quinta-feira, dezembro 16, 2010

O INCONVENIENTE AUMENTO
Ontem foi o último dia de votação da Câmara dos Deputados iniciando-se o recesso que perdurará até fim de janeiro quando será iniciado mais um período legislativo, com a presença dos novos eleitos. Entre os projetos votados um deles diz respeito ao aumento dos subsídios recebidos pelos parlamentares, numa desavergonhada atitude da grande maioria contra a vontade popular, principalmente dos trabalhadores e aposentados deste país. É bom que o eleitor saiba que de 18 deputados gaúchos, dois votaram contra o reajuste salarial dos parlamentares que passou a ser desde ontem, 15 de dezembro, R$ 26.700,00 mensais. Este será o salário de um deputado federal a partir de 1º. de fevereiro o equivalente, portanto, a 61,83% a mais sobre os atuais valores percebidos. Os únicos deputados do Rio Grande do Sul que se manifestaram contra o reajuste foram, Luciana Genro (Psol) e Paulo Pimenta (PT)
A deputada Luciana que mesmo tendo alcançado uma extraordinária votação, mais de cento e vinte mil votos, e não foi eleita em razão da legenda do seu partido, a decisão tomada em causa própria pelos parlamentares federais é “uma afronta ao povo brasileiro".
— É um aumento desproporcional ao aumento que é dado para o salário mínimo, para os servidores. É um desrespeito.
A agilidade mostra que quando é para defender em causa própria, o parlamento é muito ágil. Quando é para defender o interesse público, tem que costurar muitos acordos, enfrentar burocracia.
Já para o seu colega Paulo Pimenta, que também votou NÃO ao projeto, apesar da orientação contrária vinda do PT, a aprovação da medida foi "inoportuna": Há questões mais relevantes neste momento, afirmou.
Veja os deputados que votaram a favor do aumento:
Cláudio Diaz (PSDB), Darcísio Perondi (PMDB), Fernando Marroni (PT), Germano Bonow (DEM), José Otávio Germano (PP), Luis Carlos Heinze (PP), Marco Maia (PT), Mendes Ribeiro Filho (PMDB), Osmar Terra (PMDB), Paulo Roberto Pereira (PTB), Pompeo de Mattos (PDT), Renato Molling (PP), Sérgio Moraes (PTB), Vieira da Cunha (PDT) e Vilson Covatti (PP).
A deputada Emilia Fernandes (PT) se absteve de votar.
Afonso Hamm (PP), Beto Albuquerque (PSB), Eliseu Padilha (PMDB), Enio Bacci (PDT), Henrique Fontana (PT), Ibsen Pinheiro (PMDB), Luiz Carlos Busato (PTB), Manuela D'Ávila (PCdoB), Maria do Rosário (PT), Nelson Proença (PPS), Onyx Lorenzoni (DEM), Pepe Vargas (PT) e Ruy Pauletti (PSDB) não estiveram presentes na votação. O aumento aprovado vai causar efeito cascata, refletindo-se na Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul. Os deputados já discutem pelos corredores da Casa esse efeito, pois eles poderão elevar também seus salários em até 68% do que percebe um deputado federal.
E você eleitor, ainda vota nessa gente. O que os parlamentares fizeram ontem é mais que uma afronta a sociedade brasileira, eu diria: é um abuso indecoroso.

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