denominações evangélicas (protestantes), porém fortalecendo dogmas já existentes no catolicismo romano. Ele é voltado para a experiência pessoal com Deus, particularmente através do Espírito Santo e dos seus dons. Esse movimento busca dar uma nova abordagem às formas de doutrinação e renovar práticas tradicionais dos ritos e da mística católicos. Hoje a Renovação Carismática Católica tem mais de 100 milhões de membros em todo o mundo. Mesmo assim não é aceita por vários católicos. Alguns não apóiam o Movimento. Sendo alvo de varias Criticas por assumir um quadro de renovo para a Igreja Católica, onde adotaram novas Praticas de adorar a Deus, de curar e libertar, onde a Igreja Católica antiga, não seguia essas praticas que só se via no Protestantismo.
Nessa entrevista o padre Marcelo abre o seu coração e ressalta as decepções vividas na Arquidiocese de São Paulo que, segundo ele, o boicotou por ocasião da visita do Papa Bento XVI ao Brasil em 2007.
Na entrevista o padre carismático narra que "tinha um sonho na vida: cantar para o papa. Nunca escondi isto de ninguém. Mas. me colocaram para fazer um espetáculo as 5h40 da manhã, no dia da caninização do Frei Galvão, no Campo de Marte, em São Paulo. Ou seja, um horária que não havia quase ninguém - muito menos o papa. Fui vítima de boicote." Ainda segundo o padre Marcelo, os integrantes da Arquidiocese paulista "capricharam na humilhação. Além de nos colocarem para cantar de madrugada, eu e o padre Jonas fomos barrados por agentes da Polícia Federal e informados de que, com o nosso tipo de crachá, não teríamos acesso ao palco, mas apenas a platéia, apesar de escalados para fazer uma apresentação.”
Ainda na entrevista, Padre Marcelo explica os motivos do boicote. Fazendo um gesto que indica dor de cotovelo, ele falou: "Mas aprendi com o sofrimento, a não remoer mágoas. Minha missão é buscar ovelhas, não é agradar a padres.”
O padre contou ainda que o boicote do qual foi vitima o fez mergulhar em um período de tristeza profunda, que culminou em um acidente, que lhe rendeu três tendões distendidos, uma fissura no osso do pé e dois meses numa cadeira de rodas. Nesse período, foi obrigado a fazer uso de muitos analgésicos, remédios para dormir e acabou engordando 14 quilos.
Em 2010, foi condecorado pelo próprio papa Bento XVI com o prêmio Van Thuân  - Solidariedade e Desenvolvimento, concedido a pessoas que dedicam a sua vida a projetos humanitários de grande valor social e dão exemplo de verdadeira paixão pelo humano e verdadeiro amor por Cristo.
Mesmo após a homenagem concedida pelo papa, Marcelo Rossi seguiu ignorado pela Conferência Nacional de Bispos do Brasil. Não sei por que ser contra um padre que tem a capacidade de reunir numa missa realizada ao ar livre em São Paulo 600 000 fiéis. Foi a terceira maior missa da história do Brasil. Perdeu apenas para as duas celebradas pelo papa João Paulo II. Em 1997, no Aterro do Flamengo, no Rio de Janeiro, o pontífice reuniu 2 milhões de pessoas. Dezessete anos antes, juntou 1,5 milhão de fiéis em São Paulo. A comparação torna os números ainda mais impressionantes. Afinal, papa é papa, padre é padre. Que mistério permite a esse sacerdote paulistano reunir tanta gente em uma cerimônia religiosa – logo ele, um novato na profissão que há poucos anos atrás ainda esquentava o banco no seminário? O padre Marcelo se transformou no maior fenômeno católico do país.
Assisti sábado à noite pela Rede Viva de Televisão a missa da ressurreição, celebrada pelo bispo Dom Fernando Figueiredo e animada pleo padre Marcelo. Foi emocionante e cheia de de espiritualidade. Em março último, o seu livro Ágape, atingiu a marca supreendente de 3 milhões de exemplares, cuja renda está sendo aplicada na construção do Santuário Terço Bizantino. Mais do que se apresentar como estudo teológico sobre os escritos narrados pelo apóstolo, o livro tem explícita intenção oracional. Nesse sentido, trata-se de um diálogo entre o autor, na condição de padre, e seus filhos em busca da boa palavra. Cada capítulo do volume se encerra com uma oração envolvendo os temas ali examinados pelo autor, como a convidar os leitores para um momento de introspecção e de acolhimento das mensagens de Jesus segundo São João.
A escolha do Evangelho de são João entre tantas outras possibilidades dentro da Bíblia é justificada por Padre Marcelo pela beleza da estrutura literária e pela impressionante delicadeza com que são descritos os momentos da vida de Jesus - como se o apóstolo não se contentasse em apenas narrar os fatos, mas quisesse nos trazer para dentro da situação descrita. Compartilhar a beleza das narrações do evangelista com os leitores é outro dos objetivos declarados do autor, que busca, com Ágape, incentivar cada vez mais a leitura da Palavra de Deus. O templo projetado por Ruy Ohtake tem capacidade para 100 mil pessoas. A missa que inaugurea a nova igreja será em 10 de dezembro.
Ninguém atira pedras em árvore que não dá frutos.

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