quarta-feira, fevereiro 17, 2010

CAMPANHA DA FRATERNIDADE

De uma forma ecumênica, pela primeira vez, foi lançada ontem, quarta-feira de cinzas, a Campanha da Fraternidade. Este ano a campanha é de responsabilidade do Conselho Nacional das Igrejas Cristãs do Brasil (Conic) que além dos católicos aglutina os membros da Igreja Cristã Reformada, Igreja Anglicana, Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil, Igreja Sirian Ortodoxa de Antioquia e da Igreja Presbiteriana Unida.
O lema escolhido da Campanha da Fraternidade foi extraído do versículo bíblico de São Mateus: “Não se pode servir a Deus e ao dinheiro ao mesmo tempo”.
De hoje, portanto, até o Domingo de Ramos, em todas as igrejas cristãs acima mencionadas, haverá um só direcionamento da palavra: não se pode servir a Deus e ao dinheiro ao mesmo tempo. Quer dizer, haverá forte exortação e advertência aos fiéis e crentes, que a ânsia apelo lucro, o agronegócio, o capital especulativo, o consumismo e o sistema financeiro internacional devem ceder lugar para um novo modelo que coloque a desigualdade, a fome e a miséria acima da ganância pelo lucro.
O padre Antoninho, pároco da Catedral São José e assessor de comunicação da Diocese de Erechim, a quem dedico grande apreço, afirmou a imprensa local que “o grande desafio é promover a mudança de uma economia individualista para uma economia solidária”, aliada a “atitude renovada de desprendimento dos bens e mais atenção às necessidades comunitárias”.
Sábias palavras!
Pois foi com a desambição e renúncia de um percentual da arrecadação econômico-financeira da Campanha da Fraternidade da Igreja, e suprindo uma necessidade comunitária, que surgiu em Erechim o “Lar da Menina” (não sei se ainda continua com este nome). Cito sempre esta obra porque ela nasceu de uma Campanha da Fraternidade.
Por isto tem razão o padre Antoninho quando diz que o gesto concreto da campanha, é dispor dos bens como se não os possuíssemos não se tratando de uma afronta ao dinheiro, mas do uso dele que deve ser sóbrio.
A felicidade não está naqueles que possuem bens. Eles nunca estão satisfeitos, querem sempre mais. E tem muita gente que só se sente feliz quando suga o máximo do próximo. Daí as palavras do salmista, “não se pode servir a Deus e ao dinheiro ao mesmo tempo”.

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