quarta-feira, abril 06, 2011

ESCOLA DE PAIS
Pelo fato de ser pai fui assistir a uma palestra proferida pelo Dr. Cesar Augusto Detoni, que vim, a saber, é membro desse importante movimento que é a Escola de Pais do Brasil, fundada em 16 de Outubro de 1963 em São Paulo pela Madre Inês de Jesus, padres Leonel Corbeil, Paul Eugene Charbonneau, Profa. Maria Junqueira Schmidt e o Casal Antonio Fernando Lopes.
A Escola de Pais é uma instituição particular, voluntária e gratuita, que está aberta aos interessados na educação e orientação de jovens e crianças. Tornou-se uma instituição a serviço da família.
Aos poucos o movimento foi se expandindo, por quase todo o território nacional e hoje são aproximadamente 100 Seccionais funcionando dentro do mesmo padrão.
Entre os vários assuntos abordados na primeira reunião de um total de 10 encontros, o Dr. Detoni falou sobre: Para que educamos nossos filhos?
Os dias competitivos esses em que vivemos, sem sombra de dúvidas a sociedade, o mercado de trabalho, as necessidades pessoais, tudo ganha corpo e complexidade. A computação que há pouco não existia, interliga ou isola aqueles que dela não façam uso adequado.
Os cursos de línguas estrangeiras, as pós-graduações sem fim, os estudos, a escola, tudo em nome da competitividade.
Assim, o que ontem bastava para educar, hoje parece pouco.
E, na ânsia de dar instrumentos suficientes aos nossos filhos para enfrentar o monstro voraz da competitividade, vamos, sem medidas, buscando tudo e todos, para que ele possa ser o melhor, ser mais, ser o primeiro, ser, enfim, o que aprendeu a competir.
Para isso, não contamos os esforços nas horas infindas dos cursos, dos esportes, do reforço escolar, da aula, comprando as ferramentas para ele trabalhar, para ser competitivo.
Mas afinal, você já parou para se perguntar para que educamos nossos filhos? Que armas e que combates você deseja que ele esteja pronto para enfrentar?
Se nos perguntarem de que o mundo precisa, o que está em falta em nossa sociedade, de pronto elencamos as virtudes que nos fazem falta à alma: honestidade, respeito ao próximo, compaixão, solidariedade.
Afinal, quem de nós não desejaria um mundo cheio de tudo isso?
Pois bem, é esse o mundo que desejamos. E certamente é o mundo que desejamos para nossos filhos. Mas será que eles estarão preparados para um mundo assim?
Será que nossos filhos têm elementos na alma para viverem em um mundo de tolerância, compaixão, solidariedade? Quanto da alma de nossos filhos está pronta para um mundo desses?
Será que na educação de nossos pequenos há espaço para lições de tolerância?
A criança, o jovem que não experimenta a lição do conviver com as diferenças, vendo que somos apenas diferentes do lado de fora, mas por dentro somos todos filhos do Pai, jamais saberá do que se trata o tolerar.
Nenhuma criança ou jovem terá idéia do quanto a alma fica leve no prazer de minimizar a dor e dificuldade alheia, se nunca lhe oportunizarem fazê-lo.
Solidariedade. Muito se fala nisso na escola do lar? Em um mundo onde as desigualdades florescem aqui e acolá, já paramos para ensinar aos nossos filhos a necessidade de estender a mão para ajudar a minimizar a miséria, seja do corpo ou da alma alheia?
Não podemos esquecer que a primeira escola da vida é o lar, e é nele que as lições que desejamos para o mundo devem ser aprendidas.
De nada vale desejarmos um mundo sem violência, se não ensinamos a brandura e a mansuetude aos nossos filhos.
E em dias desafiadores como esses que se apresentam, onde as pessoas perdem referências de valores, onde as lições da alma perderam-se no afã de educar a mente, buscando apenas sermos competitivos, é no lar que devemos cultivar os valores nobres, que fazem a alma forte para enfrentar as dificuldades da vida.
Não mais a preocupação de aprendermos a ser competitivos, mas entendermos que ser colaborativos é a lição que a vida nos guarda como melhor aprendizado.
Afinal, a maior oportunidade que a vida nos oferece estarmos aqui é, fundamentalmente aprendermos a conjugar na prática vivencial de cada um, um único verbo: amar.



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